sexta-feira, 7 de setembro de 2012

O dia da Independência


“Não é quase cômico que alguém comece um vínculo desse em pleno 7 de setembro?” ela pensou ao desligar o telefone. Parece que o GPS do carro dele tinha errado o caminho até a sua casa e ele estava cerca de 6 quarteirões depois da sua rua, ou antes, depende do lugar que se vem.  Orgulhoso, claro, não a deixou ir de encontro a ele, ao invés disso, ela ficou no portão de casa esperando-o, não demorou muito. Assim como não demorou pra ela aceitar andar de mãos dadas – entenda aqui o constrangimento que ela vê nisso, assistir vídeos defendendo a política de esquerda a fim de discutir sobre eles, não gargalhar com a seleção de músicas numa pasta no computador dele intitulada “pra fazer amor” – de longe, a maior prova de amor que ela já ofereceu. Era simples, ao lado dele nada mais parecia doer ou ser difícil, era tudo límpido e tinha muito mais sentido que a própria vida de solidão que ela tinha optado como ideal. Era fácil e tranquilo fazê-lo sorrir, seguir seus conselhos de não emagrecer por favor, deixar o cabelo bagunçado como quem acabou de acordar só porque ele achava lindo. De difícil, apenas conseguir não se entregar, em todos os sentidos e com a maior intensidade que sua alma, bem como seu corpo, aguentasse. Foi o paraíso, em pleno turbilhão que o dia da Independência deveria representar, foi a paz em meio ao caos, foi a vida depois da morte de tudo de bonito que ambos eram capazes de sentir – diga-se de passagem que a coisa mais bonita que ele ensinou a ela foi isto: voltar a sentir e ser sentimento, foi a melhor  e mais forte lembrança do ano.



Tudo isto apenas pra dizer que eu deveria presenciando o início e não o fim. O dia que iniciou o 7 de setembro mais feliz da minha vida e não o novo inferno de 2012. Tudo isto pra te lembrar que eu continuo desacreditando que esse mundo seja o inferno de outro planeta devido ao seu sorriso. 

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