segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Libertar

Assim que tive que voltar arrastando corrente pra terra gélida, fui muitas vezes questionada sobre o que eu tinha. Quem sabe sabe e quem me conheceu antes disso tudo sabe o tamanho da dificuldade que sempre tive de falar de mim. Foi um longo processo pro que hoje eu chamo de "eu me banco!", mas cheguei. Só que percebi que chegando aqui, eu não precisei mais dos rótulos que me impuseram a vida inteira, eu não precisava de nenhuma avaliação psiquiátrica, neurológica, psicológica, neurológica, espiritual e nem da minha professora de quarta série. Hoje, quando questionada sobre o que eu tenho, digo "tenho Amanda, ué!" e é exatamente isso.
Fugi de mim mesma, auto-preconceito foi muitas vezes meu melhor amigo mesmo sempre lutando muito para os meus não se aliarem a ele, acatei todos os rótulos que me deram, todas as características impostas a mim, no meu quadro clínico. E hoje eu simplesmente mando tudo isso pro raio que o parta, pro fundo do poço, onde eu nunca mais pretendo voltar. E como é libertador o não se importar, o não controlar o mundo e a mente alheia, o viver, o descobrir, o sentir e o pensar andando de mãos atreladas quase se confundindo um no outro.
Eu me libertei. E enganam-se quando acham que foi de alguém, de algum lugar, de alguma voz. Eu me libertei de mim mesma.

Um comentário:

  1. Amanda apesar de não saber exatamente de que grau de libertação você está falando eu tenho certeza que foi magnífico, afinal não há nada que nos aprisione mais do que nossos próprios préconceitos,
    acho que todos nós nos prendemos de alguma forma
    pq eu também precisei me libertar, hoje não existe mais sombra alguma dos medos que me assombravam,
    e eu só pude me libertar de mim mesma
    quando percebi que minhas próprias mãos haviam-me trancado.
    Parabéns querida.

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