segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

sexualmente falando

Ta, tudo bem, teve aquela vez que você estava bêbada e pegou aquele estranho na balada que na hora você jurava ser um deus grego, ou aquela que ficou com o cara feio pra sua amiga ficar com o amigo gato dele e até mesmo aqueles dias de amor à humanidade que você decidiu “fazer um feio feliz”. Mas tirando isso, ou seja, 99% das vezes, tudo é movido pelo sexo. Li uma pesquisa vez que dizia que a segunda maior energia da humanidade é a sexual, só perde pela energia do amor um pelos outros, é sério. E não me venha com essa que beleza não conta, eu não to falando de beleza, to falando de química, de tesão, de paixão, vulcão, sexo. Sim, você pensa “naquilo” enquanto mexe no cabelo, fingindo que o faz distraidamente, enquanto ele diz alguma besteira. Quando passa andando que nem bambi na frente de onde ele está sentado. Quando ele te olha no olho pela primeira vez. Até quando ele sorri, você ta pensando em sexo. Não importa se curte ombros largos ou magreza, você está avaliando seu parceira na cama, não interessa se você quer fazer amor ou sexo selvagem, quando entrelaça a mão na dele e sente a textura de sua pele, ta pensando em sexo. Não me venha com esse lenga lenga. Eu também acho Freud pervertido por ligar tudo a sexo, continuo discordando do fato de não lembrar de nada antes dos meu terceiro ano de vida porque era a época que eu me atraía pelo meu pai e tinha raiva da minha mãe por ela ser a dona dele e não eu como Freud dizia, mas que você pensa muito mais em sexo do que gosta de admitir pra si mesmo, ah, isso pensa!

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Animus.

Os castanhos que me desculpem, mas eu não resisto a um par de olhos azuis. Se além disso você for moreno e tiver cachinhos pendurados pelo couro cabeludo, tem uns 90% de chance a mais de eu me apaixonar por você. Se usa óculos e faz aquele ar de intelectual quando acha que me manda e tem pulso firme quando vai contra a minha vontade, esteja certo de que já te apresentei aos meus pais mentalmente. Se me arrancar gargalhadas durante o dia ou me deixar pensando em alguma coisa inteligente que você me mostrou por 24 horas ou mais, acostume-se com a ideia de ter que me expulsar da sua cama todos os dias. Se me fizer dormir com um sorriso bobo no rosto ao relembrar seus gestos e feições ou alguma piadinha que você soltou enquanto fingia que me mandava e fingia que queria que eu levantasse da sua cama e fosse pra aula, estou escolhendo nossa aliança de noivado, esteja certo. Se quinze dias depois você me mandar por email uma música do Chico que te lembrou nós dois e esperar somar mais duas semanas pra me entregar uns sentimentos rimados em forma de palavras escrito no papel de pão que você foi buscar na padaria enquanto eu tomava banho, já tenho vestido de noiva, música pra entrada de casamento, madrinhas e padrinhos escolhidos e destino da nossa lua de mel anexados em alguma pasta perdida no meu computador. Se você me acordar com aquela cara de sono que eu adoro, com café na cama depois de uma noite de futebol e churrasco com os amigos, eu te digo qual será o nome dos nossos filhos. Se você chegar na nossa cama quebrando o silêncio de nós dois e me pedir sussurrando em meu ouvido pra ser só sua oficialmente saiba que eu já tinha aceitado desde a primeira vez que te vi.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Libertar

Assim que tive que voltar arrastando corrente pra terra gélida, fui muitas vezes questionada sobre o que eu tinha. Quem sabe sabe e quem me conheceu antes disso tudo sabe o tamanho da dificuldade que sempre tive de falar de mim. Foi um longo processo pro que hoje eu chamo de "eu me banco!", mas cheguei. Só que percebi que chegando aqui, eu não precisei mais dos rótulos que me impuseram a vida inteira, eu não precisava de nenhuma avaliação psiquiátrica, neurológica, psicológica, neurológica, espiritual e nem da minha professora de quarta série. Hoje, quando questionada sobre o que eu tenho, digo "tenho Amanda, ué!" e é exatamente isso.
Fugi de mim mesma, auto-preconceito foi muitas vezes meu melhor amigo mesmo sempre lutando muito para os meus não se aliarem a ele, acatei todos os rótulos que me deram, todas as características impostas a mim, no meu quadro clínico. E hoje eu simplesmente mando tudo isso pro raio que o parta, pro fundo do poço, onde eu nunca mais pretendo voltar. E como é libertador o não se importar, o não controlar o mundo e a mente alheia, o viver, o descobrir, o sentir e o pensar andando de mãos atreladas quase se confundindo um no outro.
Eu me libertei. E enganam-se quando acham que foi de alguém, de algum lugar, de alguma voz. Eu me libertei de mim mesma.

domingo, 20 de fevereiro de 2011

...

Te distraio de mim pra me disfarçar. Distraio da gente a vontade que eu tinha de que tudo desse certo, daquela maneira estranha que a gente tinha de ser tão um do outro sem sequer nos pertencermos. Eu lembro de você me abraçando e dizendo que tudo ia ficar bem e ficou. De uma maneira inconvencional, mas ficou. Afinal, o que estou fazendo aqui te escrevendo textinho bonitinho de madrugada, te lembrando tudo que nunca chegamo a ser? O que eu estou fazendo aqui esperando que o tempo volte e que eu tenha uma nova chance? Que eu tenha uma nova chance de não ir embora, de não estragar as coisas, de ter saído de cima do muro. Que eu tenha uma nova chance de te dizer a verdade, de não implorar, de não beber tanto. Que eu tenha uma nova chance de ser eu mesma porque assim ainda seríamos cegos tal qual a paixão obriga. De ser um pouco de você também porque o limite não é desenhado para sabermos aonde começa um e termina o outro. Que eu tenha uma nova chance de estudar a geografia da cidade, os livros da sua mãe, os pêlos da sua barriga. Que eu tenha uma nova chance de ser muito mais que amiga, muito mais que antes, muito mais que o disfarce que uso pra te convencer do contrário.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Ele.

Olha, eu tenho muitos motivos pra te odiar. Entretanto há uma coisa pela qual eu nunca vou ser capaz de te perdoar. Sim, porque eu perdôo tudo em você, inclusive o fato de você ter deixado de me amar de uma semana pra outra, mas tem uma coisa, uma coisinha apenas que vai sempre me remeter você como uma coisa ruim: você me ensinou a deixar de sentir, a deixar de ver beleza e pureza no amor.
Sabe, eu tenho tanta saudade de quando eu não achava que amor era apenas sexo seguro, que eu achava que o amor era mais que qualquer outra coisa, que eu não fugia dele feito o cascão foge de banho. Sabe aquela menina boba que passava as aulas de física te escrevendo cartinha melosa, que queria que o tempo passasse logo só pra almoçar com você, que contava os dias que era loucamente apaixonada pelo seu sorriso? Aquela que achava você a coisa mais importante da vida dela, que te respirava, que deitava na cama ao seu lado e não conseguia aquietar o coração de tão feliz que ele por você existir. A mesma que colou corações e faixas declarando o amor nas paredes do seu quarto, que fez um livro com a nossa história, que gastava todo dinheiro comprando presentinhos pra você te escrevendo um motivo pra te amar a cada dia juntos. Então, ela sumiu.
Tem noite que eu sonho com ela, tem dia que eu sinto que ela ainda existe em algum lugar. Eu só não sei onde, eu só não quero procurar. Eu tenho medo dela, sei lá. Acho que prefiro te culpar pela cratera que você abriu no meu coração do que procurar pelo amor que ainda quer reinar em mim.

Eu não amei ninguém depois de você. Na verdade eu nunca dei tempo de ser amor pra esses outros amores, eu vou embora antes. E sabe por que eu vou embora? Você sabe? Porque eu tenho medo de que se eu não for embora, eles façam que nem você, me jurem ser pra sempre, me façam promessas que depois dizem simplesmente não querer cumprir e sumam! Eu vou embora porque eu me cago de medo que eles façam isso antes de mim.

Eu queria alguém capaz de me fazer voltar atrás, alguém capaz de segurar minha mão e me dizer que eu não preciso ter medo que eu não vou me machucar, alguém que não me deixe ir embora, que me faça calar a boca e ouvir. Mas sabe o que é? O único alguém assim é você. E só eu sei o quanto dói admitir isso pra mim todos os dias e continuar caminhando, continuar sorrindo como se não estivesse acontecendo nada. Todo amor que deveria refletir no olho de alguém por mim, eu guardo dentro de mim, eu aprendi a me amar apenas, a pensar só em mim, a ser egocêntrica, a querer apenas o meu próprio bem, aprendi a te esquecer e me seguir. E sabe o que mais? Eu sei que nunca mais vou conseguir reativar o meu poder de amar um homem e querer que ele seja o pai dos meus filhos.

Eu não te odeio por você ter ido embora, por ter me trocado, por ter me rejeitado, por ter esfregado na minha cara que é mais feliz sem mim, por ter me difamado, por ter duvidado de mim ou por cada milímetro de dor que você me deixou. Eu te odeio porque depois de você eu nunca mais consegui viver e sentir ao mesmo tempo.

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

recaída

Olha, eu queria confessar uma coisa: eu sei lidar com recaídas de amor. Eu já perdi as contas na verdade de quantas vezes levantei, caí, levantei, caí até permanecer de pé depois de uma adeus. Mas eu não sei lidar com uma recaída de mim mesma. Ia tudo indo bem, planos, viagens, festas, muitos sorrisos no caminho e de repente..caí! Afundei-me em mim mesma, fiquei imersa no meu oceano, cheguei a achar que ia morrer afogada. Não morri, estou aqui na beira da praia, não morri. Mas não estou viva. Sinto-me um zumbi, uma morta-viva, uma vampira (pra combinar com meu olhos amarelos) ou qualquer ser sem vitalidade reinando por aí. Eu tenho medo que o próximo passo seja parar de sentir, seja não conseguir mais raciocinar...Tenho medo de me perder de novo, de me perder de mim.

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Estrelas.

Você me enlouquece, sabe? E ante fosse de tesão, de paixão ou algum desses sentimentos que no final sempre nos traz paz. Não. Com tanta coisa que você poderia ser na minha vida, escolheu ser um ponto de interrogação. A cada passo que dou, olho pro lado e vejo você ali, como uma dúvida, uma incerteza, uma curiosidade, uma vontade louca de apagar cada letra de cada palavra que acabo de escrever. Você me confudne, me conturba e a única coisa que eu tenho vontade de fazer é beijar você. Acabar logo com esse mistério, com esse menino sem rosto, com esse medo de saudade que te ronda e não pensar em nada. Raríssimas são as pessoas com o dom de me fazer não querer pensar em nada e com certeza você é uma delas. Basta uma coisinha fofinha que você diga, que me prende a atenção o resto do dia pra eu querer não pensar em nada. E o que eu poderia fazer senão te odiar? Se não te mandar ir embora, como sempre faço? Se não sumir. Mas você não entende meus sinais, faz tudo ao contrario do que espero e a favor do meu desejo interno. E acerta até onde erra. Por isso eu imploro internamente que você não desista, por isso eu piro quando você some, por isso eu tenho vontade de ligar pra você agora e pedir pra você não me deixar, que seja breve, mas que seja, que seja leve, que seja mágico, que seja com você.


segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Chegada a hora.

Chega a hora em que o tudo já não satisfaz mais. Que levar a própria alegria pra dançar já não é suficiente, ver o próprio sorriso pleno no espelho já parece incompleto. Chega a hora em que os próprios papos no bar já enjoaram, que os próprios tabus já foram resolvidos e os planos para o futuro já estão repetitivos. Chega a hora que se senta de frente pro mar e ao invés de sentir paz, sente-se falta, começa-se a lembrar de toda oportunidade perdida, de todo amor que deveria ter sido e não foi. Depois de preencher o próprio buraco e de achar em si o que antes buscava-se no outro, chega-se a hora de querer um novo mundo pra mergulhar, um novo mistério pra desvendar. Que não mede-se mais as dores, deixa-se pra trás as promessas de falta de planos, ciúmes e "pra sempres". Chega a hora que tudo que queremos é um corpo nos esquentando nas noites já suficientemente quentes, olhos nos olhos na beira do mar, beijo de bom dia e abraço de conchinha de boa noite. Quer-se novos papos, novos rumos e quem sabe dividir o caminhar, o caminho.
Não digo que tem um buraco no meu peito, tampouco que quero um novo amor pra ontem, digo apenas, chegou a hora, estou pronta pra uma nova sementinha de paixão germinar no meu coração.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Todo adeus é necessário

Não faz tanto tempo assim. Se parar pra pensar, quase não difere a idade de agora e de outrora, entretanto, mudou a idade de dentro. Olho pra trás lembrando da menininha que tinha pavor de ficar sozinha, que se escondia atrás do namorado e mal acredito que aquela era eu, tão frágil e cheia de dúvidas. Era comum pensar nos porquês e me comparar a cada oportunidade. Porque é isso que as garotas "escondidas" fazem quando uma relação termina: se comparam. Confesso que passei dias a fio pensando na barriga a menos, no peito a mais até que cansei. Eu não sei dizer como foi, um dia eu me olhei no espelho e vi a menina linda que sou e percebi a menina de aparência que ela era. Poderia ter passado mais alguns bons meses dizendo tudo de errado que ela tinha e que era loucura e burrice estar com ela e não comigo, mas vi que é exatamente isso que as meninas infantis fazem: se comparam. Não importa se pro bem ou pro mal, elas sempre se comparam.
Eu deveria sentir vergonha de pensar aquilo tudo, me dizem. E incrivelmente eu me orgulho. Orgulho de ter sido pequena pra que hoje eu seja tão grande, orgulho de ser garota "escondida" pra hoje bater a mão no peito e me, me assumir, orgulho de ser menininha infantil pra hoje ser mulher. Apesar desse termo: mulher e não mais menina me assuste um pouco, eu me engrandeço, me orgulho. Foi um crescimento doído e gratificante que eu agradeço aos céus todo dia por ter levado algumas pessoas do meu caminho pra eu ser assim hoje.
Penso que isso tudo é normal, que todo mundo quase morre quando vê um ex amor com outra, pensei nisso agora quando vi uma foto do cauã reymond com a grazi massafera no twitter e lembrei dele com a alinne moraes. Não deve ter sido fácil, por mais mulherão que ela seja, ter sido trocada, ver o amor que exala do seu amor com outra. Entretanto, quando olho pra ela me vejo tanto. Tão mulher, tão bem sucedida, experimentando tanta coisa nova que eu chego a suspirar.
Porque é assim que a vida deve ser, cheia de mudanças, superações e vez ou outra, um balançamento do que deve ou não continuar na sua vida, do que está te empurrando pra frente e do que só te puxa pra trás. Por mais que doa, todo adeus é necessário.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

“a vida é procurar”. O problema é que a gente passa grande parte da vida procurando for a o que deveríamos procurar dentro. Procuramos um grande amor fora quando o grande amor da nossa vida deve ser nós mesmos, procuramos um motivo pra sorrir, quando o maior motivo pra sorrir é a nossa sobrevivência diária. Vivemos e somos uma sociedade e não questiono isso, mas questiono o quanto a sociedade deve interferir no que somos e queremos e, muito mais, no que buscamos.

domingo, 6 de fevereiro de 2011

melhor

Essa noite, no processo entre mergulhar no sono e distinguir a realidade descobri que não estou pronta. Não estou pronta pra te deixar ir embora, não estou pronta pra perceber que não tenho domínio sobre isso. Como se algum lugar dentro do meu cérebro de loira ainda fôssemos duas crianças brincando de escorregar de bunda escada abaixo todo domingo de manhã. A gente cresceu e eu também não tava pronta. Tinha um mundo lá fora esperando a gente e fomos, será que já era a hora? Bem, se tudo que tem quer ser é, devíamos estar, ou ir pra nos tornar. Em cada erro meu você era o meu elo mais forte e real com quem eu realmente era, como se eu ainda existisse de verdade em algum lugar, alguém me aceitava exatamente como eu era. Pra você eu nunca precisei fingir, nunca precisei de muitas palavras (você sempre soube me ler) ou de encenação. Éramos aquilo, somos isso e sempre soubemos onde encontrar apoio e afeto quando o mundo nos negava. Estamos seguindo caminho iguais em passos diferentes e isso me assusta. Nunca tive medo da distância ou do tempo pro que eu sei ser de verdade, eu tenho medo é de mim. Medo de não estar pronta pra tomar decisões sem seu crivo da razão, medo de não ter seu abraço quando eu fizer besteira ou seus conselhos quando eu fizer pirraça com a vida. “você já é uma mocinha” ouço sua voz de neném dizendo dentro da minha mente. Mas sou uma mocinha perto de você, muitas vezes pra não te decepcionar. Eu tenho medo disso tudo que eu sou, da minha falta de controle, dos meus excessos. Eu sei que cada pessoa no mundo ama o outro pela falta e eu tive a sorte de encontrar um amigo ou outro que me ama pelo quem me sobra, me excede.

Não é uma despedida, é uma constatação: eu não estou pronta. Se eu pudesse, pedia pra você ficar aqui comigo, pra não ir embora, pra nunca mais me dar abraço de adeus. A gente renasceu junto pra ficar junto, seu idiota, o que você acha que ta fazendo indo pro outro lado do país? “ué Amanda, eu to seguindo minha vida, lutando pelo que eu sonho!” “é, eu também”. Mas porque, me diz? Porque a gente tem que sonhar tão diferente? Eu não estou pronta. Não queria dizer, mas o nó na minha garganta se formou de tal forma que tenho que expurgá-lo.

Você me diria que eu sei muito bem que palavra é força e que eu deveria dizer que estou pronta sim. E eu, com toda a falta de delicadeza que reina em mim diria pra você respeitar meu direito de ficar chateada mesmo que isso não me faça bem. Ta vendo o que eu disse? Eu não estou pronta!

noite

Não vou dizer que é amor, paixão, tesão ou seja lá o que for. Eu não sei diagnosticar. É só que o leve roçar da sua perna na minha “sem querer”, o encontro dos seus pêlos com a depilação em dia da minha perna me causa calafrio. Esse seu cheiro de ombro amigo e essa vontade que tenho de repousar minha cabeça em seu colo e ficar em silêncio observando meticulosamente alguma coisa sem muita importância. Isso me assusta e por isso me esquivo. Meu radar, quando te encontra, berra no meu ouvido: “perigo! Risco de se apaixonar!” e eu fujo, porque não quero me apaixonar. Invento qualquer desculpa, começo a namorar caras desinteressantes às vésperas do nosso encontro, te falo de outras meninas, chamo meu irmão mais novo pra sair com a gente, sei lá! Eu só fujo. Já prevejo o fim, o seu adeus em uma rodoviária lotada e cinzenta e corro contra correnteza que me leva pra tão perto de você. É por medo, não por falta de sentimento. Eu só não quero te querer assim.5

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Ele.

Lembro da primeira vez que te vi, do seu sorriso largo e bobo que seria a razão da minha existência durante os próximos anos. A gente era tão bom no que fazia e só o que a gente sabia fazer era ser feliz. E garanto que fomos os melhores nessa área. A gente se completava nas nossas estranhezas, tanta adversidade! Apesar disso, sempre foi muito amor pra pouca (muita) adversidade. Éramos a crise mais encantadora da sociedade, éramos inteiros, plenos, quem sempre sonhamos e procuramos um pro outro. Seríamos pra sempre, eu achava isso, você achava isso, seu melhor amigo e até o porteiro do prédio ao lado achava isso. A gente exalava luz!

Mas acabou, como tudo um dia. A gente tem mania de ficar querendo o pra sempre e não percebe que o pra sempre é o momento. O momento que te beijei pra sempre, o momento que transamos pra sempre, o momento da nossa pra sempre viagem perfeita de lua de mel, as nossas mãos entrelaçadas no parque pra sempre. Pra sempre é isso, as lembranças que guardamos coladas a retina até o último pulsar do nosso coração. Pra sempre não é tempo, é memória. Hoje, um ano depois, digo que o nosso fim foi a melhor coisa que poderia nos acontecer, você encontrou o seu próximo pra sempre que pode durar até o seu último fio de cabelo branco receber informação de crescimento do seu cérebro ou mais alguns meses (e ainda assim vai ser pra sempre) e eu me encontrei. Não é nada pessoal, sabe? Como é que temos mania de terminar uma relação mesmo? O problema sou eu e não você! Neah? Eu me perdi em você, sabe? Em nós! Eu já não sabia mais qual era meu beijo e qual era o seu, qual era o meu sabor de sorvete preferido e qual era o seu, qual era a minha posição do soninho e qual era a sua, qual era a minha música preferida e qual era a sua. Eu não sabia mais andar sem você e só percebi isso quando nos deixamos. Eu precisava aprender a caminhar com as minhas próprias pernas e acredite, serei eternamente grata a você por isso! Você enxergou isso antes de mim! Assim que nos encontramos combinamos de só permanecermos juntos até onde os dois estivessem felizes e eu não enxerguei que já não éramos mais! A gente não tinha mais pra onde crescer, demos o nosso máximo estando juntos!

A um ano atrás meu coração doía de um jeito que eu achei que nunca mais fosse parar, era uma dor tremenda que eu achava que nunca mais fosse passar. Hoje, eu tentei lembrar como era essa dor e não consegui, eu tentei resgatar dentro de mim alguma centelha da minha alma que ainda te quisesse por perto e não encontrei. Sorri, que bom que nossos caminhos se desentrelaçaram de vez, a gente precisava disso neah? Eu não lembro mais como era amar você, como era estar a não sei quantas centenas de dias apaixonada pelo mesmo sorriso e não me entristeço por isso, também não me alegro. Faz parte do processo. Eu sempre disse que o amor não acaba, se transforma. E o nosso, apesar de tudo que você diz tentando provar pra si que não valemos a pena quando eu sei que você deita no travesseiro e tem certeza que valeu, se transformou num carinho muito grande, numa lembrança muito boa, numa paz muito grande de ter vivido o máximo e ter dado o melhor de mim. Mesmo que, apesar de lembrar, eu não consiga mais sentir nem faísca do que foi quando avistei seu sorriso largo e bobo pela primeira vez.

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Detalhes

Eu queria te dizer que eu te amo nas pequenas coisas, nos pequenos gestos. Eu sou assim mesmo, sabe? Não é nada com você, você não é mais especial que os outros nem nada, eu só não sei amar o todo de uma vez, como se minha visão fosse direcionada aos detalhes. Por isso que eu decoro o tom da sua voz e fico-a repetindo dentro da minha mente e quando toca aquela música no rádio meu cérebro transforma a voz do cantor na sua e eu fico embalada no som do nosso amor. O amor que a gente sempre faz, não to só falando de sexo, to falando de todos os nossos detalhes. Dos seus múltiplos olhares que se tornam um só, dos seus inúmeros sorrisos que desembocam sempre na minha alegria. Eu gosto do seu estilo, gravei na minha memória cada coisa que você gosta e toda vez que eu entro em uma loja meu radar enxerga todas as peças que combinariam com você e, penso mais além, em um jeito divertido e original de tirar de você cada peça de roupa. Eu gosto da forma que seus pêlos combinam com o tom da sua pele e das curvas que seu corpo faz e que eu percorro com os dedos enquanto você dorme. Eu gosto de te ver dormindo, fico imaginando o que você ta sonhando, quase sempre fico querendo entrar na sua mente e às vezes acho que até entro, tamanha nossa sintonia e afinidade, por isso eu brinco com você dizendo que seus pensamentos fazem historinhas em quadrinhos em cima da sua cabeça. Eu gosto da sua mão, do formato dos seus dedos, da cutícula sempre sobrando nas extremidades das unhas que você teima em arrancar com o dente enquanto discorremos sobre algum assunto que você não ta muito a fim de falar. Eu gosto do contato do seu nariz no meu pescoço, do jeito que você me respira, me inspira, das nossas respirações se confundindo durante a noite e do modo como seus braços sempre envolvem minha cintura enquanto você respira descordenadamente enquanto sonha. Gosto da sua cara de sono, das olheiras que você insiste em dizer que te fazem um monstro, da sua barriga livre de pêlos que você reclama te fazer parecer um menino, que me serve de travesseiro nas tardes que passamos na praia conversando e dormindo. Gosto de como você mexe a boca enquanto lê um livro e dos comentários engraçados que você sempre tem e faz sobre tudo que observa no mundo. Gosto do bico que você faz enquanto come e da maneira que coça a barba por fazer enquanto pensa. Do seu cabelo sempre propositalmente bagunçado e da sua letra torta num bilhete de "bom dia" na minha cabeceira. Gosto do modo como você se espreguiça no meio da rua às 4 da tarde como se tivesse acabado de acordar, de você sempre comprar havaianas brancas só porque eu gosto e do modo como você sempre esquenta meu corpo quando eu tremo de frio. Do modo como você faz tudo parecer mais fácil, do carinho que você me faz nas costas pra dormir e da insistente mania de contar minhas sardinhas e compará-las as estrelas do céu dizendo alguma coisa piegas como: "as estrelas são o céu de Deus e suas sardinhas são as estrelas do meu céu que é você". Gosto da sua paciência quando eu me embriago, rindo de mim na manhã seguinte com aquele ar de pai que você faz quando finge me passar sermão. Gosto do jeito como você me pega no colo enquanto durmo me tirando do sofá e me colocando na cama como se eu ainda fosse uma garotinha (e é o que eu sou perto de você). Gosto da textura da sua boca encostada na minha bochecha e do gosto da sua boca, do cheiro do seu beijo. E por falar em cheiro, gosto do cheiro que você sempre passa pra mim enquanto estamos juntos, me enfeitiça e me impregna me obrigando a passar a noite pensando e sonhando com você. Do jeito que você sempre defende sua opinião, discute política no bar, debate alguma teoria mirabolante com seus amigos. Gosto de deitar bem grudadinha em você e contar estrelas enquanto eu reforço a certeza de que não há pele mais macia e sedoza do que a sua, mesmo que eu tenha que sempre me ensopar de hidratante e pra você o único creme que existe é o de cabelo e o de massagem. Gosto da cara de desentendido apaixonado que você sempre faz nas fotos, daquele seu sorriso de canto de boca, sabe? Do seu macarrão à la você mesmo que você prepara com a velha mania de colocar a língua pra fora. Gosto da nossa amizade e de como somos amigos sempre e em primeiro lugar, do respeito que você me trata e das brincadeiras que só dois grandes amigos fariam.
Eu gosto de você, sabe? Na verdade eu amo, que foi como eu comecei esse texto, só que pra nós dois, palavras são tão dispensáveis, porque eu sei que você sente o que eu sinto e que eu sinto o que você sente. E só isso me basta pra eu ser a pessoa mais feliz do mundo.