O que fazer então quando o sentimento de rejeição resolve entranhar, se debruçar e abraçar cada parte do corpo. O que fazer quando o que se tem que mandar ir embora é a única coisa que você faz questão que fique. O que fazer quando a previsão do futuro dói na mesma medida que a visão do presente, quando qualquer gesto é capaz de latejar a alma e precisa-se manter em silêncio. De praxe, como de costume, me deixar de lado e considerar que as palavras confidenciadas entre as paredes do quarto foram apenas palavras logo levadas e dissipadas no vento. Como de costume, de praxe, fingir que não tem nada acontecendo, que o coração não está sangrando, que não há ainda um único sentimento que rege além da culpa e que, talvez, o desespero maior, seja ver esse resto de sentido se esvaindo pelos dedos conforme a quantidade de decepção se aglomerando. O que fazer.
"O amor é o ridículo da vida. A gente procura nele uma pureza impossível, uma pureza que está sempre se pondo. A vida veio e me levou com ela. Sorte é se abandonar e aceitar essa vaga ideia de paraiso que nos persegue, bonita e breve, como borboletas que só vivem 24 horas. Morrer não dói". (Cazuza)
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