É noite fria e, como toda vez que a temperatura abaixa, vou com meu pensamento onde está você. Faz quase 7 meses desde a última vez que dividimos o mesmo travesseiro (sim, não importa quantos travesseiros cada um tenha pra si, nós sempre adormecemos sobre o mesmo) e confesso que, em todos os dias desse tempo, tive que lembrar a mim mesma que você não estava do meu lado quando deitava do meu lado da cama. Tentei de tudo: dormir do lado seu, no meio, no colchão no chão, no sofá da sala, nada adiantou, você está muito mais em mim do que poderia supor um dia me impregnar de alguém.
Sei que hoje é dia de chopp com os amigos, sei que agora você caminha por alguma avenida fria, com o nariz vermelho e a alergia tomando conta dos seus olhos e ombros, voltando pra casa, a dois quarteirões do bar, pensando que seria mais poético se tivesse chutando pedrinhas e sorrindo, imediatamente, pela breguissee das suas viagens diárias. Sei que vai olhar o céu procurando estrelas e, provavelmente, não vai encontrá-las devido à poluição dos prédios, fábricas e tudo mais que move uma cidade grande tão grande, mas espero mais um pouco, alguns minutos mais, até que você se deite, na cama de sempre lençol e travesseiro branco, como se houvesse apenas essa cor pra roupa de cama no mercado, e, antes de fechar os olhos, vai ver a estrela fluorescente que colei no seu teto, exatamente onde você olha quando reflexiona sobre como foi seu dia todas as noites, e pensar em mim. Talvez você também queira saber o que eu faço nessa segunda de madrugada fria, talvez se lembre que as passo escrevendo porque o fim de semana me inspira quase sempre, talvez releia minhas mensagens antigas e se depare com algum "vontade de você" ou com "quando eu não sei mais o que sentir por você, lembro da sua respiração no meu cabelo e começo a sentir coisas que eu nem lembrava que existiam", essas coisas bobas e bonitas que a gente escreve cego de paixão. Não importa, só queria que, esta noite, você soubesse que penso em você todas as noites (todos os dias também, mas dormir é sempre a pior parte) e que espero, ainda e sempre, poder dormir novamente abraçada na minha certeza de ter tirado a sorte grande na vida.
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