segunda-feira, 30 de julho de 2012

O texto que você me pediu.

Não é a primeira vez que você me procura buscando resposta pros meus escritos, como se eles fossem o nosso último elo. Hoje, depois de ouvir a sua voz, que tem o eterno poder de mudar toda o destino da minha existência, pedi ao Universo que me enviasse respostas, não vieram, apenas mais perguntas, como sempre é.
O que você quer saber, afinal? Se eu ainda escrevo sobre você todos os dias? Se eu coloco o mundo em palavras tentando chamar a sua atenção? Se eu ainda sei de cór o formato dos dedos dos seus pés, o gosto dos seus ombros, o lado que seus pêlos loiros invadem seu corpo enquanto eu encontro todo o refúgio do mundo nas suas costas, os seus suspiros quando se sente incompreendido? Se eu ainda acordo no meio da madrugada sentindo falta de te ter dentro de mim? Se lembro letra por letra de cada piada idiota com que você costumava me acordar e de cada assunto desconcertante, que ainda me fazem perder em divagações no meio de conversar importantes, antes de dormir? Se eu ouço nossa extensa trilha sonora todos os dias e ainda continuo com a mania besta de te colocar em cada música? Se a primeira coisa que eu faço quando acordo é visitar todas as suas redes sociais? Se eu ainda sinto meu coração bater até na ponta do nariz quando ouço seu nome ou o leio no visor do meu celular? Se eu ainda fico meia hora sem conseguir controlar o meu sorriso bobo toda vez que nos falamos? Se ainda sinto meu coração bater ao contrário só de pensar que posso nunca mais colocar os olhos em você? Me diz então de uma vez que diferença faz que a resposta pra todas essas perguntas seja sim! Um "claro, seu idiota" gritado com toda força que habita a dor da sua ausência.
O que você vem buscar aqui, ao ler cada letra dessa é o que você já tem todos os dias da sua vida, desde os sinos que ouvi quando sua mão encostou na minha cintura e seu sorriso encontrou o meu pela primeira vez. E eu te digo mais uma vez: você está no lugar errado. Eu poderia te pedir pra voltar atrás, pra voltar pra mim, pra começar de novo e dessa vez diferente e de verdade, porém acho que amar é isso: me sentir realizada com a sua felicidade mesmo que ela não me inclua.
Espero, mais uma vez, que você entenda o que venho tentando te fazer compreender a 11 meses: eu vou continuar esperando por você. E esteja certo, a sua verdade eu já decorei, entendi e sinto todos os dias: "não importa o que aconteça, pra onde a gente vá, quem a gente conheça, tá escrito e nada vai mudar".

domingo, 29 de julho de 2012

Escrevo-te

Escrevo-te então cono passível de erro, decepção e adeus.
Escrevo-te pra lembrar-me da burrada que fiz por te deixar ficar.
E mais ainda pra lembrar-me da música que o seu corpo faz dentro do meu quando não estiveres mais aqui.
Escrevo-te como memória, dessas vividas, aproveitadas e exercidas ao máximo.
Pra quando te faltar espaço, as divagações caberem.
Escrevo-te pois é só o que me resta, só o que posso, só o que garanto.
Escrevo-te pra afirmar que é melhor viver e não mais ter, do que chorar por não ter do que lembrar.


Escrevo-te em mim, na alma, pele, cabelo e pensamento. Como tatuagem de rena que a gente toma cuidado pra não cair água e apagar.

quinta-feira, 26 de julho de 2012

Quase Morte

Você já se sentiu como se estivesse morrendo? Já sentiu sua alma parecer mais frágil que uma casquinha de sorvete de padaria? Eu já e vou te dizer, é quase todos os dias. Meus braços e pernas parecem ter 200kg cada, meu ombro parece carregar 1 tonelada em forma de mochila, meu estômago se contorce todo enquanto minha barriga contrai e preciso dizer que sou tomada pela certeza de que o ar não alcança o meu pulmão (por alguns dias, horas ou minutos - não sei bem - eu não respiro - ou penso não respirar), minhas pálpebras pesam 80kg e eu tenho certeza que as rugas que meu rosto vai ter quando eu envelhecer ficam nítidas e fundas, quase em carne viva. Meus dedos parecem não estar no meu corpo, bem como minha cabeça (resolvem habitar, sem que eu permita, uma outra dimensão onde eu não tenho controle), meu pescoço parece ser esmagado por entre as mãos grossas e ásperas de alguém que eu não vejo e nem existe, cada lugar onde nasce cabelo dói (meu couro cabeludo parece uma colméia sendo invadida), meus joelhos e cotovelos ardem na parte externa e ficam doloridos na parte interna, minha língua adormece e não formula palavras, minha boca ficar dormente, totalmente, de modo que eu a mordo o mais forte que consigo (que não é muito, convenhamos, perco as forças) e não sinto nada, eu poderia suportar toda a dor do mundo nos meus lábios sem sentí-la, meus braços não estão aqui, tenho certeza que não os tenho, meus seios são espremidos contra mim e quase os sinto saindo pelas minhas costas, meus pensamentos eu não controlo, nem o que sinto, sei que agora tem um grito enorme que eu gostaria de dar e minha boca não abre, sei que não to pensando nada do que estou pensando agora e não sei o que é, existem mais de 3 dimensões dentro de mim agora e não estou em nenhuma delas embora esteja presa nessa carne morta. Uma força me vem, me empurra, sinto uma onda forte vindo na minha direção e me derrubando e não saio do lugar, fiquei cravada aqui e não falo, fiquei cravada aqui e não ando, não peço ajuda, por mais que eu queira, preciso sair disso sozinha, queria um abraço e afasto o mundo, não posso, não me permito, preciso sobreviver sozinha.
Sabe o que é mais incrível quando se sente morrendo? É que o medo maior é que a vida cesse, é que sinto que posso morrer por todos os lados e pessoas e cores e imagens e tento impedir isso com alguma das esferas do meu pensamento, já que meu corpo não me obedece. Entretanto, agora, não há nada que eu deseje mais do que a morte, do que sair do corpo e não sentir essa dor, peso, ardência, dormência, recobrar os sentidos que talvez nem existam. Essa é a maior contradição de quase se morrer e, então digo que também, quase viver: temer a morte mais que vida e desejá-la mais que a eternidade.

quarta-feira, 25 de julho de 2012

Falta de juízo

Se você tem pelo menos algum juízo e uns poucos neurônios sobrando, vai desistir de mim quando a sms escrita a alguns minutos for enviada. Acredite, é a melhor coisa que você tem pra fazer agora que os dias não conseguem acabar sem que eu ponha os olhos em você. Não é nada pessoal, você continua sendo irritantemente inteligente e engraçado e eu continuo pensando nas suas músicas tristes tocadas no violão pra me acalmar e vendo estrelas que não existem no teto do meu quarto e me considerando a pessoa mais feliz do país deitada dentro do seu abraço recebendo carinho nas costas. E na verdade, é por tudo isso. Por eu me sentir impotente quando não consigo te fazer sorrir, por ver minha felicidade incompleta quando não consigo te acalmar, por saber que meus olhos ficam vagando no meio de uma reunião séria quando sei que você está triste. Por eu gostar de ouvir suas histórias antes de dormir, por você arrepiar todos os pêlos do meu corpo com um abraço, pelas dancinhas de felicidade pela casa. A cada novo sorriso, beijo, idiotice, eu só penso que eu preciso que você vá logo embora, que eu preciso que isso acabe antes que eu me entregue e seja tarde. Eu sei que você é um cara ajuizado, então, por favor, desista e diga logo o iminente adeus.

Sobreviver

Sempre achei que, ao contrário de tudo que a gente cria e não vive, sonhos são inquebráveis. Hoje vejo que não, sonhar é só mais uma das ilusões que a gente tem, porque de certa forma eles nunca existem e nunca existirão. Por que? Simples, a gente sempre almeja algo dependendo dos outros, raros são os sonhos solitários, os que são capazes de nos transformar sem precisarmos de mãos estendidas e braços abertos. Decido assim, mais uma vez, que a solidão ainda é a melhor resolução pra todo e qualquer tipo de problema. Não há nada capaz de afetar quem está só, estamos acostumados. Acostumada a não depender de abraço, carinho e colo, acostumada a pensar com a própria cabeça, a dar os próprios passos sem ter alguém que me faça olhar pra trás. Acostumada a não me apegar, a não esperar nada, a não olhar pra trás. Pode soar dramático ou exagerado, mas não é, se tornou muito mais simples que relações e sonhos utópicos que vejo todos os dias passar sobre mim. Não sonhar, não depender e ser só, foi a maneira que eu encontrei pra sobreviver.

sábado, 21 de julho de 2012

Talvez

Tem um grito preso no meu estômago agora, talvez por isso ele teime em doer, sem se importar com a quantidade de comprimidos que venho ingerindo pra cessar a bola de fogo que ele se tornou. Tem um excesso de lágrimas perfurando o meu pulmão e provavelmente devido a esses buracos minha respiração falhe a cada esforço pra respirar. Tem o desejo do fim instalado em cada parte do meu corpo e estou certa de que é isso que me faz querer não levantar da cama. O que me salva são os dedos, os da mão, que ainda relutam contra as ondas de decepção e desespero que embolam meu corpo num caixote me jogando na beira da praia, estes ainda querem viver e acham que escrevendo podem me sarar. Às vezes eles falham, me  dizem que eu deveria falar (mesmo que sozinha), me contam que estão sobrecarregados e sem dar conta de jogar pra fora de mim tudo que não deveria me habitar, mas eu nem respondo, continuo estática, fingindo que ajo, fingindo que escuto, fingindo que vivo. Talvez seja como Caio disse "só preciso de férias e um porre", talvez eu só precise parar de prostrar um sorriso no rosto e piadas em redes sociais e conseguir gritar ou chorar. Talvez eu só precise dormir até deixar de existir. Cada nova decepção que vem, eu fecho os olhos e repito "é só mais uma, ta tudo bem".

sexta-feira, 20 de julho de 2012

De volta

Deito perto do seu leito e longe dos seus pensamentos, constato mais uma vez que quando não tenho acesso à eles a minha vida se torna um pouco melhor, ou um pouco mais ignorante, mas Cazuza dizia "os ignorantes são mais felizes" e eu concordo. Não entendo como alguém pode me conhecer tanto, pode saber de cór a fórmula pra me fazer feliz e ainda assim preferir me ver sendo esmagada pela dor de uma troca que eu sei que não vale a pena. Como eu sei? Eu estava lá vendo tudo que você tocava desabar, eu estava lá sendo invisível, eu estava no mesmo lugar chorando e esperando o surto passar. Eu ansiei a vida inteira pelo momento em que seríamos exatamente o que somos hoje, e sabe o que dói mais? Chegar ao pódio e desistir do troféu, chegar primeiro que todo mundo na linha de chegada e ao invés de cortá-la, passar por baixo dela, ver tudo ir embora sem que eu possa ao menos implorar pelo contrário.
Sei da mudança climática que percorre o mundo, sei do avesso de ideias que ronda a sua mente, sei que preciso mais uma vez me redimir apenas ao que sou e seguir com o coração picotado. Sei que o inferno nunca foi tão frio. Sei que eu queria poder congelar esses meses pra sempre, enquanto o pesadelo não vem.

Cebola

Gosto das minhas madrugadas assim, de uma maneira que eu jamais gostaria de imaginar. Do seu dedilhar no violão e nos meus cabelos, fazendo música das duas formas. Gosto e tenho medo, porque é isso que eu sempre faço: busco maneiras de estragar tudo que me faz bem. Tenho medo de te inserir nessa loucura que eu projeto todos os dias quando acordo, e é exatamente o que tem sido e eu não preciso me dar conta pra acontecer. Hoje o medo aumentou, ele vai além da minha neurose de que provavelmente você não sente tesão por mim, atravessa o físico e o presente, meu maior medo é de não poder te ouvir contar histórias fixando o olhar no teto amanhã, que eu não possa te chamar de idiota, babaca ou prepotente quando o sol nascer novamente desse lado do mundo, de começar a falar dos meus pensamentos e sentimentos ao invés de escrevê-los diariamente e assim perder a inspiração, de confiar demais e ver tudo sendo jogado poço adentro, lixo afora. Sei que agora meu pescoço se enche de manchas vermelhas, tal como eu tenho antes de ter uma crise e que eu tento disfarçar fingindo que acho graça. Não leve a sério. Apenas uma licença poética de madrugadas frias, ok? Quando essas linhas acabarem tudo volta ao normal, você canta a música que quer, faz a massagem que ainda me deve e tenta ter coragem de ir embora.

quarta-feira, 18 de julho de 2012

Aqui



Me canta e encanta daí, parado exatamente aonde você está. Daqui, só vejo as covinhas nas suas costas, "sele de qualidade" e ouço tua voz plagiando a do Caetano enquanto lava a louça de almoço de domingo. Basta te ter assim pro meu dia clarear. Sei que parece poético demais, meloso demais, clichê demais, mas eu nunca tive tanta vontade de estar em algum lugar como quando você me abraça. Tu é a minha exatidão, a minha plenitude, o meu "fim do caminho", sei que agora posso sentar, tomar água e descansar, que não preciso mais buscar tanto do mundo lá fora, encontrei, na sua mania de me cuidar, a resposta pra maior parte das perguntas que me fiz em 20 anos. E tudo que eu espero ser tem um pouco de você e das histórias que vivemos juntos e contamos pros nossos amigos no bar da esquina do seu apartamento quase toda sexta à noite. Não preciso de mais nada agora que possuímos o mundo, o fundo e o direito de te querer bem como nunca quis ninguém. Eu só preciso continuar aqui, de olhos fechados te ouvindo cantar.




"Teu corpo combina com meu jeito

Nós dois fomos feitos muito pra nós dois
Não valem dramáticos efeitos
Mas o que está depois

Não vamos fuçar nossos defeitos
Cravar sobre o peito as unhas do rancor
Lutemos mas só pelo direito
Ao nosso estranho amor"

sexta-feira, 13 de julho de 2012

Cebola

- Você assistiu o primeiro filme do Shrek?
- Aham, por que?
- Você se lembra no primeiro filme, quando o Shrek e o burro estão voltando pro castelo e o burro o compara a uma cebola?
- Lembro vagamente, me conta.
- O burro fala que o Shrek é como uma cebola: tem várias camadas, mas no fundo é uma boa pessoa.
- E daí?
- Você é uma cebola. No fundo, vale a pena.


cebola

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Caracóis

Percebi que penso em você todas as vezes que fecho os olhos, talvez seja por isso que inventei mil e uma coisas pra fazer hoje desde que despertei de uma noite inteira de sonhos com você. Acredito na lei de atração e, ainda mais, nas surpresas que a vida se encarrega de nos trazer, especialmente nas que ela insiste em nos fazer ver. E com certeza você foi assim.
Mesmo de olhos abertos, te sinto aqui, deitado no meu lençol quadriculado me fazendo ver estrelas que não existem no teto do meu quarto. Sinto seus dedos passeando pelos lugares mais inesperados do meu corpo e minha surpresa ao contradizer a minha teoria de que "homens não sabem fazer sexo dos bons porque enxergam as mulheres apenas como bunda, buceta e peitos". Gosto de te sonhar assim: sem camisa, deitado no meu colo, embolando meus dedos entres seus cachos em um cafuné, rindo da minha cara, implicando com meu esmalte, minhas espinhas e os furos do meu pijama velho, gosto das suas piadas que me fazem gargalhar no meio de uma palestra ao lembrar e ainda mais do seu ar de seriedade ao abaixar a minha calcinha, gosto da cumplicidade que temos e da amizade que construímos acima de tudo.
Estranho, hoje quando acordei de você, a primeira coisa que veio a minha mente "preciso parar de vê-lo antes que eu me apaixone" combinou com minha neurose de "você me conhece demais pra transar comigo" e eu tentei me arrepender da melhor madrugada de 2012, o máximo que consegui fazer foi sorrir com a sua sms de bom dia e desejar que outra noite dessas chegue logo.

terça-feira, 10 de julho de 2012

Litoral

Lembro que no dia que você fechou o negócio da sua casa na praia ligou pra me contar, eufórico com a novidade, dizia estar falando comigo e olhando o mar, que fica de frente pra janela do seu quarto. Pode parecer infantil e até masoquista, mas ultimamente não consigo ver outra imagem em minha mente que não essa: você e ela caminhando de mãos dadas pela orla da cidade escura iluminada pelos postes do calçadão e embalados apenas com  som das ondas quebrando na praia. Gosto de te ver assim: sorrindo e olhando-a dentro dos olhos enquanto se aproxima pra um beijo, simplesmente porque o que me faz feliz é saber da sua felicidade. E esse é um nível de amor que achei que nunca fosse alcançar, mas estamos aí, cada um no litoral de um estado, segurando mãos que não as nossas pela praia, beijando bocas não tão macias, vivendo vidas que deixaram de se parecer com sonhos. Ainda assim gosto de te imaginar sorrindo, sei que está, em algum lugar, achando graça de outros bocejos, outras manias chatas, outros abraços repentinos. E sei que enquanto estivermos habitando o mesmo planeta, pra nós, há esperança.

segunda-feira, 9 de julho de 2012

Noite fria

É noite fria e, como toda vez que a temperatura abaixa, vou com meu pensamento onde está você. Faz quase 7 meses desde a última vez que dividimos o mesmo travesseiro (sim, não importa quantos travesseiros cada um tenha pra si, nós sempre adormecemos sobre o mesmo) e confesso que, em todos os dias desse tempo, tive que lembrar a mim mesma que você não estava do meu lado quando deitava do meu lado da cama. Tentei de tudo: dormir do lado seu, no meio, no colchão no chão, no sofá da sala, nada adiantou, você está muito mais em mim do que poderia supor um dia me impregnar de alguém.
Sei que hoje é dia de chopp com os amigos, sei que agora você caminha por alguma avenida fria, com o nariz vermelho e a alergia tomando conta dos seus olhos e ombros, voltando pra casa, a dois quarteirões do bar, pensando que seria mais poético se tivesse chutando pedrinhas e sorrindo, imediatamente, pela breguissee das suas viagens diárias. Sei que vai olhar o céu procurando estrelas e, provavelmente, não vai encontrá-las devido à poluição dos prédios, fábricas e tudo mais que move uma cidade grande tão grande, mas espero mais um pouco, alguns minutos mais, até que você se deite, na cama de sempre lençol e travesseiro branco, como se houvesse apenas essa cor pra roupa de cama no mercado, e, antes de fechar os olhos, vai ver a estrela fluorescente que colei no seu teto, exatamente onde você olha quando reflexiona sobre como foi seu dia todas as noites, e pensar em mim. Talvez você também queira saber o que eu faço nessa segunda de madrugada fria, talvez se lembre que as passo escrevendo porque o fim de semana me inspira quase sempre, talvez releia minhas mensagens antigas e se depare com algum "vontade de você" ou com "quando eu não sei mais o que sentir por você, lembro da sua respiração no meu cabelo e começo a sentir coisas que eu nem lembrava que existiam", essas coisas bobas e bonitas que a gente escreve cego de paixão. Não importa, só queria que, esta noite, você soubesse que penso em você todas as noites (todos os dias também, mas dormir é sempre a pior parte) e que espero, ainda e sempre, poder dormir novamente abraçada na minha certeza de ter tirado a sorte grande na vida.

quarta-feira, 4 de julho de 2012

queria poder me desfazer do meu coração, parar de doer, retorcer, parar de morrer um pouco toda vez que me dou conta de que não tenho mais você.

Nana

Sempre esqueço aniversários e datas comemorativas, mais um aspecto em que sou meio homenzinho, de modo que não lembrava que seu dia estava se aproximando. Hoje à tarde, quando vi que o facebook me avisava do seu aniversário, não teve como não passar um filme na minha mente. Não tem jeito, seres humanos são interesseiros, logo, o que mais contou em todo esse revival, foi o que eu aprendi com a nossa relação, assim, vi que o nosso elo me essenciou muito mais do que dançar na chuva ao invés de chorar por problemas, muitos mais do que economizar dinheiro da mesada pra viajar, muito mais que colocar batata frita dentro do hambúrguer, muito mais que minha paixão por mar, fotografia e brigadeiro, muito mais do que acreditar e viver meus sonhos, muito mais do que a falta de valor pra caretice e pros rótulos alheios, você foi o pontapé inicial pra eu entender que o amor é maior e capaz de qualquer coisa, que o perdão deve partir de dentro pra fora e não de fora pra dentro.
Hoje posso sorrir tranquila sabendo que você, uma das pessoas mais importantes da minha vida, estão ao meu lado (mesmo não fisicamente), embora parte dos maiores erros que cometi tenham te prejudicado. Hoje vejo que amizade vai muito além de dizer, de abraçar, de chorar e sorrir junto, amizade é saber compreender, perdoar e esquecer tudo que pode causar dor ou distanciamento. Obrigada por ser parte de mim, por ser parte da minha história, por continuar caminhando ao meu lado e por nunca termos mudado nada, por me dizer "a amiga doida sou eu e não você, comporte-se" sem me olhar com reprovação, por ser tão livre de preconceitos, rótulos e mágoa.
                           Eu amo você, muito! Feliz seu dia, feliz vida, feliz nova jornada, feliz sonhos!

A falta.

Eu sei que o tempo passou, o calendário pregado com ímã na cozinha sabe, o porteiro do prédio onde moro  desde criança sabe. Mas aqui dentro é como se nada tivesse mudado, eu olho pra você daqui, você está deitado a dois colchões de mim na casa de um amigo em comum numa social que todo mundo ficou bêbado demais pra ir embora e resolveu dormir, do mesmo jeito que olhei a 10 anos atrás na primeira vez que te vi, do mesmo jeito que nos olhamos a 9 anos e meio atrás quando perdemos a virgindade um com o outro, do mesmo jeito que, a também 9 anos e meio atrás, nos dissemos "eu te amo" pela primeira vez. Dói. Não as lembranças, estas são reconfortantes em meu peito cego, mas o fato de não nos sermos mais, o problema é que o tempo passou e a dor da sua falta continuou. Ainda sinto o coração doer e o estômago revirar quando te imagino, e vejo, sentindo por outra o que antes era só e tão nosso. Logo você que me dizia que amor de verdade só acontece uma vez na vida, embora eu teimasse em repetir que temos vários amores e várias vidas na mesma vida. É, moreno, eu sinto a sua falta. Daquelas que me tiram o ar como num golpe, eu faço que esqueço e continuo fingir viver, enquanto na verdade, só sigo revivendo o que eu era com você.