quinta-feira, 28 de março de 2013

Saudade precoce.

Minha pele tem seu cheiro, minha cama tem seu cheiro, quando desço as escadas pra buscar um copo d'água, sou impregnada por ele também. Não reclamo, te maldigo pra tentar disfarçar que fui pega de jeito, que o teu amor no meu é irremediável. Internamente, sou grata.
Eu gosto de "ser" sua, mesmo que eu continue sendo minha e que a minha liberdade permaneça intacta. Gosto de acordar todos os dias procurando seu abraço e de resmungar, quando você sai por alguns instantes, da sua camisa jogada no chão  do quarto, do pó de café que você deixou no filtro dentro da cafeteira, do ciúme exacerbado liberado em palavras que fazem minhas pernas tremerem até agora. Gosto de ir pra cozinha inventar molhos, massas, bolos e te ouvir reclamar que eu sou estabanada demais e deveria prestar atenção no que eu to fazendo ao invés de conversar com meus amigos pelo facebook enquanto a comida tá no fogo, de almoçar assistindo seriado e não saber se rio da cena ou da minha sorte. De acordar com a garganta seca no meio da noite e você insistir pra me buscar água. De você insistindo pra eu medir a temperatura um milhão de vezes na semana porque achou que meus ombros estão quentes demais pros seus dedos frios. Gosto, ainda mais, das músicas que você inventa no banho, no meio de uma discussão, na hora de dormir, enquanto cozinha dançando, especialmente quando você para tudo um minutinho para tocá-las no violão. De você me pedindo carinho o tempo todo, da sua massagem que faz a alma relaxar, do encontro dos nossos corpos que serviram de fantoches pras nossas almas que se buscaram por toda a vida. E eu tenho pena do mundo lá fora, do quão bobo ele é, do quão sem sentido, por nunca poder viver um amor tão grande que eu só consigo enxergar quando seus olhos param nos meus. Obrigada por ser amor, amor pra vida toda.

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