terça-feira, 29 de novembro de 2011

O tempo ta passando e cada minuto que eu vejo passar no relógio me angustia por não ter sido passado ao seu lado, a vida é tão frágil e meu amor é tão doce, não entendo porque não podemos simplesmente juntar essas dua misturas ao seu bom humor e passar o resto de dias que ainda temos sorrindo, eu não entendo.

Redenção - o re-final

Não é por você me mandar ouvir sertanejos bregas ou vídeos idiotas. Nem porque ouvir sua voz faz qualquer dor sumir; ou porque não importa o tamanho da minha raiva, você sempre vai me fazer sorrir. Não é pelo tamanho do buraco que a sua falta deixou no meu peito ou pela conversa no telefone a 5 minutos atrás quando eu sentia como se tivesse faltando uma parte de mim, tamanha a contradição de ouvir sua voz e te dizer adeus ao mesmo tempo. Tampouco por você ser a primeira pessoa de quem eu escrevo sem precisar exagerar nas palavras (pelo contrário, controlo-as, pra que elas não transpareçam ainda mais do que sinto), ou pelo pavor que a incerteza de um reencontro me causa. Não é pelo desejo de tele transporte pra qualquer lugar em que você esteja agora, ou pela minha auto-avaliação histórico-amorosa que me faz perceber a novidade do que sinto. É, muito provavelmente, pelo despertar interno, pela iminência do amor bombeando em minhas veias sem que eu queira admitir ou ao menos tenha me dado conta. É o medo de que tudo isso que eu sinto agora se perca em nossa memória e, com o passar dos anos, não nos recordemos mais da sua falta de mira com armas em barracas de urso de parques de diversões ou dos seus “muitos beijos” dados pessoalmente e não só por mensagem no celular todo noite antes de pegar no sono. Se agora me martirizo escrevendo sobre algo que tanto me dói, é na tentativa de que a gente não se perca, é na tentativa de te guarda em mim, na minha vida, nas minhas páginas, nos meus sonhos. É a tentativa de que um dia a gente abra mão do orgulho, da teimosia e dê espaço pra um possível reencontro, pra não ter necessidade, nunca mais, de dizer adeus.

domingo, 27 de novembro de 2011

Redenção - o descomeço

Eu gosto de você porque você nunca precisou de motivos pra gostar de mim, porque você foi o único homem que, ao invés de me propor banho junto de madrugada, brigou comigo me mandando não lavar o cabelo à noite e deitar. Porque você me faz calar a boca e te ouvir, não cede às minhas chantagens e não segue meus conselhos. Eu gosto de você porque você leva o notebook pro banho pra ouvir música, levanta na frente e paga minha conta mesmo quando eu digo pelo décima vez no dia que eu odeio que façam isso, porque você abre a porta do carro pra mim, não liga no dia seguinte, não me faz promessas. Eu gosto porque você ta sempre me surpreendendo e, em contrapartida, me conhece como a palma da sua mão, porque você ri comigo, de mim, faz piada idiota e ri alto de todas as besteiras que eu digo ao invés de levá-las em consideração. Por que você me irrita, me contratiz, some. Eu gosto porque eu nunca te domino, porque eu nunca me sinto dominada. Por eu não precisar me explicar e saber que você entendeu mesmo assim, por você não me cobrar absolutamente nada e por isso, ter tudo. Por você sentir sono no meio de uma conversa séria, por você sempre falar olhando no meu olho, por sempre querer fazer a coisa certa. Eu gosto porque eu ainda sinto frio na barriga quando leio seu nome na tela do meu celular, já se passaram meses e eu ainda durmo do lado do celular esperando você ligar (porque eu, claro, nunca vou dar o braço a torcer de ligar), porque isso me causa incerteza, mas nunca insegurança, porque você me tumultua sem me bagunçar, porque isso tudo tem inúmeras possibilidades de dar errado, mas a cada vez que eu ouço a sua voz, eu quero fazer dar certo.

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Tatuagem

Eu tenho medo de coisas que são pra sempre. Descobri isso outro dia, eu estava no banco reclamando os meus direitos quando vi uma mulher com uma tatuagem escrito "Fábio Júnior - minha vida" no antebraço. A princípio eu achei engraçado, principalmente pelo efeito sombreado estilo "15 anos" nas letras, mas quando me dei conta de que aquilo nunca mais sairá da pele dela, entrei em estado de choque, quase de pânico.
Não perguntei, mas posso apostar que ela escreveu aquilo no corpo antes mesmo de completar a maioridade, escondida dos pais que achavam aquilo um absurdo e do namoradinho da época que se doía de ciúmes do então muso do momento. Naquele momento ela achava que tudo era pra sempre: o confronto amoroso com o pai, o namoradinho, o muso. Aposto que você está abrindo um sorriso, desses de canto de boca que você sempre abre quando se indigna com algo ao passo que acha graça do mesmo, pensando: "coitada! tão inocente". Pois saiba, meu amor, que é exatamente isso que acho de nós.
Hoje quando seu carro parou no portão do meu trabalho e eu te vi abaixar o vidro e sorrir enquanto me olhava andar em sua direção, senti meu estômago se contrair, como se eu te dissesse adeus, como se te dizendo adeus eu aceitasse que logo esse momento passa, que logo não seremos nada além de caretas em porta-retratos cheio de pó na sala, logo seremos pó. Agora a gente acha que é pra sempre, a gente sonha filhos, árvores, livros, a gente deseja uma vida, uma viagem, o mundo sob nossos pés. Amanhã acaba, a gente sempre encontra alfinetes e alfinetadas pro nosso amor até que ele se destrua, começo agora alfinetando, dizendo que somos perecíveis, que se rimos quando se é tatuagem é porque ela é eterna, tudo que quereríamos ser. E que é exatamente por sabermos que não somos pra sempre que o medo de me aproximar mais a cada dia de você some, feito hematoma de tombo no tempo e escola. Porque enquanto a moça segue manchando "Fábio Júnior - minha vida" eu vivo seguindo a minha vida que é só minha.

Reino da Alegria

Em um tempo não muito longe, existiam algumas princesas enclausuradas em seu próprio castelo. Já na flor da idade, passavam horas na frente do espelho do passado onde tentavam vestir o melhor vestido, fazer o melhor penteado, a melhor pose, tentando assim evitar os erros e as dores que olhar pra si mesmas traziam.
Preocupado com a atual situação mundial, o Rei de um Reino não muito distante dali, encantado com a beleza daquelas meninas e de tudo que elas poderiam oferecer ao mundo caso estivessem no lugar certo e em meio as pessoas certas, convidou-as pra morar em seu Reino. Lá, ele dizia, haveria paz, união, fertilidade (se é que vocês me entendem) e inúmeras festas nos arredores de seu castelo para que assim elas esbanjassem tudo que criaram e adquiriram até então e dentro do mesmo, mas aquelas seriam festas só delas e seriam as melhores, ele dizia. Foram.
Em menos de um mês, as moças estranhas uma à outra se tornaram irmãs. Claro que continuavam amando o Reino de onde vieram, seus pais e seus sotaques, entretanto, foi fácil deixar pra trás tudo aquilo tendo em vista tudo que estavam ganhando. As festas no castelo eram mesmo tudo aquilo que o Rei prometera, a paz e a união se faziam a todo instante, inclusive nos finais de estação quando havia escassez de alimento e todas elas decidiam dividir o mesmo quarto enquanto arrancavam os cabelos bem penteados tentando arrumar uma maneira de conseguir algum fruto em alguma árvore perdida de quem tomou cuidado pra tê-la, prometendo que na próxima estação prestariam mais atenção as suas mudas de frutas, legumes e flores. Sim, elas se alimentavam de flores, era isso talvez que dava à elas todo aquele brilho, alegria, toda a beleza que era tão invejada por todos os outros reinos. Não faziam por mal, não era forçado, era só que descobriram que quando mais dividam suas vidas, mais a vida melhorava, quanto mais se compartilhava, menos saudade sentiam da parte boa do que eram antes de se encontrarem, menos falta de si mesmo era lembrada.
Com o passar dos meses já era notável a mudança em seu reflexo, elas não viam mais os seus respectivos passados com tanta amargura, até porque, agora o espelho do passado também refletia os momentos em que confabulavam sobre a vida e admiravam os tornozelos dos príncipes da janela de seus quartos. Decidiram que não iriam mais embora dali, queriam criar raízes, crescer cada dia mais juntas. Até que...
Bem, dizem que nos contos de fada, no final a gente encontra um príncipe encantado e vai embora. E com elas não seria diferente. Cada uma encontrou o seu príncipe encantado, seja ele em forma de gente ou em forma de sonho de estudo e futuro, casou-se, mudou-se e, tristemente, tiveram de dizer adeus. Entre lágrimas de tristeza e de alteração causada pelo vinho oferecido no jantar de despedida de solteiras, prometeram nunca se abandonarem, sempre e sempre cuidarem uma da outra aonde quer que estejam. E sabe como é, promessa Real é promessa eterna.
Dizem que hoje as princesas vivem seus dias com a lembrança de sorrisos e desvios que aprenderam com suas irmãs, dizem que uma sente falta da outra todos os dias, dizem que tudo o que ainda tem é algo que não pode ser descrito ou perdido. Dizem muitas coisas por aí, como sabem, mas a princesa mais carente, uma das únicas que ainda permanecem no Reino esperando por seu príncipe, hoje escreveu na terra onde plantaram a maior árvore do país na semana em que chegaram, algo de que nunca vai esquecer de lembrar : "na vida, quem perde o telhado ganhas as estrelas". E é assim então que prefere imaginar cada irmã que brilha longe, ou ainda perto dela, uma estrela.

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Irmã do meio

Hoje voltei pra casa pensando no tanto de coisa diferente que quero pra minha vida. E olha só que engraçado: o que eu quero é justamente tudo que eu fiquei um ano te dizendo pra não querer. Lembro que eu olhava pra você e pensava no quão chata você era e na chatice que você estava transformando sua vida. Ai como eu era tola! Hoje eu vejo que toda confusão precisa de paz, que se eu tivesse optado pela paz desde o começo, seria mais fácil, mas você sabe como eu sou neah! Você sabe como eu preciso quebrar a cara bastante vezes pra depois aprender.
Olha, eu sei que você não acredita nisso de outras vidas, mas mesmo assim eu quero dizer que eu tenho cada dia mais certeza da longevidade da nossa amizade, o amor que eu sinto por você é tão velhinho e tão capaz de superar coisas que acreditamos ser insuperáveis. E eu quero que você saiba mais ainda, que se eu puder escolher, vou querer nascer e renascer sempre na sua vida, mesmo que como uma amiga chata e velha que você só lembra às vezes das pirraças que atormentavam seus dias!
Toda vez que eu tenho que tomar alguma decisão na minha vida, qualquer uma, mas principalmente as drásticas, lembro do seu primeiro conselho a mim, "a resposta já ta dentro de você, você já sabe o que você quer, só tem que ter coragem de assumir". Então hoje em dia, eu levo a vida olhando pra dentro, tentando assumir o que eu quero, me bancando. E o que eu quero é te pedir desculpa pelas críticas, porque o que eu realmente quero é ter uma vida tranquila como a sua. Mas olha, eu nunca imaginei que fosse tão difícil!
Eu te amo muito, minha irmã de alma. Pra sempre.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Redenção - o final

Tentei começar esse texto, na verdade, começar um adeus de muitas formas pouco dramáticas. Mas a verdade é que eu gosto mesmo de você, sabe. Gosto do seu jeito, da sua voz, das suas implicâncias, da maneira como você sempre me surpreender e sempre me faz tão bem. E foi pensando nisso que eu percebi que seria o maior erro te deixar ir, quanto mais, te pedir que vá.
Acho estranho esse sentimento surgir tão rápido mesmo longe, mesmo sem convivência, mesmo sendo contra tudo que eu sempre disse e acreditei. Eu não forcei nada, sabe, um belo dia acordei sem querer imaginar minha vida sem você e foi então que os planos inusitados e as vontades repentinamente incontroláveis começaram a surgir. Era bom compartilhar meu dia, minha vida, meu melhor sentimento com você. Entretanto, não é sempre que te sinto querendo fazê-lo. Pensei muitas vezes em sumir da sua vida, aí você me ligava com a voz mais mansa que consegue fazer me dizendo da saudade que sente, da vontade que tem da minha presença. É tão confuso ter ao lado alguém que não sei se está ao meu lado.
Sei que não fizemos promessas, nunca poderemos cobrar momentos ou sentimentos, mas justamente por você nunca me cobrar nada, eu te dei tudo: toda confiança, toda lealdade, todo afeto que cabia em mim. Eu fui sua namorada mesmo sem nunca termos namorado, eu fui sua melhor amiga mesmo não dividindo com você todos os meus segredos.
A verdade é que não sei viver de dúvidas, de insegurança, preciso de estabilidade em algum lugar nessa instabilidade que sou e sei ainda mais que você não pode me dar isso agora e nem eu a você. Portanto, eu quero pedir um novo reencontro num futuro, uma nova dança de formatura, um novo filme, uma nova viagem, eu quero pedir que a gente nunca diga adeus um pro outro, mas que a gente não se sinta tão e sempre na obrigação de ser o que não podemos.

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Não solte a minha mão


"Eu adoro o gosto da sua boca": sim, foi esse o pensamento que levei comigo do momento em que nossas línguas se encontraram até você me deixar no ponto de ônibus no dia seguinte. Fechava os olhos e conseguia lembrar exatamente o gosto do cheiro ou o cheiro do gosto, não sei. Sei que fica cada vez mais difícil ir contra a maré de sorte que me leva até nós.
A minha decisão era não escrever sobre você, não gastar o amor que eu sinto com palavras e assim te guardar só pra mim, como se só eu tivesse o direito de saber da alegria que meus pêlos sentem quando encontram seu nariz ou dos sorriso bobos que tenho no meio dia lembrando do quão idiota você é e de como eu não me imagino mais sem suas pirraças e mau-humores durante o dia. Quanto mais eu te amo, mais eu quero te guardar; guardar teus beijos, teus cheiros, tuas palavras, suas manhas e nossas manhãs, sua manias de sempre cuidar de mim e de achar que me manda; quanto mais eu te amo, mais eu quero que você saiba que serão raras as vezes em que você me ouvirá pronunciar amor, mas que eu sinto e se olhar com atenção pra dentro do meu olho, vai enxergar toda a vontade que me move de te ter por perto. Quanto mais eu te amo mais eu tenho medo de que você desista, que vá embora, que ache que não vai aguentar e se eu decidi descrever uma pequena parte do nosso reencontro, é pra te pedir que não me desista, que não acredite em mim quando eu te mando ir embora ou digo que já não quero mais, que se existe um momento pra gente ele é o agora, que, por favor, não solte a minha mão. Não solte a minha mão para quê, quem sabe assim, um dia a surpresa nos encontre juntos.

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Carta pra minha filha

Querida filha, provavelmente hoje, você completa entre 11 e 14 anos e deve estar se perguntando qual o problema da doida da sua mãe que resolveu vir com essa de cartinha logo agora que você está querendo ser totalmente diferente de tudo que eu sou, logo hoje que a sua melhor amiga vai dormir aqui em casa e vocês vão ficar até 3h da manhã falando sobre o carinha gatinho (ainda se usa essa gíria?) da série acima da de vocês.
Não olhe agora, mas enquanto você lê tudo isso, eu choro sem que você note, por lembrar de quando eu tinha 20 e poucos anos e te escrevi isso. Da força que eu tinha nos atos, dos sonhos que eu tinha nos olhos, da pressa que eu tinha pela sua chegada e dos seus irmãos. E ta bem, vou direto ao ponto, antes que você decida parar de ler ou comece a gritar querendo saber o que eu pretendo com isso.
Eu sei que essa semana eu te deixei sem computador dois dias porque você matou aula pra ficar com aquele estranho de calça larga que usa boné pro lado e brinco nas duas orelhas feito menina, mas tudo que eu quero na vida é que você viva um grande amor. Um não, vários. E é claro que agora eu não vou te dizer isso neah, eu sou sua mãe e se falando sério com você, não sou atendida, imagina sendo descontraída.
Filha, por favor, não tenha medo! Não ouça o que as suas amigas mais velhas dizem: vale a pena sim arriscar tudo por um grande amor, tampouco o que suas tias e eu dizemos enquanto lavamos a louça de almoço de domingo: homem não é tudo igual e a gente só fala isso pra irritar o seu pai e ver se assim ele decide ajudar a lavar a louça ao invés de ficar 2 horas com os olhos grudados na tv vendo 22 homens correndo atrás de uma mesma bola, sofrer não é ruim, vai fazer você crescer, vai te fazer criar anticorpos e te preparar pra que quando o grande amor da sua vida chegar, você tenha maturidade, compreensão e amor-próprio o suficiente pra fazê-lo não querer ir embora (e, acredite, um cara que te faz matar aula não é o grande amor da sua vida, se fosse, te levaria pra escola e te mandaria estudar, mas isso você só vai entender com o tempo).
Eu vou arrumar defeitos pra todos os seus namorados, vou te fazer chegar cedo em casa no dia da festa que você finalmente ficar com o cara mais bonito da escola, vou te buscar na festa de pijama e te cheirar pra conferir se você não bebeu nada na frente de todo mundo. Eu vou querer matar todo mundo que te magoar, querer escolher por quem você vai se interessar e acredite, nunca, eu disse nunca, vou achar que aquela é a pessoa ideal pra você. Você ainda vai me odiar muito, eu sou sua mãe e você é uma pré-adolescente, oras, sua função é essa. Mas não ouça nada do que eu digo, vai lá beijar o garoto que suas amigas dizem que não presta - com você pode sim ser diferente, vai lá namorar e perder dois anos da sua vida em que você deveria estar saindo de casa e conhecendo gente nova - amar não é perder tempo, é ganhar, vai lá chorar cada noite por um cara diferente e aprender uma coisa diferente com cada um deles. Vai lá dizer que ama mais que tudo sem ao menos saber o que é amor e querer morrer por um pé-na-bunda pra depois descobrir que foi o melhor que te aconteceu.
Vai e vive! VIVA! Cada segundo, cada momento, cada amor. E não leve em consideração o que eu disse sobre isso (muito menos o que o seu pai disse! Aliás, acho melhor você nem fazer ele dizer algo). Quando você tiver uns 17 anos, a gente senta e conversa de novo sobre métodos contraceptivos e AI DE VOCÊ, se já tiver aprendido sobre isso na prática até lá! Ai meu Deus, estou tendo um infarto, diz que você não vai saber ainda, promete!
Da que te ama mais que tudo no mundo mesmo antes de você sonhar em nascer.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Espelhos.


Fico aqui submersa na insônia pensando no que vocês pensam antes de fechar os olhos. Dá uma dorzinha quando páro e me vejo em vocês. Mas não é uma dor comum, dessas que a gente tem de arrependimento por ter feito algo que deixamos de fazer, não, essa dor é a de querer cuidar e polpar vocês de qualquer mal que possa acontecer, de qualquer besteira que eu tenha feito e vocês possam vir a repetir.
Eu não tenho como impedir isso, crescer é dolorosamente lindo e no final, a gente só aprende com os próprios atos. Mas se eu posso pedir uma coisa, é: não se percam. Não se percam uma das outras e muito menos de vocês mesmas. Não deixem essa essência linda de lado por medo de não serem aceitas, por achar que sendo outras pessoas os problemas seriam menores, por achar que o caminho que seguiram até agora foi pura imposição paternal e que lá fora da própria vida, a vida se apresenta muito melhor. Por favor, por favor, por favor, eu imploro, se o medo, a dúvida, a raiva, a inconstância, os desejos ocultos assolarem vocês, me procurem. Não que eu possa resolver alguma coisa, não se enganem, mas certamente posso contar-lhes experiências e dizer-lhes as consequências de alguém que já errou tanto. Não se deixem pelo caminho, não deixem no caminho a vontade de viver, o drama revertido em piadas, a sabedoria no olhar, o excesso de sentimento extravasando pelos olhos, sorriso e abraços, a espontaneidade, a sinceridade peculiar.
No mais, fica aqui registrado um imenso agradecimento por estarem na minha vida, por se fazerem minhas amigas e por me ensinarem tanta coisa a cada novo reencontro.

Arco-Íris


A teoria religiosa, segundo a Gêneses, prega que o arco-íris é um simbolismo do pacto entre Deus e Noé de que o mundo não acabará num dilúvio.
Já a mitologia grega diz que ele, o arco-íris, é o caminho que a mensageira (Íris) fez entre o a Terra e o céu.
A ciência diz ainda que na verdade, ele é um fenômeno óptico e metereológico que separa a luz do sol em seu espectro contínuo quando o mesmo brilha em gotas de chuva. Ainda a ciência, dessa vez a oriental, faz alusão as acores do arco-íris
e os chacras do corpo humano.
Particularmente, acredito que o arco-íris é uma licença poética, significa proteção divina e espiritual e mais que isso: esperança (o mundo melhora a cada dia apesar de dizerem o contrário) e persistência (não podemos perder a chance de pôr a
mão na massa da nossa vida). Obrigada, lindas cores que insistem em vir visitar meu lar todos os dias, por colorir e encher de luz nossas escadas, paredes, pratos, pias e pés.

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

A irmã mais velha.

Eu poderia ficar aqui durante horas discorrendo sobre todas as coisas boas que passamos. Contar momentos engraçados, momentos de estresse, momentos deliciosamente rotineiros. Mas ao invés disso, eu venho falar do que de mais precioso você me ensinou. Você pode pensar que seja o origami, trocar resistência do chuveiro, manter o quarto organizado, acordar cedo pra aula, ou que prato de vidro pode sim ir ao forno, mas está enganada. O que você me ensinou de mais precioso é que o orgulho não leva a nada.
Lembro direitinho das nossas mensagens antes mesmo de nos conhecermos, de eu ir te buscar na rodoviária com a cara amassada e de como eu gostei de você de cara só pelos seus cabelos presos do lado da cabeça e não atrás. Entretanto, eu gostaria que você soubesse que eu nunca nessa vida vou esquecer os bilhetinhos que você ia no quarto me entregar quando eu cismava em me trancar nele e nos meus problemas, os cafunés que você fazia enquanto afagava meu choro e da maneira que você tinha de sempre me pedir desculpa mesmo quando a errada era eu. Ou de como você reconhecia que tinha aumentado o tom de voz e se arrependia disso mesmo quando era eu quem te tirava do sério. Se hoje em dia eu vivo por aí querendo estar bem com todo mundo, acreditando na força do amor e do perdão eu devo a você. Eu devo a você cada amizade que eu deixei de perder ou que resgatei por colocar o amor na frente de qualquer coisa.
Obrigada por ser minha mãe, minha irmã mais velha. Obrigada por ter tanta paciência e por ter me perdoado mesmo sem eu nunca ter tido coragem de te pedir desculpa (não por orgulho, mas porque sinto meu erro tão grande que às vezes repenso se mereço perdão). Eu te amo muito e não tenho dúvidas que vou amar pra sempre.
Acredito que saudade seja feita pra doer. E dói saber que a distância que nos separa é de algumas cidades e não mais da cama ao lado da minha. Só que, acredite, eu te sinto cada dia mais perto mesmo que a vida nos leve pra lugares cada vez mais diferentes. Você é tão parte de mim, tão bonita e bem cuidada do que sou e não me resta outra alternativa que não te levar pra sempre em mim.
Feliz aniversário, minha irmã. Feliz mais um ano de vida, feliz sorrisos, aprendizados, casamento, amizades, trabalhos. Feliz vida! Eu amo muito você.

terça-feira, 1 de novembro de 2011

futuro

Comecei a re-enxergar as coisas como são, ou pelo menos como deveriam ser. Dei de vez o braço a torcer, admiti a que vim e como vim. E de sonhos tão grandes, os mais simples se fizeram os mais inesperadamente feliz e pleno.
Mãos gordinhas sujas de guache de papel pintado e pendurado num varal de barbante no quarto de brincar, comida com cheiro de casa, cama com gosto de colo, bolo de chocolate saindo quentinho do forno numa tarde nublada, três crianças correndo pela casa discutindo quem ganhou o jogo, poças de água no jardim, guerra de lama da poça de água do jardim, pipa no alto, imaginar onde iríamos e o que veríamos caso fôssemos a pipa no alto, cabaninha no meio da sala, confissões com lanterna no rosto, segredos contados a um cachorro, abraço de refúgio, deitar e levantar ao lado da mesma alma, ter moldado o próprio corpo no corpo do outro, sentir uma vida crescendo dentro de si, amamentar, escolher a cor da tinta do quarto, discutir por besteira dita na televisão, fazer as pazes quase imediatamente trocando sexo e sorrisos, amar alguém mais que a si mesmo, tomar sorvete de chiclete procurando chiclete e de pedacinho do céu acreditando que ali contém um resquício de nuvem, contar estrelas, desenhar em nuvens, desenhar caretas nas pontas dos dedos da mão e fazer teatro com eles, trocar de quarto, imitar um ídolo, sonhar em ter 3 profissões no futuro, se perder num livro, descobrir palavras, esperar um irmão, ajudar a escolher o nome do irmão que está por vir, odiar arrumar a cama, jogar a bagunça do quarto de baixo da cama já arrumada, tranças no cabelo, cabelo bagunçado e cara amassada de dormir,boca suja de chupar manga, catar fruta no pé, rasgar roupa levando tombo, levantar sem sofrer, caçar borboletas no quintal, colocar flores atrás da orelha, sentar na beira da praia e fazer castelos de areia, sentir a onda indo e vindo com a ponta dos pés, secar o olho da ardência do sal do mar com a luz do sol, criar métodos pra tentar olhar diretamente pro sol e acreditar conseguir, fazer foguete com caixa de papelão, mãos gordinhas suas, minhas, dos nossos herdeiros, saindo do meu ventre...