sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Sobre a falta de água.

Faltou água na minha casa por 24 horas. Isso é motivo de escrever?
Tenho agora, água saindo pela torneira, pelo chuveiro, pra descarga e pra meu cachorro e nós (minha rommate) bebermos. Tenho casa limpa, corpo lavado, cama arrumada. Braços, pés, dedos e coração, tenho pulmão e agora inspiro e expiro o ar levinho, tenho pele e agora transpiro cansaço de um dia longo e olhos que enxergam ou se fecham, dependendo da preferência. Estômago grande o suficiente pra caber meus prazeres gustativos e unhas pra colorir com as cores da moda. Tenho o vento que entra pela fresta aberta da porta de vidro e as estrelas penduradas nas nuvens que enfeitam o céu tal qual as pintinhas fazem com um leopardo. Tenho vida, mais algumas horas ou quem sabe, anos, concedidos a mim, pra fazer o que eu quiser e bem entender.
Ser feliz é uma escolha, assim como comer ou não jiló, levar ou não sombrinha quando anuncia chuva. Ultimamente tinha optado pelo sono, pela ausência, pela inércia, mas hoje, ao me dar conta que eu poderia viver sem água, escolhi ser feliz com o que tenho e foi assim que eu descobri: eu tenho tudo.

Escrevo.

Escrevo pra não morrer de tédio, de angústia, de dor. Escrevo pra não morrer e, em contrapartida, pra que ao me ler sintam alguma vida após a minha morte. Escrevo pra contrariar a sorte, pra não engasgar com meus próprios sentimento, como se o que sinto fosse um fio de cabelo preso na garganta: não sobe nem desce, portanto vomito.
Vomito palavras com canetas coloridas, no teclado sujo de poeira, no choro convulsivo noite adentro. Vomito palavras escritas pra não te perder, pra não correr o risco de você me ouvir e sair da minha vida. Escrevo pra curar excessos de amor, calor, rancor, pra não ser tão e sempre o que sobra, pra alguma vez ser a procura porque falta. Escrevo. Engano a saudade com palavras combinadas inventando motivos pras mesmas estarem dispostas em linhas organizadas sem que mais uma vez, seja sobre você.

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Redenção

Como se eu ainda tivesse alguma coisa pra dizer ou fazer em meio a tudo isso. Como se pudesse evitar que toda essa emoção, essa água que exala de mim desaguasse no seu mar. Eu andei por aí, passei por novos portos, naveguei pelo mar em tardes calmas e noites revoltas, tive frio, medo, alegria, desamparo e solidão, eu estive apenas comigo e com o balançar das ondas que me ninavam vida afora. Precisava de uma âncora, eu já sabia disso, descobri poucos meses depois de estirar as velas e decretar que começaria a viagem.
Pensei muitas vezes em voltar, e até tentei, mas já não sabia o caminho, já não sabia seguir e voltar pra um mesmo pensamento. Perdi-me da minha vida e por isso resolvi experimentar outras. Agucei meu paladar, exauri cheiros, sensações, lugares e sentimentos. Reinventei-me e destruí-me pra reconstruir tantas vezes.
Te encontrei. E como em todos os encontros, tive medo, te olhei nos olhos e previ o fim, te abracei e quis sumir. Até te beijar, foi seu beijo, meu amor, que me fez imortal. Foi seu beijo que, pela primeira vez em toda uma Eternidade, me fez querer dar adeus a tudo que eu ainda iria descobrir, a todas as pessoas que eu iria conhecer, e os mundos que eu iria adentrar, foi seu beijo. Quero ancorar, quero criar raízes e destino ao seu lado, ver nossos cabelos acinzentarem com o passar dos anos, dar aos nossos filhos chocalhos, videogames, permissão pra primeira viagem com os amigos, condição de morar em república em outra cidade enquanto faz faculdade, quero beijar seu rosto toda manhã e abraçar seu abraço toda noite, andar de mãos dadas e te contar cada crise existencial, viajar pelo país, ter discussões redundantes, projetos de pesquisa, novos empregos. Quero ancorar no mesmo lugar que você, com você, em você.
Entretanto, ao lançar minha âncora, percebi que o tamanho da corda que tenho ainda não alcança o fundo do mar, ainda não consigo me estabelecer em meio ao oceano, por isso estou aqui, tentando te convencer que não há tempo que se perca quando se trata de esperar por você, que eu fico aqui vivendo a minha vida de forma que ela possa melhor se encaixar a sua quando nossas cordas tiverem a mesma proporção, as nossas vontades e horários combinarem e o nosso porto estiver apto pra receber alguém que nunca mais vai se deixar ir embora.

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Redenção

Eu não me preocupo mais. Não me preocupo com o bagunçado do meu cabelo - você disse que fico linda assim, com errar o caminho pra casa, ou se o carinha que eu ficava até um tempo atrás tem passados as noites frias bem sem mim. Eu não me preocupo mais com as picuinhas que me aparecem, com as fofocas da faculdade, com as notícias dos jornais. Com ser boa aluna, boa filha ou boa suficiente pra caber na calça 36 guardada no fundo do armário. Eu não me preocupo mais...Eu só sinto o ar entrando e saindo dos meus pulmões e o bater do meu coração e a paz que estar viva me dá. Eu só sinto sem querer saber aonde você está exatamente, como os meus pais estão tratando um ao outro, se meu ex ainda pensa em mim, quem ta tendo a sorte de passar as noites com o cara do melhor sexo da minha vida. Sem me interessar pela moda primavera/verão, com a viagem de reveillon, com meu vestido preferido que emprestei pra minha amiga e ela nunca me devolveu. Eu traço meus passos junto dos seus e nada me importa além do enlace dos nossos dedos caminhando ao pôr do sol. Eu devo ter perdido a melhor chopada do semestre, o cara mais gato que entrou esse período ou a parte mais importante da aula enquanto escrevia meu nome e o seu no cantinho do papel, mas eu não me preocupo. Não tenho pré-ocupações, ocupações ou pós-ocupações além de quando nossos beijos vão se encontrar e nossos corpos se abraçar. Eu não me preocupo mais. Não me preocupo com o bagunçado do meu cabelo - você disse que fico linda assim e eu acredito em cada palavra que você diz sem me preocupar se você voltará a dizê-la.

sábado, 24 de setembro de 2011

Primavera

Não é de hoje que sou apaixonada pelo vento, tampouco que decidi que a primavera é minha estação favorita. Não é de hoje que ouço pessoas reclamando do vento forte no rosto que setembro causa, do tempo não decidindo se fica frio ou quente, dos dias ruins pra pescar; pedalar; trabalhar. Não é de hoje que as pessoas esquecem de ver a beleza onde ela existe ao invés de procurá-la no vazio.
Quando eu era mais nova, usava o codinome "xuvadeveraum" que ninguém entendia e finalmente explico: a chuva de verão vem, forte, devassadora, mas passa e passa tão rápido que a gente mal se dá conta que os raios de sol saíram de cima da nossa cabeça. Cresci, parei de surtar tanto, de oscilar tanto, mas ainda preciso dos meus tempos de devassidão. Foi assim que descobri o vento, foi assim que descobri a primavera, foi assim que escolhi setembro.
Eu sou uma metamorfose ambulante, e já era antes mesmo desse termo ser inventado (mesmo que eu não existisse nem no saco do meu pai quando ele o foi), visto e desvisto personalidades, sentimentos, desenho o mundo inteiro e decido, rasgo tudo, jogo as tintas fora, me leio e amo, releio e detesto, e embora tente apagar, nunca volto a ser limpa, pura, branca. Eu sou um vendaval, entre dias de sol ou chuva, eu sou tempo de ventania. Insatisfeita, me estico na beira do mar e deixo que ele venha me levar, me ventar, me levar pra longe e me trazer de volta. Deixo que o vento leve minhas dores, desamores e até os sentimentos. Deixo o ar purificar os sentidos, os pensamentos e que venha ventando de volta só o que me traz paz. Adoro a sensação de não conseguir sair do lugar quando venta demais. Adoro saber que embora eu teime em andar descontroladamente, existe algo que me para, que me faça refletir, que me sossegue. Existe algo que me faz calar a boca, me ouvir. Existe algo que me prende e me move, algo maior que toda explosão que habita minha mente, meu corpo, meu coração. Existe um mês inteiro, toda uma estação que combina com a minha mania de mudança, de experimento, de sensações.
Bem vinda primavera, que sejam bem vindas todas as mudanças, toda a ventania que virá contigo. Que seja bem vindo a destruição de tudo que não é límpido e que você faça brotar novas flores em seu lugar.
"Venha! O amor tem sempre a porta aberta e vem chegando a primavera, nosso futuro recomeça..Venha que o que vem é perfeição..."

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Redenção

E você ainda me pergunta porque eu não quero mais a sua respiração embolada na minha. Sabe a quanto tempo eu não derramo uma lágrima por ninguém? Sabe a quanto tempo eu não idealizo filhos e casas e dias ao lado de alguém? É, nem eu sei. Nem eu sei exatamente quanto tempo eu espero por você, quanto tempo eu sonho com você sem saber que era você. Nem eu sei a quanto tempo eu guardo todo esse amor pra você, toda essa intensidade, essa vontade de viver e os erros misturados aos dias só pra você.
Eu juro que achei que nunca mais fosse sentir esse vazio, esse aperto no peito e no fundo isso é até bom, mostra que eu ainda tenho sentimento depois de me achar uma máquina. Eu juro que achei que minha vida seria em paz, e estava sendo, a paz de não esperar o dia seguinte, de não querer nada de ninguém foi a melhor coisa que já me aconteceu andes de você. Eu juro que achei que nunca mais ia desejar alguém como a própria vida ou me entregar sem olhar pra trás.
Agora somos só você, eu e estradas opostas. Só você, eu e a saudade do que nunca aconteceu. Só você, eu e todo amor que sempre guardei pra você e nunca vou te dar.

domingo, 18 de setembro de 2011

Redenção

E você ainda me diz que não sabe de nada além do medo que ronda o peito. Me olha de lado e diz que não quer demonstrar, como se ainda existisse tempo ou chance pra isso. Não, não há, me acredite. E não fique pensando que de alguma forma isso seja ruim, não é.
Eu me acostumei a não me entregar, a não olhar nos olhos, a não sentir. Enfiei na cabeça que sexo com amor é ruim, que relacionamentos serão sempre péssimas lembranças no futuro, que nascemos sozinhos e devemos aprender a ser sozinho sempre de uma vez por todas. Eu me acostumeia não pensar em ninguém, a me preocupar apenas comigo, a não criar laço de alma com ninguém por uma música. A não ligar no dia seguinte e nem esperar que me liguem, falar da boca pra fora, escrever sem sentir, a abraçar sem me entregar, beijar sem gostar. Insisti que experiência era sinônimo de experimentar, que liberdade é o mesmo que não ter nenhum elo ou compromisso, que não preciso me prender a alguém se tenho o mundo inteiro preso a mim de alguma forma misteriosa.
Então eu te notei, nos notamos, nos percebemos concomitantemente após passar tanto tempo como fundo da figura da vida um do outro. Já te expliquei que você tomou conta do meu pensamento sem que eu percebesse, mas nunca te disse que eu já previa isso e só por isso eu te evitava, eu olhava pra você e sentia o perigo de se apaixonar tomando conta do meu corpo. Dizem que o amor aparece quando menos esperamos e venho por meio deste contrariar mais uma regra. Você me apareceu quando eu já estava cansada de fugir, fingir, sair, eu diria que desejei você se lembrasse do seu paradeiro.
Agora fico aqui, refazendo seus passos e palavras, lembrando seu olho, mãos e dentes, querendo seu abraço, teu colo, teu cheiro. Você diz que tem medo de gostar demais e eu digo que isso é a única coisa que não tenho medo, eu já gosto demais, não dá mais tempo de deter isso. O meu medo é que eu abra os olhos, acorde do sonho que é te ter comigo - mesmo longe - e me veja sem você. Morro de medo é de acordar sem uma mensagem sua no meu celular, dormir sem sua voz dengosa dizendo que sente saudade, eu tenho medo que essa distância toda acabe com tudo de bom que transborda no meu peito agora. Meu medo é que você desista, que a gente desista, que tudo acabe ou se transforme em cobrança, que essa fase tão boa se perca na memória. Meu medo é que você leia isso tudo e me diga adeus e, mais ainda, que diga que se é assim veio pra ficar. Porque eu sei que quando você descobrir tudo que sou, aí sim, vai embora sem nem olhar pra trás.

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Agosto.

Sei que estou escrevendo sobre o mês errado. Sei também que nunca usei isso aqui pra dar explicações ou satisfações da minha vida (e não foi por má vontade, mas por eu mesma muitas vezes não entender as muitas pessoas que habitam meu íntimo).
Desde criança eu não gosto do mês de agosto, coitado. Fico o ano inteiro fingindo que não percebo sua chegada, fingindo que não sei que depois dele, vou ser outra. Esse ano não foi diferente.
Se houvesse mesmo um modo disso acontecer, diria que mudei de alma, só isso explicaria isso que sou, que vejo hoje. Um dia, eu acordei de manhã e vi que não via mais as coisas com os mesmos olhos de antes, já não via nem a mim. Cansei de escrever, chorar e dizer que eu tinha saudade de mim mesma, que eu estava largada no meio de uma estrada deserta esperando que eu mesma chegasse pra me resgatar. Não aconteceu. Pelo menos não da maneira que eu queria...
Quando eu estava lá deitada no meio da estrada, me esperando, aconteceu uma coisa: minhas lágrimas acabaram. E quando isso aconteceu e eu finalmente abri os olhos era noite, e o céu estava cheio de estrelas e então eu comecei a contá-las e depois a ligar uma estrela a outra fazendo desenhos no céu. Respirei fundo, quanto tempo tinha ficado sem respirar? e senti o vento movendo lentamente as ondulações do meu cabelo. Levantei, sorri e percebi que as estrelas me diziam adeus enquanto o sol acordava. Foi então que eu vi, vindo lentamente junto do sol, uma menininha que lutava contra os próprios ímpetos pra não sair correndo e me abraçar, me deu a mão e falou "não quero mais andar sozinha, vem comigo? quero te mostrar uma coisa!". Não andamos muito pra chegar em uma bifurcação, onde ela me fez sentar ao lado dela, ainda de mãos dadas. "eu não suporto ter que escolher, eu sempre queria ter os dois. Mas eu já sabia que ia dar nisso e por isso que eu te trouxe comigo. Aliás, a gente nem se apresentou: oi, meu nome é Amanda, tenho 7 anos, minha cor favorita é rosa e não conta pra ninguém, mas eu morro de medo do escuro, dos meus pais se separarem e de todo mundo ir embora e me deixar pra trás" "e o que você tava fazendo sozinha numa estrada deserta?" "ué, você que me chamou!" "eu?" "não seja boba! Você tava agora mesmo chamando por uma resposta! Eu vim!" "você se acha neah pirralha? Desde quando você é a minha resposta?" "Desde quando você me deixou mandar na sua vida, desobedeceu tudo que mamãe ensinou, mentiu, se enganou, fez um monte de coisa feia que eu nem posso falar..." "você fez neah?" "o que você esperava? mamãe não me deixa nem brincar na casa da vizinha e de repente você vai e deixa eu sair pra onde quiser, comer tudo que eu quiser, fazer quantas pirraças eu tiver vontade sem ficar de castigo depois" "ta, já sei disso tudo. agora me fala logo o que a gente ta fazendo aqui que eu tenho que encontrar a Amanda de 18 anos, ela sim resolveria tudo, se eu fosse ela de novo" "nossa, a mamãe ta certa quando diz que eu só falo besteira, te ouvindo agora ficou fácil entender" " fala logo!" "se a gente for pela direita, eu continuo mandando, continuo brincando de conhecer todo mundo e todos os lugares, de não pensar nas consequências, de não ter consciência e de se dar bem mentindo. se a gente for pela esquerda você manda, fica aí com suas chatices e responsabilidades que sinceramente eu acho você nova demais pra assumir, você só tem 21 anos e quer se mudar por dentro, não quer mais perder a consciência e agora deu pra não querer mentir nem pra si mesma" "e o que você ta esperando pra ir pela direita se é muito mais legal e tudo que você quer é liberdade?" "vou te mostrar uma coisa, mas promete que não conta pra ninguém?" "de dedinho" Eu, aos 7 anos, levantei a minha camisa laranja do ursinho pooh e mostrei pra mim, aos 21, meu peito todo costurado com linhas tortas, de modo que dava pra ver o negro dentro do meu peito e sangue seco agarrado em volta do machucado. "quê que isso?" chorei ao perguntar. "você" "como?" "se eu for pela direita, meu coração acaba assim: destruído e doído. Você lembra quantos sonhos eu tenho, em como eu acredito no amor?" "lembro, às vezes eu lembro" "eu te fiz ver que nada disso é importante e ao invés de você consertar os arranhados do meu coração de criança, você acumulou tudo e nosso coração ta assim, mas eu levei ele comigo porque eu sei que você tem mais medo que eu e ia ter medo de você mesma assim" "eu tenho medo de mim mesmo assim" "por onde a gente vai agora?" "eu não quero nunca mais te deixar sozinha, eu quero cuidar do seu coração, vem aqui, nossa, a gente tem olhos lindos. Não chora, o que você ta pensando?" "eu senti saudade de você. Sabe, você às vezes é pior que a mamãe, fica reclamando de tudo, se culpando, controlando, implicando. Você fica querendo estudar, fazer serviço voluntário, arrumar a casa e a cama, mas na maioria das vezes você é legal" "sou?" "claro que é! Você sorri fácil, respira o ar puro da floresta como se fosse a última vez, vai acampar, perdoa todo mundo, ama demais, passeia, acampa, escreve e quando não tem ninguém olhando, deseja uma filha igual a mim. Eu não quero mais ficar sem você" "mas você se diverte mais indo pela direita e lá só entra crianças" "é, eu sei" (silêncio) "se eu for com você pela esquerda, você promete que vai brincar comigo às vezes, deixar eu contar piada e dançar como se ninguém tivesse olhando?" "pelo menos uma vez por dia".
Eu não voltei no tempo, nunca consegui, mas passei agosto conversando comigo, passei agosto fechada em mim mesma tentando decidir por qual caminho eu iria, passei agosto inteiro pra dar as mãos a mim mesma e seguir pela esquerda. Passei agosto pra encontrar com várias de mim pelo caminho e era lá que estava a menina de 18 anos que eu tanto procurei, sentada na beira de estrada me procurando enquanto lia um livro deitada na rede. "porque você demorou tanto?" lembro de ouvi-la perguntando "eu achei que a gente nunca mais ia ser feliz de novo, sua lerda! Aposto que parou em todos os lugares que encontrou uma de nós pra matar a saudade de si mesma" "ô garota, deixa pra falar assim com nossos irmãos e vamos logo que ta chegando setembro" "e daí?" "e daí que é quando os ventos mudam e a gente tem que estar pronta" "pronta pra que?" "pra ser eu mesma de novo. E dessa vez, eu comando, vocês só podem dar palpite. Prometo que no final, dessa vez, a gente vai ser feliz".