Tenho agora, água saindo pela torneira, pelo chuveiro, pra descarga e pra meu cachorro e nós (minha rommate) bebermos. Tenho casa limpa, corpo lavado, cama arrumada. Braços, pés, dedos e coração, tenho pulmão e agora inspiro e expiro o ar levinho, tenho pele e agora transpiro cansaço de um dia longo e olhos que enxergam ou se fecham, dependendo da preferência. Estômago grande o suficiente pra caber meus prazeres gustativos e unhas pra colorir com as cores da moda. Tenho o vento que entra pela fresta aberta da porta de vidro e as estrelas penduradas nas nuvens que enfeitam o céu tal qual as pintinhas fazem com um leopardo. Tenho vida, mais algumas horas ou quem sabe, anos, concedidos a mim, pra fazer o que eu quiser e bem entender.
Ser feliz é uma escolha, assim como comer ou não jiló, levar ou não sombrinha quando anuncia chuva. Ultimamente tinha optado pelo sono, pela ausência, pela inércia, mas hoje, ao me dar conta que eu poderia viver sem água, escolhi ser feliz com o que tenho e foi assim que eu descobri: eu tenho tudo.
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