domingo, 23 de dezembro de 2012

Não é nada, é só o pesadelo, aquele do riso, sabe? Que continua me perseguindo todas as noites. E todos os dias.

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

BUM!

Faltam 10 minutos pro fim do mundo e de dentro do meu sono, ouço explosões. BUM! O mundo acabou e não conheci o Machu Picchu. BUM! Não fiz um mochilão pelo litoral brasileiro. BUM! Não me formei, não fiz mestrado, doutorado e nem trabalhei por 2 anos fora do país. BUM! Perdi tempo demais na internet e me preocupando com idiotices. BUM! Não trabalhei no médico sem fronteiras por 6 meses. BUM! Não tive um filho, não ensinei nada pra ninguém, não escrevi um livro, não rodei um filme, não aprendi a tocar violão, não pulei de asa delta e não faço ideia de como se fala alemão. BUM! Não venci o orgulho, o medo, a inveja. BUM! BUM! BUM! Na minha cara explode tudo que eu não fui, não fiz e provavelmente o meu comodismo não vai me deixar ser. Agora eu entendo porque, mesmo os céticos, se escondem atrás das piadas e hipóteses a fim de tentar negar sua impotência.
Eu sempre acordo bem e o mundo parece um lugar feliz.
Até eu colocar os pés fora de casa.

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Ninguém está realmente interessado em como o outro se sente, é como vejo. Todo esse papo de "pode contar comigo" "como você está se sentindo?" é só a procura incessante por uma brecha pra falar de si, se mostrar. Somos todos desesperados em busca da atenção que deveria nos ser dada por direito. Que direito? - pergunto-me - O que nos faz pensar que merecemos atenção, cuidado e afeto? O que nos faz crer que teremos cafuné, carinho nas costas e chá quente pra chamar o sono enquanto o choro é interrompido por soluços durante a noite? Nada. Não há qualquer termo, lei ou senso comum que nos garanta qualquer coisa que realmente precisemos. Não há nada que nos garanta amor, aquele amor além do superficial, ou do parental - que é obrigatório e nem sempre verdadeiro - aquele que a gente realmente precisa sentir pra continuar tendo força pra resistir, aquele que não existe.

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

As pessoas usam Deus como consolo e eu não quero ser consolada.
- Não aguento mais sonhar com tudo que assombro.
- Você deveria agradecer a sua mente por estar tentando te fazer aprender a lidar com os seus problemas.

(in)Certezas

Não sei lidar. Escrever. Falar. Pensar. Nada. Minha mente se encheu de pontos que insistem em se tornar reticências antes do final da frase. Eu sei que a força do opressor está no oprimido. Sei que cada ser é influenciável pelo meio. Sei que o meio pode ser mudado de acordo com o comportamento de cada ser. Sei que não existe certo e errado. Que a moral cristã não define caráter e não deve definir a (minha) vida. Sei que um coração pode ser estraçalhado algumas centenas de vezes e se reconstituir. Sei que os traumas não podem ser esquecidos, apesar da grande vontade de deixá-los guardados numa gaveta trancada numa casa abandonada no Alabama e nunca mais voltar. Que o fim mundo individual é ainda mais temido que o fim do mundo geral - e que ele sempre chega. E que é necessário se afastar do mundo pra saber qual o mundo há dentro de si. Da fragilidade dos sentimentos, pensamentos e corpo. Das inúmeras formas de se perder e de fracassar. Sei da capacidade de se reerguer, de consertar, de fazer a luz sobressair na sombra causada por si mesmo. Que dá pra viver sem lembrar do passado, mas isso não te leva até quem você é. Que vou passar a vida tentando descobrir que eu sou, sem sucesso, devido a capacidade de mudança nata a cada ser. E que se eu descobrir quem eu sou, incapaz de me transformar, não há mais sentido pra estar aqui. Sei como é aliviante se livrar de todas certezas. Do quanto é libertador admitir em mim erros e defeitos que tanto abomino. Do quanto é bom voltar atrás, e melhor ainda, não precisar disso. Da leveza que há em se contradizer, querendo sempre saber mais e opinar menos. Sei. E se pensar bem, só sei das coisas que eu não faço ideia do que seja. Não sei se quero saber, mas é bom compartilhar. Não quero ser nada além disso que estou sendo, porque é só o "estar" que me dá capacidade de ser muito e diferente.

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

- Nada não, deixa pra lá.
- Me fala, o que ta acontecendo?
- Sei lá, só tenho achado todo mundo meio bobo.
- Bobo?
- É, desinteressante. As pessoas perderam a graça, a importância, a beleza interna, entende? Não me dá vontade de me aproximar.
- Mas como você acha que isso aconteceu?
- Desde que eu acordei do mundo da ilusão do superficialismo, eu acho.
- E o que disso tudo você acha que dá pra mudar?
- Nada não, deixa pra lá.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Segunda feira.

Dias nublados quase sempre me inspiram à escrita, especialmente segundas-feiras, acho que por isso mal falo tanto delas.
Fico pensando que muita coisa me foi tirada ao longo da vida, perdi tantas capacidades que eu sentia como natas, tantas ferramentas psicológicas primordiais à sobrevivência. Por sorte (ou talvez pelo pedido do Cazuza por piedade da gente careta e covarde que eu era), não perdi, junto com meu chaveiro de elefante azul numa avenida movimentada, a capacidade de pensar. E fico pensando de onde vem essa mania de dizer muito mais do amor do que vivê-lo que antecede à fase que começamos a prever os erros nas coisas, porque eu me dizia incapaz de ser amada, porque o desconforto tão grande em amar alguém que ainda me assola em pelo 2012. Penso em tantas características que eu não queria ter de alguém e, me esforçando tanto para não sê-lo, absorvi seus defeitos, como que por osmose imitando seus desalinhos e desafetos. E no quanto eu preferia passeio no parque à boneca do mês (uma sutil maneira de abominar as reuniões de trabalho que o chefe do meu pai insistia em fazer nos dias do meu aniversário), mas nunca consegui demonstrar que, pra mim, a felicidade é simples e, portanto, o simples é muito melhor (quase ignorando, entretanto, que só vejo o simples como melhor como uma forma de rebeldia ao luxo, conforto e excesso de segurança que meus pais trabalham duro pra me dar). E então, quando me dou conta do que realmente julgo importante, fico à beira de um acesso de raiva ao me dar conta que faço bico pelo mesmo motivo que julguei "ser coisa de gente fútil que não sabe amar": quando me falta dinheiro pra cumprir todas as exigências que criei, influenciando e influenciada pelo mundo à minha volta. Não me entristeço, porém, de forma mais grave, apenas porque hoje me dou o direito de me contradizer e de, como já foi dito, nada saber. Não me entristeço porque ainda prefiro ter opiniões opostas a respeito do mesmo assunto, mudar de conceito a cada nova hora do mesmo dia, ser a instabilidade e tudo que ela acarreta, à me ver como alguém hipócrita, que não sabe admitir errar, que não volta atrás depois de decidir.
Não me entristeço com a falta de sol nos dias, por isso eles me inspiram, porque me lembram que a luz existe, mesmo quando não exposta. Porque me lembram eu mesma, porque me fazem pensar que tudo que eu penso de mim e do mundo, é só mais uma  ideia besta de quem, mesmo sabendo não saber nada, insiste em dizer das ideias sobre alguma coisa.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Fim do mundo.

Segundo a previsão da maior parte dos povos que antecedem a nós, faltam 17 dias para o fim do mundo. Sim, menos de 3 semanas pra que o planeta seja atingido por um meteoro, pra que todas as catástrofes climáticas disparem ao mesmo tempo, quissá pra terceira guerra mundial explodir e as potências mundiais explodirem nossas caras na nossa cara apertando apenas um botão. E aí, o que tem feito? É isso, então: 22 anos, faculdade federal, festas-viagens-amigos a perder de vista. E aí, o que tem feito? Hoje enxergo que não importa quanto tempo de vida eu tenha ou passe, sempre vou ter a impressão de não estar fazendo nada.
Se eu me olhasse agora com meus olhos de 12 anos, bateria palmas pra mim e dormiria tranquila sabendo que finalmente chegaria aonde sempre quis, sim, estou exatamente aonde sempre quis estar, em tudo. E por que então não parece o suficiente?
Se eu me olhasse então com os olhos dos, segundo essas bestas previsões, improváveis 35 anos, me orgulharia do que estou sendo nesse instante, do meu dia inteiro, dos meus atos, das pessoas que sou e encontro, de estar sentada na frente do computador 00:47AM escrevendo num blog que quase ninguém lê. Sim, sou exatamente a história que quero contar. Então por que parece que eu poderia ser muito mais?
Não sei de nada e gosto disso. Finalmente deixei o peso do saber jogado na estrada e me vesti da descerteza que eu sempre queria ter tido (ou não, pois ela não me traria aqui). Eu me desconstruí e, ao contrário de muitos que observo, não me refaço de cacos, tenho a calma de uma criança montando e desmontando castelos de areia na beira da praia (como diria um autor perdido por aí, dando importância tamanha a ele porque sei que pode ser só mais uma breve construção e que, como tudo, terá fim). Hoje eu não sou nada, não sei nada, apenas estou, também não sei o que, quando ou como.
Sento-me então na rede da varanda, apago a luz, faço das poucas estrelas no céu (como sempre deixando as nuvens enconbrí-las) e do meu travesseiro de astronauta minhas únicas companhias.
Pode ser que tudo se destrua em poucos dias, não estou em pânico, eu só quero ficar aqui me enchendo cada vez mais do que sou.

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Rê'volução

Foi o que você fez então. Me reformou, já disse mais de uma vez que me sinto numa igreja protestante, quando ao seu lado, me torno uma versão tão boa de mim mesma que nem parece eu. Você pegou uma borracha e apagou todas as minhas linhas tortas e, não satisfeito, passou marca texto nas minhas partes bonitas, em tudo que eu vivi e que me tornou o que sou. A sua certeza na gente é a válvula de esperança que eu precisava pra acreditar que o amor existe sim, e não só nas palavras, como eu achei, mas no dia-a-dia. E quando eu insisti que ele, o amor, sempre vira cobrança ou rotina, você me mostrou que cuidado e cobrança são coisas distintas e que o que as pessoas chamam de rotina, a gente chama de felicidade apenas por abrir os olhos e nos ver lado a lado sabendo da nossa companhia até a hora de cerrar os olhos pra mais uma noite de sonhos. Eu sempre me esforcei muito pra ser melhor, sempre me esforcei pra sentir o que eu sinto e veja só: você ratifica a minha teoria de que as melhores relações são as que não exigem esforço, você comprova a minha ideia de que a melhor coisa da vida é quando alguém se apaixona por nós exatamente pelo que somos.
Eu tento assim, nessas poucas linhas, te proteger de qualquer exposição e, ao mesmo tempo, registrar que, embora eu continue achando que amor é silêncio, você me trouxe a vontade de falar, de sentir e de acordar.

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Qual o direito temos sobre a vida e qual o dever temos sobre a morte? Passei a me questionar muito mais que antes. Desde quando a moral - religiosa ou não - me ensina a perdoar o imperdoável e amar o desamável, desde quando o ódio que sobe pela garganta é capaz de fazer qualquer um apalpar a morte com os dentes na carne alheia, desde quando sabemos que como seres da mesma raça não temos o direito de ditar superioridade ou fazer distinção de merecimento. Não acredito que há um ser superior capaz de indicar quem deve ou não permanecer com o sangue correndo pelas veias, tampouco acredito que devamos ir contra os instintos que nos movem. Sem apologia à morte, livre arbítrio que passa sobre a liberdade de outrem ou incentivo à falta de controle, só que, se me tiram a paz do ar, deveria eu tirar-lhe o direito de respirar?

domingo, 18 de novembro de 2012

Qualquer um é capaz de desvestir as roupas de alguém, entretanto, meu caro amigo, raro é aquele que desveste as muitas armaduras que a gente cria ao nosso redor.

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Ninguém, tampouco meus sonhos mal traçados, podem me salvar do que me tornei.  Só te peço que, se ainda sentes minha falta como sinto a tua, que ponhas de novo o abraço dentro do meu e que a gente caminhe juntos pra bem longe daqui.
É claro que a gente é capaz de nos superar: eu a você e você a mim. Que prepotência é essa a nossa em nos julgar insubstituíveis?
Nascemos sozinhos e escolhemos a solidão pra nos acompanhar, não precisaríamos mudar isso agora.
O que me traz aqui então? O que me faz te escrever, lembrar e querer viver?  Escolha. Por que a gente poderia caminhar lado a lado de qualquer um dos 7 bilhões de pessoas do mundo, amar tantos outros sorrisos e se abrigar em tantos outros abraços, seríamos felizes. Mas hoje eu descobri que não vejo sentido na minha felicidade se não puder dividí-la com você. Não vejo motivo em estar longe se tem um mundo ali fora nos esperando para o desmoronarmos. Se tem eu, você e esse amor que eu nunca achei que fosse capaz de sentir. Se acabaram os medos, armaduras e pudores. Se a sua existência ainda é o meu melhor presente nos últimos 9 meses.
Não quero viver uma vida cujo objetivo seja casar e ter filhos.
Também não pretendo ser escrava do trabalho apenas porque nossa cultura nos induz a isto desde que aprendemos a falar.
Com que intuito vim ao mundo, então? Ora, nenhum além de me encontrar.
"Quanto mais eu me engano, mais bobo eu fico". P. Afonso.
Abrir a cortina do Universo ao lado, desembassar a visão e tentar ver as coisas mais claras, já que como verdadeiramente são, é impossível.
"Filósofos são pessoas que escrevem e não praticam". Palona.
"O problema não são as coisas que estão no mundo, mas o efeito que elas causam.
(...)
Desejo e necessidade não está em nós, é projetado". Alê.
Dor na alma agora se mostra num eletrocardiograma?  Remédio recupera o amor que deveríamos sentir? Eu não deveria procurar um médico, eu deveria procurar um coração.
Fome, às 7 da manhã, só se for do seu cheiro na minha pele.

Cebola

Poder ter teus braços envolvendo os meus a cada abrir e fechar de olhos me daria a certeza de uma vida menos ruim e sofrida, de que no final, algo valeu a pena.
Fechar os olhos agora, saber que eu te tenho, você me tem e, de resto, tudo vai passar.

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Fiquei lembrando dos dias em que minha família e eu íamos ao restaurante almoçar, naqueles típicos fins de semana de cidade serrana pequena: eu me entupia de bife com batata frita e pedia sorvete de sobremesa. Na saída, meus pais reclamavam que a comida não estava boa e eu nunca entendia, achava-os mal agradecidos.

Foi mais ou menos isso que eu fiz com todos os meus relacionamentos, até aqui.

quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Do fim.

Tento não contabilizar o tempo exato desde que meu suspiro se transformou numa respiração entrecortada. Só posso dizer da correria dos dias e do que vejo pelo vitral de ideias tortas que minha mente se tornou com a sua despedida. Minha mãe costuma dizer que "homem só deixa um relacionamento quando tem outra" e eu finjo não acreditar nesse discurso machista do século XX, mas a verdade é que o que eu não quero acreditar é que o seu coração habita outro peito que não o meu, que o seu abraço cura outra alma que não a minha. E é nesse "tentar não pensar" que parei a minha vida, é nessa falta enorme que você deixou, esse vazio gigante no lugar do seu sorriso. Talvez eu tenha te amado pouco, demonstrado errado, feito escolhas duvidosas, acho que estou naquela fase em que a gente coloca toda a culpa do fim em nós mesmos esquecendo que toda relação, seja ela qual for, é uma via de mão dupla.
Esses escritos não são pra dizer nada, na verdade. Não tem conclusão, não tem causa, não tem sentido (como tudo que me envolve agora). É só pra dizer que sinto a sua falta, todos os dias. E que sem você nenhum pôr do sol no mar nunca mais foi o mesmo.

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Crock.

Um dos rancores que guardo do rumo da vida é o fato de termos nos encontrado tardiamente mesmo estando perto um do outro. Você sempre foi pra mim alguém que eu nunca precisei desmitificar ou conquistar, quando me dei conta, é como se sempre tivéssemos feito parte um da vida do outro, é como se a nossa amizade sempre estivesse nos nossos pulmões sendo inspirada e respirada. E hoje eu sei que, por mais tempo que o despertar dela possa ter levado, nos temos incondicionalmente. Sei que posso te encher o saco de madrugada com crises existenciais, fazer sua casa de hotel numa sexta de madrugada, roubar as atenções da sua esposa pra mim, te pedir todo o tipo de conselho possível e imaginável (e foi mais ou menos assim que você se tornou o meu conselheiro amoroso oficial), já que a sua paciência e compreensão sempre vão vir na frente de qualquer coisa.
No dia de hoje? Peço que se multiplique os seus sorriso, que multiplique a sua bondade, o seu bom coração, o seu sentir tão leve que dá orgulho de te conhecer e vontade de sempre te ter por perto. Que multiplique a simplicidade como você vê as coisas, que você torna a vida, que trata todos que te cercam.
Obrigada, meu amigo, por eu poder te chamar assim, por fazer parte de mim, por me encontrar no sul do país ou no quintal da sua casa. Obrigada por se fazer presente sem impor ou cobrar presença por todos esses anos. Esse texto é só uma maneira (insuficiente, claro) de te mostrar o tamanho da importância e valor que você tem em mim e na minha vida. Parabéns, não só por hoje, mas por você ser quem é.











Foto em: 27 de janeiro de 2010 - Marcha de Abertura do Fórum Social Mundial em Porto Alegre.

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Sem resposta.

Você não é o homem mais bonito que eu conheço. Tampouco o melhor sexo da minha vida. Poderia listar agora pessoas mais inteligente e/ou engraçadas que você sem a menor dificuldade. E o seu beijo tá longe de ser o mais gostoso que já provei. Então, porque agora estou aqui gastando tempo pra colocar em palavras algo que nunca chegará ao seu domínio? Não sei ao certo, tenho o costume de só ter perguntas. Todas as minhas respostas começam com “talvez”. Talvez seja porque o seu abraço me provoca uma mistura de proteção e tesão que eu não consigo explicar muito bem. Ou porque quando te conto de mim tenho a sensação de estar sendo ouvida e compreendida mesmo quando é alguma idiotice. Quem sabe porque a sua presença me causa um misto de paz e tormento. Talvez seja o timbre exato da sua voz cantando pós-coito. Ou a mania de começar a tocar violão e esquecer o que ia dizer/fazer. Ou a sua expressão de quando entra em mim que me faz sorrir sozinha ao longo do dia. Talvez sejam os carinhos nas minhas costas e barriga que me surpreenderam. Talvez sejam as madrugadas na rede contando sobre o passado e esboçando um futuro ideal que provavelmente não acontecerá. Ou a mania de desenhar ou olhar pro lado de fora do basculante do banheiro enquanto tomamos banho. Pode ser o fato de você sempre me perguntar qual é a sua toalha (mesmo nas semanas em que você se enxuga com ela todos os dias), sempre me dizer que tenho olho claro, sempre me perguntar por que eu parei de te fazer carinho. Talvez porque eu não dependa de você e mesmo assim te procure na cama a cada despertar desde que você chegou, mesmo quando sei que você não está. Ou pelas confissões de um mundo inteiro feitos um ao outro sem constrangimento. Ou pelo que você misteriosamente faz, que me faz perder o resto de receio ou pudor que me habitava a partir do momento que nossas roupas íntimas repousam no chão do meu quarto. Talvez por você me inspirar um lado fofinha que eu passo os dias tentando camuflar atrás das minhas “patadas”. Quem sabe por que você me conhece como nenhum outro antes. Ou porque eu me sinto tão eu mesma do teu lado que me esqueço das armaduras que normalmente uso pra afastar as pessoas. Talvez seja a sua mania disfarçada de cuidar de mim, me mandando tomar remédio, sentar de perna fechada quando estou de vestido, insistir que eu fale o que eu to sentindo quando minha feição me entrega.
Muito provavelmente não é por nada disso. É apenas o encontro de duas almas afins na mesma época, na mesma história, no mesmo bairro e no mesmo problema. Eu não quero uma resposta, só quero poder continuar te enchendo de perguntas todos os dias antes de dormir.

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Mas eu vou te dizer algo pior. Muito pior do que ter um coração partido. Muito pior do que estar tão mal consigo mesmo que falta vontade de sair da cama, falar, comer - e ainda assim ser obrigado a sorrir e dizer que tá tudo bem. Muito pior do que qualquer dor. É quando alguém que você ama muito, muito sofre. É quando você queria simplesmente pegar toda aquela dor e colocar em você, extinguir toda e qualquer coisa/pessoa que esteja levando a dor até ela, comprar um coração novo no mercado negro e colocar no peito dela até o sangue dela voltar a bombear sem abrir feridas por cada articulação. Quando você olha pro céu, pro mais alto que consegue ver - de olhos fechados - e implora pra que, se tem alguém te ouvindo, que seja capaz de reverter, que seja capaz de acabar com aquela dor, que me torne capaz de, bem como na minha imaginação, criar uma barreira protetora em volta de cada pessoa que eu amo onde nada, nada entre além do que causa amor.

domingo, 14 de outubro de 2012

"Quem tem medo de perder é porque já desejou perder ou destruir"
"Auto-boicote isso, neah?"

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Enquanto não posso tocar-te, me faço em desejos. Ser a meia que esquenta a sola suja dos seus pés. Abraçar seu tronco nessa camisa azul. Dançar no lugar onde habita sua bermuda. Embolar-me em seus cachos, roubar o roçar da sua língua pra minha nuca e a sua voz pras minhas blasfemais  Desejo-te. E mesmo te tendo a 3 passos, apensas desejo-te.

terça-feira, 9 de outubro de 2012

A gente nunca sabe ao certo quanto tempo ficou encarcerado em algum lugar, especialmente dentro do nosso próprio pensamento.

domingo, 7 de outubro de 2012

O que fazer quando se é a luz de quem te puxa pra escuridão?

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Vomitar-te


Ando com tristeza nos olhos e na boca, me disseram outro dia. E é desesperador saber que todo a paz do que eu sentia por você está se transformando em angústia, que todo tormento que a nossa certeza nos dava, aos poucos, vira ânsia de vômito. Não consigo mais ouvir seu nome, Rio de Janeiro, Ibirapuera, metrô, o Mac Donalds do lado do Extra e sua passarela pra cansados ativos como nós, a praia que te fotografei, a música que a gente ouviu, o seu modo de mastigar, o sono pós praia, os pés arrastando no chão pra andar, o cheiro do seu corpo deitado ao lado do meu, Goiânia, movimento...fecho os olhos e me concentro na hora, não posso vomitar no meu primeiro dia no trabalho novo, tento pensar em outra coisa, mas pensar em que? Se você é o meu primeiro e meu último pensamento todos os dias. Desviar atenção pra onde se tudo tem você, se você está tão impregnado em mim que não consigo mais desvencilhar nossos passos. Disseram-me que desfizemos vínculos e nos colocamos algemas e exatamente assim que me sinto: presa, encarcerada sobre seus domínios. Eu queria poder vomitar sim, queria poder vomitar você e tudo isso que sinto, queria poder dar descarga e nunca mais sentir minhas mãos tremerem e minha barriga doer a cada vez que meu celular toca na esperança de que seja você. Eu sei que você nunca esteve comigo por completo, que nunca foi inteiro (a não ser nos poucos dias que passamos juntos), mas juro que hoje me pergunto se vale a pena viver assim ou se eu preferia viver de migalhas, de raspas e restos do amor que você exalava em mim. 
Eu posso não escrever mais sobre o seu nariz na minha nuca madrugada adentro, mas você ainda é o que tem de melhor em toda a minha literatura.

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

"Havia recebido o diagnóstico de esquizofrenia paranóide aguda. Mas ele sabia muito bem: as vozes que ouvia não eram alucinações. Eram os pensamentos das pessoas. Os nossos". (A síndrome de Copérnico)
"Na verdade, o mar é feito das lágrimas dos grãos de areia chorando sua insignificância".
A gente não tem que tentar gostar de ninguém, tampouco tentar fazer alguém gostar da gente. Entenda, as melhores e mais saudáveis relações da vida são aquelas que não exigem esforço
Você fala tantas vezes que se convence. Te digo prestar atenção, mas há muito preguei cortinas em meus tornozelos, de modo que ninguém mais vê pra onde vou. E no vaivém da multidão que encontro em cada ser, me misturo um pouco mais, pra continuar só.
E se você não está dentro da minha mente e sentimentos, só posso convir que, quando aponta pra mim, está, na verdade, falando de você.
Permanecer ao lado do inimigo que acalenta ou deixar o amigo que destrói?
Ninguém sequer percebeu o sangue escorrendo por meus poros, isso me faz achar que, ou eu vejo coisas que não existem ou todo mundo ao meu redor ficou cego. É ruim, não é? É ruim não ter nada em troca depois de dar o mundo. É ruim saber que eu não fui nada, que me esforcei tanto e que era tudo em vão. É ruim acordar pros sentimentos no meio de uma mentira que você tanto acreditou e tanto quis. Mais do que raiva, eu tenho medo das pessoas, de modo geral. E isto vai além das supostas síndromes como "fobia social", "síndrome do pânico" ou qualquer outro destes rótulos, é apenas um não querer me relacionar com ninguém, é começar a ter certeza de que tudo não passou de uma ilusão, de que eu não passei de ilusão. Hoje eu só queria deitar debaixo do cobertor, trancar meu quarto, me privar de luz, alimentos e som, não falar com ninguém, não chorar, não sorrir, não respirar o máximo de tempo que me for permitido. E aí eu descobri que nada me impede.

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

O que dá pra fazer com um corpo doído e um coração latejante? Eu resolvi fazer essa canção...

terça-feira, 2 de outubro de 2012

O que eu desejo.

Que a gente continue se fazendo esquecer os amores que causam dor. Que continuemos sabendo nos ter em meio ao breu e a solidão. Que a gente não perca o riso frouxo e a mania de fazer piada em meio a todos os problemas que nos assolam. Que nenhuma outra relação nos impeça de deitar abraçados na cama visualizando o teto enquanto nos fazemos carinhos na tentativa de um convencer o outro que o mundo pode ser legal às vezes. Que possamos habitar todos os êxtases químicos com a certeza de que um cuidará do outro. E falando em cuidado, que sempre saibamos que tem um colo nos esperando caso tudo insista em continuar dando errado. Que a gente tome banho no escuro do banheiro vendo o sol nascer pelo basculante. E que continuemos a fazer dancinhas pela casa e pela vida. Que nossos ombros sejam os melhores lenços pras nossas lágrimas e nosso abraço, além de refúgio, a melhor comemoração de cada sorriso. Que a gente sempre durma bem e muito, juntos ou não. Que a gente continue escrevendo textos, canções e filmes. Que continuemos sonhando em conhecer a Irlanda até que seja realidade. Que a gente se guarde bem um no outro pra poder nos contar com detalhes quando não estivermos mais por perto. Que a gente experimente o mundo e conheça cada lugar e cada pessoa que podemos habitar. Que nos mantenhamos atentos e saibamos a hora de nos deixar, já que o problema de toda relação é que erramos a hora do adeus. Que a gente se viva e se aprenda. E sobretudo, que você continue se sentindo confortável no mundo enquanto canta baixinho suas músicas e as toca no violão, mesmo quando eu não estiver mais aqui pra ouvir.

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

A maior parte do tempo sinto como se uma parte de mim estivesse dormindo e a outra vagando sem rumo e sem realidade.
Pergunto-me então: serei eu um corpo sem alma ou uma alma sem corpo?
Sigo procurando-me e quase sempre encontro, pela metade, nunca a união natural de pensamento e ação que vejo por aí.
Um dia pretendo voltar. Sei que em algum lugar longe daqui, descanso em paz.

Emergência.

Uma vez você me deixou ler todo o seu caderno de poesia caso isso fosse fazer com que eu confiasse em você. E teve aquela vez que me disse que não deveria ser última opção quando eu precisasse de uma abraço, você sempre o disponibilizaria pra mim. E aquela festa que eu te mandei sms bêbada com o trecho de uma música mesmo você estando na minha frente e decidi que "sete cidades" seria a nossa música como ou sem o seu consentimento. E também estava certo quando convenceu a nós dois no mesmo dia que boas relações são aquelas que não exigem esforço.
Foi difícil aquele dia em que você disse que seria melhor se a gente não se sentisse atraído um pelo outro e que seria mais fácil pra você entender o que a gente tem, já que precisa sempre de uma explicação pra tudo. E eu disse que tudo bem se a gente não sabia de nada, que a gente precisa viver mais e entender menos. "E não havia problema em ser meu amigo de dormir abraçado vez que outra e me ouvir excomungar carinhas da minha lista telefônica. Você foi meu melhor amigo que qualquer namorado".
Aí as coisas mudaram. Eu comecei "um papo enigmático de que às vezes valia a pena arruinar uma amizade, porque elas nunca superam o dia em que climas estranhos pairam no ar e vem uma vontade de respirar exatamente o mesmo oxigênio por uma noite e mais quatro semanas sem interrupções. E você me beijou de assalto" depois de falar que seria melhor se a gente parasse de se ver por uns tempos, só pra marcar mais fundo a contradição que a gente é. 
"E com aquele seu jeito charmosamente arrogante me disse que era medo, só. E eu, retrancada e intempestiva, suei na mão com vergonha do que meu corpo todo tentava gritar. Não era amor. Aliás, medo quem tinha era você" que não se envolvia com ninguém a meses e ficava testando o quanto conseguia de sentimentalismo por você. "Com a barriga contraída, você devolveu que era eu quem te usava como muletas. Então sucessivamente fomos cuspindo recalques, abrindo feridas irresilientes, injustiças e egoísmos que não deviam sair de onde saíram".
"Aí meu mundo se reduziu a acordar sozinha" na cama - que parece enorme sem você - com o computador ligado em algum seriado deixado pela metade. E todos os lugares que eu ia eu só conseguia pensar no quanto você gostaria de conhecer.
"E fui sobrevivendo meus dias, descobrindo que podia jantar" com outras pessoas e que eu poderia ser feliz com as minhas músicas e não apenas com o som do seu violão diariamente. "E o quanto fazer outros amigos, todas mulheres, pois você estava mesmo certo quando dizia que homens não são bons samaritanos".
"E no meio de uma comédia romântica com o Ashton Kutcher me de uma vontade louca de ouvir alguma das suas piadas inteligentes que até agora não entendi, como fosse você o Ashton e nosso drama uma comédia romântica onde dois amigos de tempos trocam farpas, se magoam", fingem que a vida seria mais fácil e menos indolor sem tanta presença, "mas deixam no ar que um dia ainda podem voltar a se ver. E também que esse dia seja agora".

"Você ainda pensa em mim com o coração? Porque eu ainda penso. Me atende, vem pra cá, diz pra mim o que eu realmente sinto. E o telefone fica mudo, me falando dessa mania infantil de achar que as coisas são como quero, que as pessoas deveriam falar tudo de acordo com meus tímpanos. Aí volto a odiar você, porque mesmo de longe me obriga a ser honesta comigo mesma. Depois volto a amar você, mais e mais, e de jeitos estranhos e palpitantes.

Atrás de algum motivo esfarrapado ou número alternativo, vejo sua agenda de anos mal passados, perdida numa gaveta de lembranças sem brilho. Folheio e acho bonitinho seu jeito de organizar compromissos um abaixo do outro, dias diferentes, tudo na mesma página, com marcações histéricas, querendo muito estar entre suas pendências.

E sorrio chorando porque ali onde a gente completa quem chamar em caso de emergência tem meu nome e telefone. E deixo mais mil chamadas perdidas no seu visor, porque na minha também tem o seu. E se isso não é uma emergência, não sei o que é".





Baseado em "Caso de emergência" do Gabito Nunes.
Não somos culpados de nada porque não somos capazes de mudar nada. Apenas usamos a culpa na tentativa de diminuir nossa impotência.

domingo, 30 de setembro de 2012

Irreal

Era madrugada e os risos de tantos amigos ecoavam na minha retina, sentei na cadeira e acendi mais um cigarro enquanto te via dançar pelo reflexo da tv no meio da sala. Um amigo me tira pra dançar e eu o recuso, seguro sua mão te dizendo que só sei dançar com você e encontro seu sorriso perto do meu. Repouso meus braços sobre seu ombro, encosto o nariz no seu e de repente volto a ganhar cor nas bochechas - as pessoas tem reclamado da minha palidez nas últimas semanas. Então é como se ninguém mais existisse, e posso jurar que de fato só nós dois habitamos o mundo. Pelo visto você acha o mesmo: na sala vazia, sinto o zíper do meu vestido sendo aberto e descendo por minhas pernas, sinto o pudor me deixando e as vontades - que eu jurava ter perdido no caminho - reaparecendo. Não há nada no mundo que pareça ter importância, quando me vejo dentro dos seus olhos as tragédias que me assolam parecem ter sido apenas um sonho ruim. Nossos corpos nus se conduzem pela sala, nossas almas nuas se conduzem pelo mundo. Quando a sensação de conforto nos faz adormecer abraçados debaixo de um edredom perdido pela casa, acordo. Os olhos ardem de ressaca e a boca seca feito o peito. Não sei se no sonho ou na vida real, nosso amor nunca me parece realidade.




Quantos perfumes precisam me entorpecer pra eu descobrir que o único cheiro que eu quero na minha pele é o seu?

sábado, 29 de setembro de 2012

"E foi assim que me tornei um porcaria nenhuma na vida. Sem religião, sem partido político, sem time do coração, sem saber tocar plenamente um único instrumento musical. Tudo me enche o saco. Natais em família, festas noturnas, discussões de trânsito, entrevistas de emprego, fazer supermercado, sexo tântrico, banho de espuma, a música “The End” dos Doors, viajar de avião, montar prateleiras, sala de espera de oftalmologista, delivery de comida chinesa, qualquer graduação em comunicação ou marketing, tudo que demora mais de quinze minutos me enche o saco. Por isso eu nunca termino nada. Por isso eu não tenho coisa alguma. Por isso eu fiz nada. Nunca me dei o trabalho de me tornar alguém interessante e nem incrível. Eu sou médio, um ser muito do mais ou menos. Não sou um ingrediente essencial para a sociedade. É como se meu relógio-biológico tivesse um botão “foda-se”. Sei que é um clichê, e que as pessoas usam essa expressão pra tudo, mas se alguma coisa faz algum sentido é isso de “foda-se”".

(G Nunes)

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Faz parar de doer, por favor, faz parar de doer. Alô, tem alguém me ouvindo? Alô? Aí do outro lado também dói? Me esperem, me esperem, eu estou indo.
É do que me calo e me cego que temo. Não do que exponho, tampouco do que parece ser, é apenas o silêncio que pode me secar e dissecar. Das palavras já sei e também de como reagir a elas, é o fato de mostrar e me mostrar que me assombra e paralisa. É o não saber expressar e, mais que isso, nunca me sentir bem onde quer que eu esteja - mesmo que seja só.

terça-feira, 25 de setembro de 2012

Não é irônico que meu olfato falhe quando vim me despedir de um cheiro?
É como se eu tivesse uma doença letal, sinto meu corpo esvair-se. A dor constante no coração é só pra me lembrar que isto é uma despedida e não um recomeço. Enquanto isso só penso em dilacerar minha pele, abrir meu corpo a fim de sair logo de dentro de mim. "Estou reunindo as minhas poesias, me concentrando".

sábado, 22 de setembro de 2012

Quando foi que o "não me ame, por favor", se tornou o "vamos cuidar um do outro porque somos melhore juntos"?
Agora que não sei onde estou e nem o que quero, entretanto piso sob o céu: intocável e translúcido, o que quer dizer que já é como se eu não pisasse neste planeta. Eu não sei o que tem do outro lado, já desisti de acreditar em teorias, já desisti de crer nas convenções sociais que o conformismo me cedeu. Hoje eu tenho muitos ao meu lado, mas pouqíssimos dentro de mim, não permito que me adentrem, que demistifiquem, não faço questão de não ser só. Dividir palavras e histórias nã é sinônimo de amziade ou confiança, entenda, eu simplesmente não me importo. Eu sei que tem muito amor aqui dentro e que está prestes a ser liberado, mas distribuir assim, entre tantos não é a solução para diminuí-lo ao ponto de não mais querê-lo. Eu quero a minha mochila nas costas, o mundo nos meus pés e o sentimentalismo do lado de fora, onde eu possa controlá-lo. Sinto saudade de tudo que eu fui, óbvio, pessoas fazem um belo fundo na minha história, mas se não posso viver e conhecer todas, prefiro que só esteja do me lado quem realmente acrescentar, fizer diferença e não me exigir qualquer tipo mudança.

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Raissa.

Eu gosto da gente assim,  porque eu sei que daqui a 3 minutos você vai entrar na sala e reclamar que eu não te ajudo a tirar o lixo ou preparar o jantar e eu nem vou mexer os olhos só pra te irritar. Aí quando você parar de bufar na cozinha perguntando pros astros porque com tanta gente no mundo, eu que tenho que ser sua melhor amiga, eu vou em direção à cozinha te abraçar enquanto voê mexe a panela quente no fogão te dizendo que só te solto quando você sorrir. E mesmo sem querer vai gargalhar e me chamar de chata e eu vou tomar banho e molhar todo o seu banheiro, usar suas roupas, sandálias largas no meu pé e perfumes. E vou me perguntar quando foi que essa vida deixou de ser boa sem me recordar, já que estou sob seu efeito. A gente vai sair de mãos dadas tomando banho de chuva e você vai pular na poça molhando todo o meu vestido - que na verdade é seu e você que vai ter que lavar - e eu vou fingir que te odeio, mas no fim, eu só te amo um pouco mais. E vamos andar pelas ruas achando que todo o mundo nos pertence. Eu vou me calar às vezes, me perder nos próprios pensamentos e teorias e você vai me olhar perguntando no que eu to pensando, mesmo já sabendo a resposta - você e essa sua mania irritante de me ler - e quando eu te perguntar como você sabe, vai me responder que decifrar meu olhar é mais fácil que entender o que eu falo. E vai começar a jogar essas verdades irritantes na minha cara. Eu vou te chamar de mimada egoísta e te dizer que você não merece o amor que eu sinto. Você vai me expulsar da sua casa só pra me ver chorar. E no meio do choro, mesmo querendo te matar, vou deitar do seu lado na cama e te abraçar com toda força que eu ainda tenho. E você vai colocar as nossas músicas pra tocar no youtube e cantá-las durante os meus soluços, já que nunca sabe o que dizer. E quando eu te olhar achando que você nunca se importa com a minha dor, vou te ver chorando também me dizendo que eu não sei porra nenhuma do amor que você sente e nem de nada e que eu sou uma idiota que acha que sabe das coisas, mas mal consegue superar um problema. E eu vou te odiar um pouco mais, só pra depois te amar de novo. E te achar a pessoa mais linda do Universo. E sorrir pensando que se você conquistou atá a mendiga que mora na sua rua, não tem como ser contrar você. E eu vou gritar, reclamar, resmungar, chingar e chorar, só pra te ver me abraçar dizendo que sempre vai ficar tudo bem. E eu vou ser cheia da certeza de que só mesmo o amor de verdade poderia dar contar de me fazer sentir isso tudo.

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Acordar com todos os barulhos da casa e da vizinhança, acordar com o coração acelerado a cada toque do celular. Olha, se te acontece alguma coisa eu nem sei, viu, eu morro...E mato.

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Dor no coração, lágrima nos olhos, taquicardia, falta de ar e uma tristeza incontrolável. E eu sei que isso é só o começo.

Wish you were here

abre parênteses (Eu quero escrever pra te guardar e te lembrar. De você e desse amor que a gente sente agora. Pra te ter como tatuagem, não só na pele, mas em cada célula, em cada "mol de ar". Eu quero te escrever pra contar, mais uma vez, que depois de 22 anos me procurando em qualquer meio de independência, me encontrei dentro de um abraço, o seu. Depois de uma vida inteira lutando contra a possessividade que habita o amor, me vejo sendo sua e mais, sendo você. E isso não é algo que possa se apagar com uns copos de vodka, novos amigos ou a suposta magia do tempo. Quero que saiba ainda, que não foram só tatuagens e "eu amo você" que fariam o meu último dia na Terra valer minha trágica existência, cada madrugada absorvendo todos os detalhes da sua alma poderia acabar com o mundo que me faria feliz. Mesmo que você não goste de pessoas, eu sei que todas elas tem sorte por terem conhecido você, eu sei que eu tenho sorte de ter te encontrado, entre tantos corpos vagando sem alma ou conteúdo por aí. Sei que tenho sorte pela lista de coisas que aprendi com você, pelo excesso de palavras que te disse, pela sincera confiança que nos transborda. E sei ainda que preciso enfrentar as coisas, preciso ser forte, por nós dois, preciso te dizer "até logo" pra não ter que nos ver destruindo tudo que eu só construí com você. Mas, se essa é a coisa certa a ser feita, porque eu sinto como se tivessem amputado meus dois braços e atravessado uma flecha na minha garganta? Porque devolveram minha inspiração em troca dos meus sorrisos, porque me deram uma luz no fim do túnel em troca da minha proteção? Não tenho respostas, apenas as perguntas, que provavelmente são as mesmas que as suas. Apenas as perguntas que eu silenciarei como sempre foi antes de você, apenas teorias tortas que voltarão a parecer burras e sem sentido agora que não mais encontrarão os seus ouvidos. Então eu fecho os olhos e só peço pra que, se tem alguma coisa superior a mim, que me ajude a ter força pra aprender a viver sem seus conselhos e piadas, que me ensine a passar as noites sem seus seriados, músicas, vídeos e abraços. Entretanto, de olhos fechados, a única coisa que consigo lembrar é dos seus dedos passeando pelas minhas costas, barriga e pernas, é de como você consegue colocar o sentido que quiser no mesmo discurso apenas mudando a maneira de mexer a boca, é do seu corpo esquentando o meu nas madrugadas de ventania enquanto cigarros se dissipam na rede na varanda, é do barulho do seu violão enquanto tomo banho ou escrevo. É de como o mundo ficou melhor desde que eu soube que eu poderia dividí-lo contigo. É de como eu vou sentir a sua falta bem como sinto a minha. E se essa fosse mesmo a última noite das nossas vidas, esteja certo, não tem nenhum outro lugar no mundo onde eu gostaria de estar. Obrigada por ser realidade, perto ou longe. Se cuida e escreve e vive. Sua estrela.) fecha parênteses.

domingo, 16 de setembro de 2012

"Nenhuma ferida vai durar mais tempo que o cheiro dele na minha cama".

A culpa do eu te amo


                Eu digo eu te amo com um peso na consciência que talvez não devesse existir, me culpando anteriormente por qualquer erro que posso deixar de perdoar futuramente. Sim, pra mim amor é isto: perdoar irrestritamente, aceitar mais que exigir, anular a decepção mesmo quando há expectativa, achar bonito o jeitinho de coçar o nariz ou a caretinha que faz enquanto mastiga, emprestar sem querer de volta, se doar sem esperar ao menos reconhecimento. Visto isto, percebo que tenho dito amar muito mais pessoas do que amo. E que muito provavelmente eu tenha levado as palavras à sério demais.
Mesmo na imensidão de palavras que o nosso dicionário apresenta, não inventaram aquela que simbolize a paixão, ou o gostar desmedido, tampouco a empatia de um encontro que mais parece um re-encontro. Não ensinaram na escola que somos responsáveis por cada palavra que sai de nossa boca e que elas mudam todo um destino (mesmo que destino, dessa maneira pré-traçada que colocam, não exista). Não nos ensinaram a sentir, mas demonstrar sentimentos que deveriam existir (e muitas vezes não existem).
Eu gostaria de me sentir mais amada e ouvir menos “eu te amo”. Eu gostaria, sobretudo, de ver verdade cada vez que eu falo de amor, mas sei que a maioria das vezes que tais palavras saem da minha boca querem dizer apenas das convenções sociais, do gostar inesperado, da vontade da presença, de engolir a essência da pessoa e não de uma entrega infinita e irracional. Talvez, se eu tivesse aprendido a amar sem egoísmo ou sido capaz de inventar uma nova palavra pro sentimento constante que me transborda pelo convívio, eu fosse menos contradição, paradoxo, caos. Ou não. 
Meu medo de acordar passou. Não posso dizer o mesmo de dormir, não gosto de ficar longe tantas horas, quero que chegue logo quando eu desperto e encontro tuas pernas sobre as minhas e seu nariz roubando o meu ar.
Ao contrário dos de carne e osso, sou metade sangue estancado e metade pedra, isso me faz pensar quantas espécies a espécie humana abriga.

“Você tem que ter medo de me perder, de eu não ter mais uma banda, de você parar de escrever”.





















Pesadelo maior seria chegar do outro lado e não encontrar você.

sábado, 15 de setembro de 2012

E quando você acorda, todos os dias, dentro do mesmo pesadelo?

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Sorte é se abandonar

O que fazer então quando o sentimento de rejeição resolve entranhar, se debruçar e abraçar cada parte do corpo. O que fazer quando o que se tem que mandar ir embora é a única coisa que você faz questão que fique. O que fazer quando a previsão do futuro dói na mesma medida que a visão do presente, quando qualquer gesto é capaz de latejar a alma e precisa-se manter em silêncio. De praxe, como de costume, me deixar de lado e considerar que as palavras confidenciadas entre as paredes do quarto foram apenas palavras logo levadas e dissipadas no vento. Como de costume, de praxe, fingir que não tem nada acontecendo, que o coração não está sangrando, que não há ainda um único sentimento que rege além da culpa e que, talvez, o desespero maior, seja ver esse resto de sentido se esvaindo pelos dedos conforme a quantidade de decepção se aglomerando. O que fazer.



"O amor é o ridículo da vida. A gente procura nele uma pureza impossível, uma pureza que está sempre se pondo. A vida veio e me levou com ela. Sorte é se abandonar e aceitar essa vaga ideia de paraiso que nos persegue, bonita e breve, como borboletas que só vivem 24 horas. Morrer não dói". (Cazuza)
Nota mental: ignorar a inveja que nuvens sentem.

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Eu só peço que

Se tiver alguém me ouvindo.
































Me ouça.
Queria saber por que cargas da'água meu coração não para de doer e acelerar a uma semana. Nem dormindo me deixa em paz. Estou farta de ser acordada às 7h da manhã com seu descontrole.

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

A página em branco revela as palavras que eu não quero escrever, sequer pensar
Gostaria de pedalar pra solidão e deixar todo esse mundo pra trás
Que eu saísse na rua agora e não existisse ninguém no mundo além de mim
Que eu chegasse em casa, na praça, na praia e não tivesse que me dividir com ninguém
Eu só quero o silêncio e que ele remende as feridas
"Eu to doente de nada e de ninguém"

Quebra-cabeças

“O que tem aí dentro da sua cabeça? Parece que tem um quebra cabeça de 250 e outro de 500 peças que você fica tentando montar, mas aí misturar todas as peças e não entende mais nada”.

Sangue


Tem um rio de sangue no lugar dos sentimentos
Eu não sei de nada porque nada flui
Meu coração é um pouco mais espremido a cada vez que respiro.
Mas finjo bem e transpareço sorriso onde eu queria gritos
Eu não quero ver ninguém, saber de nada, eu não quero.
Nem saber, nem ver, nem querer, nem dormir, nem chorar, nem morrer, apenas ficar quieta e imóvel.
Eu quero que esse sangue estanque.

terça-feira, 11 de setembro de 2012

Fora do ar por uns tempos.

Mas quando a dor é grande o sentimento some, meu bem, e a inspiração vai junto.

"Se você quase sempre se apaixona por pessoas que te provocam, que esperam que você seja mesmo melhor do que é, que te beliscam o ego, que te torcem as certezas, que lançam fogo no lago calmo e azul da sua mente. Se você transa melhor com aquela pessoa que te irrita. Se você conversa melhor com aquela pessoa que pode discordar, se você vê mais beleza nas faíscas, nas fagulhas. Se você tem você como grande prioridade, ainda que estar apaixonado seja sua grande prioridade. Se você até tenta resolver o problema mas, por causa dos seus problemas, acaba complicando um pouco as coisas. Se você ri bastante mas também é um pouco deprê. E gosta de gente engraçada que também é um pouco deprê. Porque a graça real vem da tragédia que é estar vivo. Se você tem inveja de quem ama, apenas porque ama tanto
que às vezes gostaria de viver dentro da pessoa. Ou só porque a inveja e o amor são coisas que nos acometem e não tem muito o que fazer. Se você tenta caminhar na corda bamba, mas vive esfolado, machucado e tonto, de tanto cair. Se você às vezes manipula e intimida e não deixa segura a pessoa amada, porque você é estragado de cabeça e de coração. Mas também abraça, pede desculpas e vomita tanta sinceridade que consegue ter charme e pureza nas maldades. Enfim, se você é errado e não serve pra alma gêmea de ninguém, talvez eu seja sua alma gêmea."

(Desconheço a autoria)

domingo, 9 de setembro de 2012

Um resquício na memória: um hotel barato na zona Norte do Rio de Janeiro, o som dos seus pés se arrastando no chão feito criança vindo em minha direção, no banheiro. Fecho os olhos e de repente o mundo passa a ser um lugar melhor.
O maior terror que existe é a impotência.
E eu continuo gritando por socorro em silêncio.

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

O dia da Independência


“Não é quase cômico que alguém comece um vínculo desse em pleno 7 de setembro?” ela pensou ao desligar o telefone. Parece que o GPS do carro dele tinha errado o caminho até a sua casa e ele estava cerca de 6 quarteirões depois da sua rua, ou antes, depende do lugar que se vem.  Orgulhoso, claro, não a deixou ir de encontro a ele, ao invés disso, ela ficou no portão de casa esperando-o, não demorou muito. Assim como não demorou pra ela aceitar andar de mãos dadas – entenda aqui o constrangimento que ela vê nisso, assistir vídeos defendendo a política de esquerda a fim de discutir sobre eles, não gargalhar com a seleção de músicas numa pasta no computador dele intitulada “pra fazer amor” – de longe, a maior prova de amor que ela já ofereceu. Era simples, ao lado dele nada mais parecia doer ou ser difícil, era tudo límpido e tinha muito mais sentido que a própria vida de solidão que ela tinha optado como ideal. Era fácil e tranquilo fazê-lo sorrir, seguir seus conselhos de não emagrecer por favor, deixar o cabelo bagunçado como quem acabou de acordar só porque ele achava lindo. De difícil, apenas conseguir não se entregar, em todos os sentidos e com a maior intensidade que sua alma, bem como seu corpo, aguentasse. Foi o paraíso, em pleno turbilhão que o dia da Independência deveria representar, foi a paz em meio ao caos, foi a vida depois da morte de tudo de bonito que ambos eram capazes de sentir – diga-se de passagem que a coisa mais bonita que ele ensinou a ela foi isto: voltar a sentir e ser sentimento, foi a melhor  e mais forte lembrança do ano.



Tudo isto apenas pra dizer que eu deveria presenciando o início e não o fim. O dia que iniciou o 7 de setembro mais feliz da minha vida e não o novo inferno de 2012. Tudo isto pra te lembrar que eu continuo desacreditando que esse mundo seja o inferno de outro planeta devido ao seu sorriso. 

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

O medo fica muito maior, concluí. Mas é normal que tudo aumente assim, dilate assim, junto com a pupila. Errado era continuar tendo as mesmas proporções todos os anos. Ou certo, pelo menos assim haveria alguma possibilidade de aprender a lidar.
Pensamentos invadem, alguns eu trato de expulsar, ou tentar, nem sempre consigo, to sempre tentando. Quando não se vão, decaem pelo meu corpo imitando lágrimas e feições de desespero. O resto eu não sei.

domingo, 2 de setembro de 2012

Eu não quero mais ser afetada pelas dores do mundo. Nem pelas suas, tampouco pelas minhas. Quero juntar tudo de ruim que me atinge, apertar, modelar e deixar voar pelo ar, em forma de balão a fim de encontrar alguém que saiba lidar com tudo isso - sei que no mundo deve haver. Quero que duas vontades sejam compatíveis - e que uma dessas vontades seja a minha. Quero não ter que bloquear sentimentos ruins a todo o tempo e acabar por bloquear também os bons. Poder sentir sem medo de a qualquer momento ser invadida da fraqueza alheia que me derruba junto em um buraco sem fim. É pedir muito levar a vida em paz?  Vejo que pra isso, eu deveria não existir.

sexta-feira, 31 de agosto de 2012

7 bilhões

Tenho o coração na mão, mas me convenci de que é melhor tê-lo na minha mão do que na sua, que não sabe o que fazer nem com as mãos, quem dirá com o meu bombeador de sangue e sentidos. Sei que muitas músicas tristes ainda passarão por meus tímpanos e que algumas dezenas de mensagens de texto serão escritas com o intuito de te fazer sentir pelo menos uma parte do que habita em mim (não é possível que não tenhas sido tocado por todo esse amor que exalo por ti), mas eu quero que saiba: eu estou vivendo bem sem você. Por mais que a sua lembrança seja permanente em meus sonhos e cotidiano, ainda que eu me pegue imitando - sem me dar conta à princípio - seu modo de falar ou gesticular, mesmo que o seu abraço ainda faça falta na minha cintura enquanto tento imergir no mundo dos sonhos, eu estou bem.
Eu admito que eu queria que você fosse o meu último amor (qualquer idiota que tenha me ouvido falar de você por mais de dois segundos sabe disso), porém saiba que tem sido fácil te tratar como só mais um desde o momento em que você escolheu assim.
Somos 7 bilhões de pessoas, cerca de 191 países e, por motivos óbvios, há algumas centenas de caras tão ou mais compatíveis comigo do que você.

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Alguém que me pergunte da tristeza dos meus textos, mas não me cobre por eles. Que me diga que eu estou errada, mas me dê um abraço ao invés de bronca. Que goste de mim pelo que eu sou ao invés de tentar me dizer tudo que eu poderia ter sido. Que prefira plenitude à permanência. Que avalie o meu agora sem me condenar pelo meu ontem. Que cure minhas dores com sorrisos e não com mais tristeza. Que chegue assim, devagar, “pelas beiradas”, e que, quando eu me desse conta de já estar alojado em meus pensamentos, me dissesse “não tema, eu não vou embora”. Alguém assim, exatamente como você.





                                                    

Eu vou ficar bem


                Na contra-mão do medo de escrever qualquer coisa que registre tal momento conturbado, transbordo sentimentos pelos dedos antes que eles escorram em uma ligação telefônica, um email, uma garrafa de vodka. Eu corri e quem hoje critica meu sorriso idiota quando ouço sua voz do outro lado da linha, não deve lembrar do quanto eu corri de você e de tudo que eu sinto. Corri tanto que hoje de manhã tive que marcar um encontro com tudo que realmente sinto pra me lembrar. Eu esqueci tão bem da parte de mim que você habita que preciso retirar algumas camadas de medo e repulsa pra acessar, pra entender que tudo que vivemos teve um saldo muito mais positivo do que negativo.  Eu estou escaldada e sei que ainda vou ficar assim por um bom tempo, porque se de hoje pra amanhã você decide que não é nada disso que quer, que foi um erro, eu estou bem. Porque se quando você se der conta que entre nós nunca vai ser “só um encontro” e quiser desistir mais uma vez, eu vou ficar bem.  Porque quando eu me der conta da loucura que estou fazendo e perceber que você nunca vai sentir por mim nem metade do que sinto por você, eu vou ficar bem.

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Padrão

Você ditou um padrão, construiu-o e não consigo me livrar dele, mesmo que tente, talvez não perceba. Não sei se é responsabilidade minha ou praga tua, sei que sou, hoje, em grande parte, muito de você, que me ensinou a ser mulher - embora eu ainda não tenha aprendido.
Você que tirou a maior parte das minhas virgindades - e não me refiro aqui àquelas sexuais, que me mostrou um mundo novo, que tirou meu mundo do lugar e fez rolar por aí em busca de algo que até hoje eu não sei o que é. Você que me vivenciou o desapego, que me fez possível o amor livre, que quis que eu vivesse o mundo mesmo que pra isso eu precisasse deixar de nos viver. Pode ter certeza: será sempre minha melhor saudade. Dos dias à toa, das madrugadas quentes, viagens - dias em ônibus e semanas em barracas, experiências "extra-mentais", discussões intermináveis, colo inigualável, festas - que eu desejei nunca mais acabar, broncas - que tanto me fizeram crescer, cartas, praias, danças - no silêncio da sala escura, filmes nerds, vida.
Se todos os meus amores forem como o nosso, ainda que por praga tua, vou terminar os dias com meus melhores sorrisos.

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Genética

A gente só continua perto de quem pode nos acrescentar algo. Logo, concordo com Freud, escolhemos nossos amigos quando encontramos parceiros que nos dariam herdeiros mais fortes e bem sucedidos. Mesmo quando não pensamos em ter filhos com eles, queremos o que fará de nós mesmos mais fortes e bem sucedidos, visto que buscamos nos realizar em nossos filhos e está aí tal confusão. Quando a pessoa deixa de nos oferecer filhos geneticamente favoráveis, nos afastamos dela. Sei do erro que isto é, visto que não deveríamos tratar pessoas como objetos, visto que deveríamos valorizar o algo mais e além que sempre tem pra ser descoberto quando nós, o outro, decretamos o fim. Sei que me afasto de quem não tem nada a me dar, maior seja o erro que prego nisto. E que então entendo também quando me deixam, mesmo que eu ainda tenha muito a oferecer. Talvez este seja o nosso erro total, avaliar como nada onde na verdade ainda há tudo. Talvez este tenha sido meu erro toda vez que virei as costas pra alguém quando deixei de achá-lo interessante, seja como homem ou amigo. As pessoas só nos interessam enquanto despertam algo que nem nós mesmos sabemos explicar. Que injustos somos e que injustiça há conosco. Essa de sempre cumprir e exigir expectativas que nem nós mesmos podemos alcançar. Avaliamo-nos apenas como genética mesmo na era da filosofia (mentira, a gente não tá na era da filosofia, mas finge). Eu gostaria de ter feito menos amigos pra ter perdido menos amigos, pra não ter chegado a este fim mesmo sem nunca ter tido essa conclusão. Eu gostaria de não ser ser humano, interesseiro e interessador como sou, como me fazem, como me fiz.
Não, eu não entendo como alguém pode ser tão babaca. Como pode tratar o outro com indiferença e esperar receber amor. Não entendo como podem acreditar que paixão, amor ou sei lá mais o que, é algo inabalável, indestrutível. Não entendo como é possível que acreditem que eu ou qualquer outra pessoa continuaríamos aqui mediante a dor que o pouco caso provém. Não entendo como plantar ventos sem esperar colher tempestade.

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Devaneios de fevereiro.

Eu tento me desvencilhar de você todos os dias,tento não pensar na vontade que eu tenho de q a gente desse certo, tomasse um rumo juntos, tomarmos jeito...já que vivem dizendo que não temos.
Ao invés disso, nos vejo cheios de propostas de novos enredos, cheios de planos e com o nosso vínculo se apertando cada vez mais. Eu sei que tenho que ter paciência, que na idade que a gente tem isso não é nada relevante, mas eu morro de medo de morrer sem ter tido a chance de nos vivermos direito
Talvez eu seja mesmo todo esse sentimento que me visto, talvez seja apenas porque não sei perder, me disseram. O passado é mesmo sempre muito mais bonito. E a forma de contar torna os fatos mesmo sempre muito mais felizes do que foram, do que são, do que podem ser.

terça-feira, 21 de agosto de 2012

Releitura.


"Mas tudo bem, a afinidade aparece como borboletas intrusas e bem-vindas. Minhas besteiras. Tuas gargalhadas de canto de boca. Meus olhares românticos. Teus cabelos voando levemente. O som da Gadu. O cheiro de mirra. Confesso que acho engraçado e assustador, quando você fala de coisas pessoais e eu percebo que, no fundo, no fundo, você acaba falando de mim também em tuas frases.
Aí você diz que precisa ir embora. Algo entre o tô-com-medo-de-me-apaixonar e talvez-você-não-seja-quem-eu-preciso-agora. Abaixa a cabeça e deixa o cabelo cair sobre o rosto. Tenta se esconder atrás das mechas negras. Está com aquele receio de se entregar para alguém com sorriso torto, barba mal feita e tristes histórias sobre relacionamentos mal acabados.
Você pede mais um café, mais um trago, mais um cérebro e mais um coração. Diz algo entre estar cansada de depender dos outros e cansada de depender da pessoa errada. O café chega quente. Você assopra a caneca como uma criança experimentando mingau pelas bordas. Mas fuma como uma quarentona desesperada. E insiste em ter que ir embora.
Então, eu proponho um novo encontro. Um café. Um filme francês. Um chocolate quente. Uma volta no parque. Uma tarde inteira ouvindo reggae. Ou uma noite inteira ouvindo Blues. Qualquer coisa que me faça ver aqueles olhos castanhos novamente.
Te encontrei com semblante triste numa cafeteria do shopping. Te pedi o açúcar e você me olhou querendo um abraço. Somos dois estranhos falando de coisas em comum. Você acredita em destino? Pois é, eu também não. Você diz que vai ligar, mas nem tem meu número. Diz que está se sentindo sozinha. Mas, no fundo, me analisa como quem está traindo alguém por gostar da minha companhia. Você diz “tchau”. Eu digo: “tudo bem”. Dá dois passos, olha para trás e pergunta meu nome. Eu digo o meu telefone. Você anota e sorri."


(por Hugo Rodrigues, tirando as palavras da minha mente e transformando-as em poesia).

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Fica em mim.

De tudo que não sei, sei disso de proferir palavras, mesmo que ao vento, mesmo que agora elas tenham perdido tanto o sentido, já que "estou apaixonada" só causa o impacto merecido na primeira vez que é dito. Na verdade, não sei de nada, não consigo nem encaixar meus sentimentos numa única conjugação, não sei brigar pelo preconceito de letras organizadas de forma poética que muitas vezes dizem mais do que eu. O que eu to tentando escrever? Que eu me sinto nua, completamente desprovida de armaduras ou máscaras. Que eu não sei definir isso e, acho mesmo, que não preciso de nomes, mais uma vez, são só palavras. E a gente é tão...real perto de tudo que eu possa te fazer tentar entender.
Medo eu só tenho da sua desonestidade, de não ouvir a sua verdade da sua boca e descobrí-la traumaticamente depois, do resto, já me desfiz, não me sinto na sua mão, apesar de me sentir sua.
Não sei se vejo futuro, mal sei o que vou querer/ser/fazer daqui a 30 minutos, só acho desperdício jogar a gente fora por certezas que não deveríamos ter. Ou não.
Eu gosto assim, aprendi com você, das coisas naturais. Do que eu não preciso correr atrás, me esforçar pra agradar, tentar me enquadrar ao que se espera. Eu gosto dessa sensação de te guardar em mim, de não querer te mostrar pra ninguém, não por ser poético, mas por não querer gastar, por não querer te dividir, por querer sentir o cheiro dessa história só em mim.
De tudo que não sei, sei que são palavras, não contratos, nem promessas, tampouco previsão do amanhã, a única coisa que é, até aqui, é uma vontade enorme de te fazer ficar em mim.

terça-feira, 14 de agosto de 2012

Redenção

Exatos 365 dias atrás eu não imaginava que alguém poderia se capaz de mudar uma história inteira de lugar, não imaginava que o cara que eu tava “indo ver qual é” ainda fosse, depois de 8 meses, me fazer sentir a certeza de uma promessa vitalícia, não imaginava que dava pra sentir tremer do dedão do pé até a ponta do nariz ao avistar alguém de braços cruzados do outro lado da rua. Sempre cheio de conversas ao invés de ir logo ao que deve, poderíamos passar mais longas horas conversando e implicando um com o outro, poderíamos passar meses a fio sem dar o braço a torcer de que os melhores dias desde que nos lembramos tinham sido aqueles, que começaria nos próximos minutos dividindo o mesmo ar.
Não sei bem como chegamos até aqui, não sei exatamente quando se iniciou minha fé inabalável na gente, não sei mais contar os dias sem nos ter como referência. Um ano depois, uma vida após, ainda sinto o mesmo, ainda fecho os olhos e te desejo mais do que a própria vida, ainda lembro cada sensação, cheiro e gosto como se estivesse acontecendo agora, ainda estou aqui no mesmo portão te guiando até mim. E sempre estarei.
Passou-se um ano, saiba: poderia ter se passado uma vida, mesmo que seja na próximo ou na outra, continuaremos dividindo o mesmo ar.


                                                                                                               Can't Help Falling In Love





“Like a river flows surely to the sea
Darling so it goes
Some things are meant to be
So take my hand, and take my whole life too
Cause I can't help falling in love with you”

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

memórias de um menino bobo

que bom a gente assim, juntos
você perto de mim e eu esquecendo do mundo

a maior verdade de todas é aquela que foi dita,
sem rodeios, sem medidas, sem causar ilusão à quem acredita,
ela vem crua, desnuda de vaidades,
e traz ao peito de quem escuta,
a confiança de que é feita

então me escuta, me leia
seus beijos são como cicuta
e seus braços como teia

você tem medo de que ?
de machucar o outro ou a si?
ainda há perdão, caso algo lhe entristeça
só não há tempo pra dizer que não
no pouco tempo que nos resta

a sua companhia é feito gim
e eu te bebo em goles, cada vez maiores

te vejo com os olhos de um menino
e sob o canto dos filhos de Oxum
te convido a encher comigo
os lábios com mais beijos e a boca com sorrisos

mesmo que acordado
te vejo em um sonho
coberta de nardos e afagos
com um perfume inebriante
e exalando uma beleza rara

ainda que inevitável seja a despedida
e dar de cara contra o muro talvez seja a minha sina
quase nem percebo acontecer

pois não é dor o que eu sinto
só saudade dos noites que passei em claro ouvindo seus gemidos
e contando seus sinais ao assistir você dormindo

embaraçando seus cabelos
em uma dança xamânica de dedos
os enrolando fio por fio
e assim causando arrepio

por via do descuido ou do acaso, já não sei
sei apenas que às vezes sinto medo
por não saber se eu te tenho
ou ter certeza que te perco

em seus deleites eu me banho
e pela correnteza sou levado
como se tudo fosse antes
premeditadamente armado

não me esqueça
não se perca nesses versos
nem desapareça

um mundo todo que te quer descansa em mim
embalado em uma onda de bocejos

e cada vez mais estou perdido
deliciosamente em meus desejos




(Bruno Martins Dias)

domingo, 12 de agosto de 2012

Diretamente de 2006.

Temos uma amiga em comum que sempre me diz que eu e você vamos acabar casando. Mal sabe ela que já estamos casados. Mal sabe ela que já estamos casados. Pois o maior casamento não é o jurídico ou o sexual, o maior casamento é o de almas afins, com os mesmos ideais e atos. O maior casamento, pra mim, é a amizade verdadeira, que vai além do padre, da Igreja, do sexo, dos filhos, do morar junto e fica no enfrentar barreiras, dar colo, conversar, aconselhar, se respeitar.
Outros, me perguntam por vezes seguidas, insistentemente, se estamos ficando. Eu, claro, digo a verdade: não. Mas sei que estamos ficando. Ficando mais amigos, mais íntimos, mais pacientes, mais compreensivos, enfim, mais evoluídos.
Já me perguntaram também se eu gosto de você. Eu digo que não. Porque eu não gosto de você, eu amo você.
Questionaram-me sobre a origem dos sonhos. Sonhos sonhados dormindo, nada mais são que coisas que já aconteceram ou estão para acontecer, não sei. Sei que sonhos, também são desejos ocultos, vontades. Vontade é coisa que dá e passa.
Hoje vejo, que nossa amizade ultrapassa o casamento, o "ficar", o gostar, o sonhar. Nossa amizade está acima e além do que eu acreditava.
Sei que somos, dois dos poucos a existir nesse mundo, verdadeiramente amigos.
E amigo é pra sempre. Mesmo que o pra sempre não exista. Porque se não houver "pra sempre" nunca houve amizade.




de um pra sempre que dura a 7 anos.

04/08/2006

As flores do meu jardim nasceram mortas
Junto dos meus sonhos despedaçados
Eu antecipei o futuro
E tapei o meu próprio juízo
Mas quem mais poderia ser a flor do meu jardim?
Eu tenho que retirá-las pra que nasçam novamente?
O meu sorriso é uma máscara ou
As minhas lágrimas fingimento?
As flores continuam me olhando
Olhinhos que brilham em minha direção
Pedindo a minha mão
Será que elas sabem que fui eu quem as queimei?
O meu erro é maior que a minha dor
Ou minha dor é maior que o meu erro?
Um sonho acordado que virou pesadelo antes de sê-lo
Você pode me socorrer agora?
A sua mão ainda alcança a minha?
Eu sei que tem florzinhas que vão continuar a me amar
E outras florzinhas que não vão me perdoar
As flores do meu jardim, dessa vez
Morreram vivas...

sábado, 11 de agosto de 2012

Aquele momento da vida (o tempo todo) que você se pergunta: mundo, quê que cê tá falando?
As histórias se somam na minha retina e invadem meus sonhos. Quando acordo, sinto meus pesadelos rindo da minha cara, "nós somos melhores que a sua vida". Não sei mais como passar pelas pedras que meu caminho se tornou, vontade única é ficar aqui deitada esperando o mundo passar enquanto eu durmo de mim. Já não quero palavras bonitas, músicas tristes, abraços apertados, só quero ser deixada em paz, mesmo que a paz não exista. Qualquer coisa parece me distrair, finjo bem, sorrio fácil, aprendi assim desde os primeiros passos. Ninguém pode imaginar onde meus pensamentos estão quando eu gargalho e digo "idiota" e isso de alguma maneira ainda me faz sentir protegida. O pouco que resta da minha inspiração são só uma tentativa de grito que é só o que posso fazer fazer se minha voz se desalojasse da minha garganta para o mundo. De tudo que encontrei no mundo, nada se pareceu com a minha cura.


sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Minha cabeça só ouve gritos, mas é ainda melhor do que o roteiro de filme ruim que minha mente resolveu passar todos os dias quando fecho os olhos e tento dormir. Ou não.
Sinto meu coração bater em todas as partes do meu corpo: olhos, dedos, cabelo, peito, pé, barriga, bunda. Só por isso já deveria me assustar, estão espero que o meu desespero seja compreendido em constatar que eu tenho cola em cada espinho do ninho deles que meu coração se tornou e todos eles são empurrados contra os pedaços de mim a cada contração. Não me resta outra saída que não fazê-lo parar.
Quase nunca a divisão ao fim de um relacionamento é justa: eu fiquei com a sua lanterna e ele com o meu coração.

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Não é triste quando alguém que você considerava muito interessante e especial passa a ser só mais uma história pra contar?
Nesse momento não consigo pensar em nada pior.

Diálogos bêbados (e não-etílico)

- Pode falar?
- Posso sim...
- Já se mudou?
- Ainda não, mudo no final dessa semana.
- Quero te mandar uma coisa, me fala um email que ninguém tenha sua senha.
- Ninguém tem senha nenhuma minha.
- Mando na sexta.
- Na véspera?
- Era pra ser semana que vem, por isso.
- Ah sim!
- Tudo bem aí? Tá fazendo o que?
- Sim, num bar ouvindo blues. Você iria gostar.
- Seria a boa ouvir música boa.
- Quê que você ta fazendo?
- Falando com você, ué.
Por quê?
- Pra saber. E por saudade.
- Quer me ligar? Essas paradas são fodas.
- Não dá, pra sair da minha mesa passo no meio do palco.
E ouvir sua voz seria pior.
- Você que sabe.
- Ignorante, como sempre.
- Ouvir minha voz vai ser pior? Só você mesmo! Ainda me trata mal!
- Se isso é tratar mal, não sei o que é tratar bem.
- Sabe me tratar bem sim.
Ou sabia, sei lá.
- É, não sei,
- Sei lá também.
Acabou o assunto comigo?
- Você me irrita.
- Eu te irrito? Então vou dormir.
- Não!
Você tem permissão pra me irritar!
- Então tá tranquilo.
- Sua mãe ta felizona que você tá namorandinho neah?
- Parece que sim, mas porque você ta falando isso?
- Tava todo mundo achando que você não tinha coração, daí aparece essa mina arrebatadora aí.
- Pior que tava desse jeito mesmo! Arrebatadora foi foda.
- Pra te fazer namorar...pago pau!
- Paga pau? Você é foda!
- Conseguiu o que nunca conseguirei.
- Nossa...
Oi?
Oi?!?!
Ooooi?
- O que você quer que eu responda?
- Só tava zuando, pára.
- Olha o que você fala.
- Pára de viajar.
- Oi?

Oi?!?!
Ooooi?
- Ta.
- Vou parar de te perturbar.
- Ta.
- Vai ficar me tratando assim?
Pelo menos da pra me responder?!
- To normal, ué! Não to chateada não! (:
- Aham. To vendo o tratamento normal.
- Desculpa, eu não gosto que você namore,
- Entendi e não entendi ao mesmo tempo.
- O que você não entendeu?
- Que você não gosta. Você t;a aí com um carinha e tal. Situações iguais.
- A diferença é que se eu pudesse escolher estaria com você. Não fui eu quem decidi que as coisas fossem como são.
- Aham, to ciente das coisas. Me desculpa se falei alguma merda aqui hoje pra você.
- Olha como você é.
- O que eu fiz agora?
- Você fala como se eu estivesse implorando.
- Você sabe que eu não acho isso! Você viaja, não acho nada disso. Viaja! Se liga, vou ter que dormir que preciso acordar cedo amanhã.
- Ok. Beijos.
- Boa noite, não queria me despedir assim de você esse noite.
- Assim como?
Pode me deixar falando sozinha mesmo,.




- Dormi com o celular na mão...desculpa.
- Sem problemas, volte a dormir.
- To indo, durma bem. Beijos. Muitos.
- Você também.
- Valeu por ter conversado comigo desse jeito hoje, até mais.
- Espero que não seja ironia. Eu que agradeço por você existir.
- Você me conhece. Beijos.

terça-feira, 7 de agosto de 2012

Putas e santas


Esse texto é sobre o amor. Não desses que a gente espera que os outros sintam por nós ao longo da vida, mas pelo que a gente deve sentir todos os dias quando se olha no espelho. É sobre os rótulos que a gente aceita que nos coloquem ao longo da vida. Não é sobre o que rotula, por embora todos nós um dia caiamos nesse mérito, não pretendo tocar nele.
É sobre a necessidade de a sociedade tentar nos transformar em "meninas pra namorar" desde o momento que sentamos no vaso alcançando o chão. Sobre acabarmos nos tornando pessoas sem graça, sem sal, sem opinião e sem vontade própria em prol de um relacionamento em pleo século XXI. Sobre deixarmos que a opinião de uma massa alienada valha mais que o que temos vontade de fazer. Sobre a vontade que tenho de escrever o quão idiota é isto quando o mundo se diz tão evoluído e feminista.
Sobre o quanto eu escolho minhas amigas pelo tanto de conhecimento que elas me passam, pelas histórias que a sede de vida causam, pela falta de máscaras, armaduras e caretices convencionais. Do quando eu admiro alguém que me faz calar a boca, que tem argumento, que se banca. Sobre a minha conclusão de que estas são as mulheres (sim, menina é quem se anula pelo outro, aos 12 ou 45 anos) que fazem sexo sem compromisso, que dão em cima do cara que estão a fim, que dançam como se ninguém estivesse olhando, que levantam bandeira defendendo sua opinião, que se fazem ouvir levantando ou não o tom de voz, que tem argumento pra discutir uma madrugada inteira o mesmo assunto.Vejamos, sim, é isso, essas são as mulheres muitas vezes julgada como "só pra comer" e estou certa de que é nelas que os homens pensam depois de uma noite sem graça ao lado da "namoradinha".
E é, enfim, sobre a fala de uma sábia amiga "a diferença entre as santas e as putas é que as putas falam". E de verdade? Quando os hormônios se tornarem escassos, o sexo rotineiro e a rotina cansativa é só isso que vai restar a quem te acompanha: falar.



Obrigada Deus, Universo, família, amigos, livros que li e lugares que eu fui pela minha, talvez única, certeza: eu nunca vou ser "menina pra namorar".

domingo, 5 de agosto de 2012

Singela descoberta sobre o mar

Me diziam, quando criança, que o mar se revoltada e promovia catástrofes devido ao número de prédios e estradas que a gente construía no lugar que antes ele predominava (e que esse também era o motivo pelo qual as ondas sempre levavam embora meus castelos de areia). Hoje vejo que a única coisa capaz de mudar o trajeto das ondas, de revoltar cada partícula de sal de cada gota do oceano é a dor humana.

E essa é a maneira de não estar sozinho enquanto só, mesmo à beira de um colapso, o mar sempre estará disposto a ser companhia, sempre tentando convencer a me desfazer em lágrimas ao invés de cortar o peito tentando tirar a dor que me habita.

sábado, 4 de agosto de 2012

Ontem, te observando adormecer ao meu lado, fiquei pensando na quantidade de dor que dois olhos e uma boca podem aguentar. Pelo seu riso insistente e olhos ausentes de lágrimas, suponho que a do mundo inteiro.

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Ela

Posso não ser tudo que você sonhou, nem perto, ainda assim não entendo como pode me trocar por ela. Eu estou te dizendo, eu valho mais a pena. Posso te dar futuro, sonhos realizados, viagens de fim de ano, jantares em restaurantes caros, herdeiros correndo pela sala. Posso te dar colo, abraço, sorrisos e piadas pra rir o resto do mês. Posso te dar conselhos, ajuda e amparo. É só você querer.
Ela vai te tirar tudo, você pode me ouvir? Dinheiro, saúde, família e amor. Vai acabar com a sua dignidade, esperança e paz. Vai se tornar uma ditadora dentro do seu próprio corpo, te colocar coleira e te guiar por onde ela quiser. Ela está acabado com tudo de bonito que há em você. Não é recalque, nem melindre, nem invenção, acredite.
Eu poderia te garantir a liberdade que você sempre sonhou e me ensinou, é só você me escolher.

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Porquê escrevo.


Escrevo porque é muito mais fácil ser ouvida no silêncio, muito mais certo ser entendida sem precisar se explicar. Pra não enlouquecer com meus traumas, dores e desgostos. Pra achar um vão entre meus pensamentos que me fazem sentir deturpada e fraudada, por dentro e pelo corpo. Pra tentar acabar de vez com essa maluquice desse olhar desprovido de sanidade e de amor-próprio. Pra tentar entender que nunca corresponder a nenhum padrão ou expectativa não é o fim do mundo. Pra tentar achar os motivos dos mecanismos de defesa, agora físicos, ao invés de me odiar por isso. Eu escrevo pra não enlouquecer. 

segunda-feira, 30 de julho de 2012

O texto que você me pediu.

Não é a primeira vez que você me procura buscando resposta pros meus escritos, como se eles fossem o nosso último elo. Hoje, depois de ouvir a sua voz, que tem o eterno poder de mudar toda o destino da minha existência, pedi ao Universo que me enviasse respostas, não vieram, apenas mais perguntas, como sempre é.
O que você quer saber, afinal? Se eu ainda escrevo sobre você todos os dias? Se eu coloco o mundo em palavras tentando chamar a sua atenção? Se eu ainda sei de cór o formato dos dedos dos seus pés, o gosto dos seus ombros, o lado que seus pêlos loiros invadem seu corpo enquanto eu encontro todo o refúgio do mundo nas suas costas, os seus suspiros quando se sente incompreendido? Se eu ainda acordo no meio da madrugada sentindo falta de te ter dentro de mim? Se lembro letra por letra de cada piada idiota com que você costumava me acordar e de cada assunto desconcertante, que ainda me fazem perder em divagações no meio de conversar importantes, antes de dormir? Se eu ouço nossa extensa trilha sonora todos os dias e ainda continuo com a mania besta de te colocar em cada música? Se a primeira coisa que eu faço quando acordo é visitar todas as suas redes sociais? Se eu ainda sinto meu coração bater até na ponta do nariz quando ouço seu nome ou o leio no visor do meu celular? Se eu ainda fico meia hora sem conseguir controlar o meu sorriso bobo toda vez que nos falamos? Se ainda sinto meu coração bater ao contrário só de pensar que posso nunca mais colocar os olhos em você? Me diz então de uma vez que diferença faz que a resposta pra todas essas perguntas seja sim! Um "claro, seu idiota" gritado com toda força que habita a dor da sua ausência.
O que você vem buscar aqui, ao ler cada letra dessa é o que você já tem todos os dias da sua vida, desde os sinos que ouvi quando sua mão encostou na minha cintura e seu sorriso encontrou o meu pela primeira vez. E eu te digo mais uma vez: você está no lugar errado. Eu poderia te pedir pra voltar atrás, pra voltar pra mim, pra começar de novo e dessa vez diferente e de verdade, porém acho que amar é isso: me sentir realizada com a sua felicidade mesmo que ela não me inclua.
Espero, mais uma vez, que você entenda o que venho tentando te fazer compreender a 11 meses: eu vou continuar esperando por você. E esteja certo, a sua verdade eu já decorei, entendi e sinto todos os dias: "não importa o que aconteça, pra onde a gente vá, quem a gente conheça, tá escrito e nada vai mudar".

domingo, 29 de julho de 2012

Escrevo-te

Escrevo-te então cono passível de erro, decepção e adeus.
Escrevo-te pra lembrar-me da burrada que fiz por te deixar ficar.
E mais ainda pra lembrar-me da música que o seu corpo faz dentro do meu quando não estiveres mais aqui.
Escrevo-te como memória, dessas vividas, aproveitadas e exercidas ao máximo.
Pra quando te faltar espaço, as divagações caberem.
Escrevo-te pois é só o que me resta, só o que posso, só o que garanto.
Escrevo-te pra afirmar que é melhor viver e não mais ter, do que chorar por não ter do que lembrar.


Escrevo-te em mim, na alma, pele, cabelo e pensamento. Como tatuagem de rena que a gente toma cuidado pra não cair água e apagar.

quinta-feira, 26 de julho de 2012

Quase Morte

Você já se sentiu como se estivesse morrendo? Já sentiu sua alma parecer mais frágil que uma casquinha de sorvete de padaria? Eu já e vou te dizer, é quase todos os dias. Meus braços e pernas parecem ter 200kg cada, meu ombro parece carregar 1 tonelada em forma de mochila, meu estômago se contorce todo enquanto minha barriga contrai e preciso dizer que sou tomada pela certeza de que o ar não alcança o meu pulmão (por alguns dias, horas ou minutos - não sei bem - eu não respiro - ou penso não respirar), minhas pálpebras pesam 80kg e eu tenho certeza que as rugas que meu rosto vai ter quando eu envelhecer ficam nítidas e fundas, quase em carne viva. Meus dedos parecem não estar no meu corpo, bem como minha cabeça (resolvem habitar, sem que eu permita, uma outra dimensão onde eu não tenho controle), meu pescoço parece ser esmagado por entre as mãos grossas e ásperas de alguém que eu não vejo e nem existe, cada lugar onde nasce cabelo dói (meu couro cabeludo parece uma colméia sendo invadida), meus joelhos e cotovelos ardem na parte externa e ficam doloridos na parte interna, minha língua adormece e não formula palavras, minha boca ficar dormente, totalmente, de modo que eu a mordo o mais forte que consigo (que não é muito, convenhamos, perco as forças) e não sinto nada, eu poderia suportar toda a dor do mundo nos meus lábios sem sentí-la, meus braços não estão aqui, tenho certeza que não os tenho, meus seios são espremidos contra mim e quase os sinto saindo pelas minhas costas, meus pensamentos eu não controlo, nem o que sinto, sei que agora tem um grito enorme que eu gostaria de dar e minha boca não abre, sei que não to pensando nada do que estou pensando agora e não sei o que é, existem mais de 3 dimensões dentro de mim agora e não estou em nenhuma delas embora esteja presa nessa carne morta. Uma força me vem, me empurra, sinto uma onda forte vindo na minha direção e me derrubando e não saio do lugar, fiquei cravada aqui e não falo, fiquei cravada aqui e não ando, não peço ajuda, por mais que eu queira, preciso sair disso sozinha, queria um abraço e afasto o mundo, não posso, não me permito, preciso sobreviver sozinha.
Sabe o que é mais incrível quando se sente morrendo? É que o medo maior é que a vida cesse, é que sinto que posso morrer por todos os lados e pessoas e cores e imagens e tento impedir isso com alguma das esferas do meu pensamento, já que meu corpo não me obedece. Entretanto, agora, não há nada que eu deseje mais do que a morte, do que sair do corpo e não sentir essa dor, peso, ardência, dormência, recobrar os sentidos que talvez nem existam. Essa é a maior contradição de quase se morrer e, então digo que também, quase viver: temer a morte mais que vida e desejá-la mais que a eternidade.

quarta-feira, 25 de julho de 2012

Falta de juízo

Se você tem pelo menos algum juízo e uns poucos neurônios sobrando, vai desistir de mim quando a sms escrita a alguns minutos for enviada. Acredite, é a melhor coisa que você tem pra fazer agora que os dias não conseguem acabar sem que eu ponha os olhos em você. Não é nada pessoal, você continua sendo irritantemente inteligente e engraçado e eu continuo pensando nas suas músicas tristes tocadas no violão pra me acalmar e vendo estrelas que não existem no teto do meu quarto e me considerando a pessoa mais feliz do país deitada dentro do seu abraço recebendo carinho nas costas. E na verdade, é por tudo isso. Por eu me sentir impotente quando não consigo te fazer sorrir, por ver minha felicidade incompleta quando não consigo te acalmar, por saber que meus olhos ficam vagando no meio de uma reunião séria quando sei que você está triste. Por eu gostar de ouvir suas histórias antes de dormir, por você arrepiar todos os pêlos do meu corpo com um abraço, pelas dancinhas de felicidade pela casa. A cada novo sorriso, beijo, idiotice, eu só penso que eu preciso que você vá logo embora, que eu preciso que isso acabe antes que eu me entregue e seja tarde. Eu sei que você é um cara ajuizado, então, por favor, desista e diga logo o iminente adeus.

Sobreviver

Sempre achei que, ao contrário de tudo que a gente cria e não vive, sonhos são inquebráveis. Hoje vejo que não, sonhar é só mais uma das ilusões que a gente tem, porque de certa forma eles nunca existem e nunca existirão. Por que? Simples, a gente sempre almeja algo dependendo dos outros, raros são os sonhos solitários, os que são capazes de nos transformar sem precisarmos de mãos estendidas e braços abertos. Decido assim, mais uma vez, que a solidão ainda é a melhor resolução pra todo e qualquer tipo de problema. Não há nada capaz de afetar quem está só, estamos acostumados. Acostumada a não depender de abraço, carinho e colo, acostumada a pensar com a própria cabeça, a dar os próprios passos sem ter alguém que me faça olhar pra trás. Acostumada a não me apegar, a não esperar nada, a não olhar pra trás. Pode soar dramático ou exagerado, mas não é, se tornou muito mais simples que relações e sonhos utópicos que vejo todos os dias passar sobre mim. Não sonhar, não depender e ser só, foi a maneira que eu encontrei pra sobreviver.

sábado, 21 de julho de 2012

Talvez

Tem um grito preso no meu estômago agora, talvez por isso ele teime em doer, sem se importar com a quantidade de comprimidos que venho ingerindo pra cessar a bola de fogo que ele se tornou. Tem um excesso de lágrimas perfurando o meu pulmão e provavelmente devido a esses buracos minha respiração falhe a cada esforço pra respirar. Tem o desejo do fim instalado em cada parte do meu corpo e estou certa de que é isso que me faz querer não levantar da cama. O que me salva são os dedos, os da mão, que ainda relutam contra as ondas de decepção e desespero que embolam meu corpo num caixote me jogando na beira da praia, estes ainda querem viver e acham que escrevendo podem me sarar. Às vezes eles falham, me  dizem que eu deveria falar (mesmo que sozinha), me contam que estão sobrecarregados e sem dar conta de jogar pra fora de mim tudo que não deveria me habitar, mas eu nem respondo, continuo estática, fingindo que ajo, fingindo que escuto, fingindo que vivo. Talvez seja como Caio disse "só preciso de férias e um porre", talvez eu só precise parar de prostrar um sorriso no rosto e piadas em redes sociais e conseguir gritar ou chorar. Talvez eu só precise dormir até deixar de existir. Cada nova decepção que vem, eu fecho os olhos e repito "é só mais uma, ta tudo bem".

sexta-feira, 20 de julho de 2012

De volta

Deito perto do seu leito e longe dos seus pensamentos, constato mais uma vez que quando não tenho acesso à eles a minha vida se torna um pouco melhor, ou um pouco mais ignorante, mas Cazuza dizia "os ignorantes são mais felizes" e eu concordo. Não entendo como alguém pode me conhecer tanto, pode saber de cór a fórmula pra me fazer feliz e ainda assim preferir me ver sendo esmagada pela dor de uma troca que eu sei que não vale a pena. Como eu sei? Eu estava lá vendo tudo que você tocava desabar, eu estava lá sendo invisível, eu estava no mesmo lugar chorando e esperando o surto passar. Eu ansiei a vida inteira pelo momento em que seríamos exatamente o que somos hoje, e sabe o que dói mais? Chegar ao pódio e desistir do troféu, chegar primeiro que todo mundo na linha de chegada e ao invés de cortá-la, passar por baixo dela, ver tudo ir embora sem que eu possa ao menos implorar pelo contrário.
Sei da mudança climática que percorre o mundo, sei do avesso de ideias que ronda a sua mente, sei que preciso mais uma vez me redimir apenas ao que sou e seguir com o coração picotado. Sei que o inferno nunca foi tão frio. Sei que eu queria poder congelar esses meses pra sempre, enquanto o pesadelo não vem.

Cebola

Gosto das minhas madrugadas assim, de uma maneira que eu jamais gostaria de imaginar. Do seu dedilhar no violão e nos meus cabelos, fazendo música das duas formas. Gosto e tenho medo, porque é isso que eu sempre faço: busco maneiras de estragar tudo que me faz bem. Tenho medo de te inserir nessa loucura que eu projeto todos os dias quando acordo, e é exatamente o que tem sido e eu não preciso me dar conta pra acontecer. Hoje o medo aumentou, ele vai além da minha neurose de que provavelmente você não sente tesão por mim, atravessa o físico e o presente, meu maior medo é de não poder te ouvir contar histórias fixando o olhar no teto amanhã, que eu não possa te chamar de idiota, babaca ou prepotente quando o sol nascer novamente desse lado do mundo, de começar a falar dos meus pensamentos e sentimentos ao invés de escrevê-los diariamente e assim perder a inspiração, de confiar demais e ver tudo sendo jogado poço adentro, lixo afora. Sei que agora meu pescoço se enche de manchas vermelhas, tal como eu tenho antes de ter uma crise e que eu tento disfarçar fingindo que acho graça. Não leve a sério. Apenas uma licença poética de madrugadas frias, ok? Quando essas linhas acabarem tudo volta ao normal, você canta a música que quer, faz a massagem que ainda me deve e tenta ter coragem de ir embora.

quarta-feira, 18 de julho de 2012

Aqui



Me canta e encanta daí, parado exatamente aonde você está. Daqui, só vejo as covinhas nas suas costas, "sele de qualidade" e ouço tua voz plagiando a do Caetano enquanto lava a louça de almoço de domingo. Basta te ter assim pro meu dia clarear. Sei que parece poético demais, meloso demais, clichê demais, mas eu nunca tive tanta vontade de estar em algum lugar como quando você me abraça. Tu é a minha exatidão, a minha plenitude, o meu "fim do caminho", sei que agora posso sentar, tomar água e descansar, que não preciso mais buscar tanto do mundo lá fora, encontrei, na sua mania de me cuidar, a resposta pra maior parte das perguntas que me fiz em 20 anos. E tudo que eu espero ser tem um pouco de você e das histórias que vivemos juntos e contamos pros nossos amigos no bar da esquina do seu apartamento quase toda sexta à noite. Não preciso de mais nada agora que possuímos o mundo, o fundo e o direito de te querer bem como nunca quis ninguém. Eu só preciso continuar aqui, de olhos fechados te ouvindo cantar.




"Teu corpo combina com meu jeito

Nós dois fomos feitos muito pra nós dois
Não valem dramáticos efeitos
Mas o que está depois

Não vamos fuçar nossos defeitos
Cravar sobre o peito as unhas do rancor
Lutemos mas só pelo direito
Ao nosso estranho amor"

sexta-feira, 13 de julho de 2012

Cebola

- Você assistiu o primeiro filme do Shrek?
- Aham, por que?
- Você se lembra no primeiro filme, quando o Shrek e o burro estão voltando pro castelo e o burro o compara a uma cebola?
- Lembro vagamente, me conta.
- O burro fala que o Shrek é como uma cebola: tem várias camadas, mas no fundo é uma boa pessoa.
- E daí?
- Você é uma cebola. No fundo, vale a pena.


cebola

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Caracóis

Percebi que penso em você todas as vezes que fecho os olhos, talvez seja por isso que inventei mil e uma coisas pra fazer hoje desde que despertei de uma noite inteira de sonhos com você. Acredito na lei de atração e, ainda mais, nas surpresas que a vida se encarrega de nos trazer, especialmente nas que ela insiste em nos fazer ver. E com certeza você foi assim.
Mesmo de olhos abertos, te sinto aqui, deitado no meu lençol quadriculado me fazendo ver estrelas que não existem no teto do meu quarto. Sinto seus dedos passeando pelos lugares mais inesperados do meu corpo e minha surpresa ao contradizer a minha teoria de que "homens não sabem fazer sexo dos bons porque enxergam as mulheres apenas como bunda, buceta e peitos". Gosto de te sonhar assim: sem camisa, deitado no meu colo, embolando meus dedos entres seus cachos em um cafuné, rindo da minha cara, implicando com meu esmalte, minhas espinhas e os furos do meu pijama velho, gosto das suas piadas que me fazem gargalhar no meio de uma palestra ao lembrar e ainda mais do seu ar de seriedade ao abaixar a minha calcinha, gosto da cumplicidade que temos e da amizade que construímos acima de tudo.
Estranho, hoje quando acordei de você, a primeira coisa que veio a minha mente "preciso parar de vê-lo antes que eu me apaixone" combinou com minha neurose de "você me conhece demais pra transar comigo" e eu tentei me arrepender da melhor madrugada de 2012, o máximo que consegui fazer foi sorrir com a sua sms de bom dia e desejar que outra noite dessas chegue logo.

terça-feira, 10 de julho de 2012

Litoral

Lembro que no dia que você fechou o negócio da sua casa na praia ligou pra me contar, eufórico com a novidade, dizia estar falando comigo e olhando o mar, que fica de frente pra janela do seu quarto. Pode parecer infantil e até masoquista, mas ultimamente não consigo ver outra imagem em minha mente que não essa: você e ela caminhando de mãos dadas pela orla da cidade escura iluminada pelos postes do calçadão e embalados apenas com  som das ondas quebrando na praia. Gosto de te ver assim: sorrindo e olhando-a dentro dos olhos enquanto se aproxima pra um beijo, simplesmente porque o que me faz feliz é saber da sua felicidade. E esse é um nível de amor que achei que nunca fosse alcançar, mas estamos aí, cada um no litoral de um estado, segurando mãos que não as nossas pela praia, beijando bocas não tão macias, vivendo vidas que deixaram de se parecer com sonhos. Ainda assim gosto de te imaginar sorrindo, sei que está, em algum lugar, achando graça de outros bocejos, outras manias chatas, outros abraços repentinos. E sei que enquanto estivermos habitando o mesmo planeta, pra nós, há esperança.

segunda-feira, 9 de julho de 2012

Noite fria

É noite fria e, como toda vez que a temperatura abaixa, vou com meu pensamento onde está você. Faz quase 7 meses desde a última vez que dividimos o mesmo travesseiro (sim, não importa quantos travesseiros cada um tenha pra si, nós sempre adormecemos sobre o mesmo) e confesso que, em todos os dias desse tempo, tive que lembrar a mim mesma que você não estava do meu lado quando deitava do meu lado da cama. Tentei de tudo: dormir do lado seu, no meio, no colchão no chão, no sofá da sala, nada adiantou, você está muito mais em mim do que poderia supor um dia me impregnar de alguém.
Sei que hoje é dia de chopp com os amigos, sei que agora você caminha por alguma avenida fria, com o nariz vermelho e a alergia tomando conta dos seus olhos e ombros, voltando pra casa, a dois quarteirões do bar, pensando que seria mais poético se tivesse chutando pedrinhas e sorrindo, imediatamente, pela breguissee das suas viagens diárias. Sei que vai olhar o céu procurando estrelas e, provavelmente, não vai encontrá-las devido à poluição dos prédios, fábricas e tudo mais que move uma cidade grande tão grande, mas espero mais um pouco, alguns minutos mais, até que você se deite, na cama de sempre lençol e travesseiro branco, como se houvesse apenas essa cor pra roupa de cama no mercado, e, antes de fechar os olhos, vai ver a estrela fluorescente que colei no seu teto, exatamente onde você olha quando reflexiona sobre como foi seu dia todas as noites, e pensar em mim. Talvez você também queira saber o que eu faço nessa segunda de madrugada fria, talvez se lembre que as passo escrevendo porque o fim de semana me inspira quase sempre, talvez releia minhas mensagens antigas e se depare com algum "vontade de você" ou com "quando eu não sei mais o que sentir por você, lembro da sua respiração no meu cabelo e começo a sentir coisas que eu nem lembrava que existiam", essas coisas bobas e bonitas que a gente escreve cego de paixão. Não importa, só queria que, esta noite, você soubesse que penso em você todas as noites (todos os dias também, mas dormir é sempre a pior parte) e que espero, ainda e sempre, poder dormir novamente abraçada na minha certeza de ter tirado a sorte grande na vida.