segunda-feira, 26 de outubro de 2015

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Se a pessoa vai embora quando as coisas ficam difíceis, essa pessoa não merecia ter ficado quando estava fácil.
Desistir no caos não é amor.
25 anos pra conseguir aprender.

sábado, 24 de outubro de 2015

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Ninguém nunca me amou como ela. Nunca me quis como ela. Nunca me fez sentir tão potente.
E longe dela, parece que a minha força ficou pesada de carregar.

Eu nunca tinha me sentido amada na vida. Acho normal ficar assombrada de medo de perder o q eu sempre sonhei ter e nunca tinha tido.

Eu não soube lidar.
Com o amor.

sexta-feira, 23 de outubro de 2015

O caminho do fim

Acordo com o coração esmagado todos os dias. E a taquicardia o esmaga ainda mais conforme o dia vai passando, uma bomba relógio presa na minha garganta. Eu ainda não acredito que você se foi. Eu sabia que esse dia chegaria, desde o nosso primeiro dia, me preparo para este que agora chegou, sem acreditar que ele chegaria, sem nunca querer que ele chegasse. Daqui de onde escrevo, consigo ver você em tudo: na parte de cima do meu armário vazio, no balcão comendo tapioca de café da manhã, na minha cama, na parede do meu quarto, almoçando no sofá da sala, dançando e se olhando no reflexo do espelho do banheiro durante o banho. Daqui de onde te escrevo, tudo ainda é você, porque, embora minha mente finalmente tenha entendido, meu coração ainda não te libertou.
Não tenho dúvidas de que você é o melhor amor que já senti, a melhor relação que já tive. Não tenho dúvidas de que juntas fomos o mundo e ganhamos dele, que juntas conseguimos ir além do conceito de cumplicidade, de lealdade, de doação mútua. As minhas dúvidas, agora, se resumem, ao que fazer com tudo isso que ainda sinto.
Ontem, enquanto eu tomava banho, me olhando no espelho e te vendo no reflexo, eu entendi que preciso te deixar ir. Que não posso mais te prender em mim e fazer tudo que eu posso pra tentar nos reconstruir. Ontem, eu aceitei a imagem de alguma outra pessoa que consiga te fazer feliz - como eu fracassei - ao seu lado, que alguém te faça rir como eu fiz, te amar como eu amei, olhar como eu olhei. Ontem eu finalmente consegui abrir mão do meu lugar na sua vida, mas ainda dói tanto, meu amor, dói tanto não ser mais o que éramos, dói tanto que tenhamos desistido, que a gente tenha errado a mão.
Eu sei que essa dor vai passar, que a gente vai seguir, o que me dói, na maior parte do tempo, é isso: saber que você vai passar.
Lembra uma vez em que a gente tava na sua casa antiga, você tava fazendo charme por algum motivo que eu não lembro, me apressando. Eu te pedi pra me dar uma braço. Eu estava deitada na sua cama, você deitou em cima de mim, cheirando meu pescoço e eu te pedi pra casar comigo. Você disse que ia pensar no meu caso, rindo da minha cara, como se eu estivesse te contando uma piada. Hoje, agora que acabou, quero que você saiba que todas aquelas vezes eu falei sério. E que eu queria encontrar uma forma das coisas se darem de forma diferente.
Eu não queria que você passasse.

quarta-feira, 21 de outubro de 2015

Elaborar

Amar sem posse, amar é libertar. Eu repito isso pra mim todos os dias, tem dias que não ouço. Muitos dias não tenho ouvido, não tenho ouvido à mim mesma. Muitos dias o medo paira em cima da minha mente, forma uma nuvem de trovões e gotas grossas de chuva, me rendo à ele, esqueço quem sou. Muitos dias eu me apego aos outros e esqueço do meu próprio apego, esqueço de me amar, esqueço que não preciso de ninguém. Minha memória, muitos dias, funciona à base de uma saudade que esmaga meu coração e, a invés da leveza que a saudade deveria ser, eu grito de horror pra dentro de mim mesma. Eu esperneio e não creio nas burradas que faço. Muitos dias os dias não tem fim, fico pensando sem conclusão ao que me trouxe até aqui, em como eu pude erra tanto na conclusão, se a meta era totalmente diferente. Muitos dias eu só não queria existir.

domingo, 18 de outubro de 2015

Elaborar

Não sou de ter ciúme do passado. Gosto de te ouvir contando sobre todas as pessoas que passaram pela sua vida imaginando o caminho que te trouxe até aqui. Agora não, agora o meu não lugar me faz invejar o lugar de todo mundo que passou. Me faz querer alcançar um degrau do qual eu despenquei. Agora eu odeio as pessoas que eu amava.

sexta-feira, 16 de outubro de 2015

Castelo rá tim bum!

Quando eu era criança me perguntava quase todos os dias porque eu tinha nascido. Lembro de uma vez, quando eu tinha no máximo 8 anos, ter pedido desculpas à minha mãe por ter vindo ao mundo. Eu sentia uma culpa do tamanho do mundo.
E não era só culpa, era pavor. Hoje, quase 20 anos e muita análise e regressão depois, começo a entender o motivo de tanto desespero, mas naquela época tudo que eu queria era não ter que acordar, não ter que morar naquela casa, daquele jeito. Eu não dormia a noite, comia muito, vivia dentro da minha imaginação por julgar que lá era o único lugar do mundo que me cabia, que eu era bem vinda e o mundo era feliz.
Aí comecei a assistir castelo rá tim bum! E então descobri um mundo mágico, tão diferente do meu e por isso me parecia tão acessível. A minha vida era assistir e sonhar com o castelo, com as fadas no lustre, com uma tia bruxa que me contava histórias, um laboratório pra eu descobrir minhas coisas, uma biblioteca com um gato pra me falar sobre todos os livros do mundo - porque quando eu era criança eu achava que leria todos -, alguém que tivesse paciência pra me explicar o que todo mundo resumia à "porquê sim", amigos que visitavam a minha casa, um et que vinha me dizer de outros planetas, uma caipora que bagunçaria minha casa e eu culparia pela zona, uma entrevistadora toda rosa, um amigo entregador de pizza, um lavador de pratos que me parecia um aquário. Naquele castelo não existia problemas, eu não era um problema. Mas uma hora ou outra o programa acabava, eu desligava a tevê e voltava pro mundo onde eu não gostaria de estar, onde eu chorava dizendo que não gostava de mim diariamente.
Essa semana, no dia das crianças, fui à exposição do castelo no CCBB, do Rio de Janeiro. Numa época em que, novamente, eu esqueci o que é sonhar. E agora, choro lembrando de tudo que eu vi. De novo, eu era uma criança num castelo onde não existia problemas, dores, medos, onde eu gostava de quem eu sou. De novo eu tinha espaço pra sonhar, tinha memórias, tinha esperança. De novo eu era alguém. Ali só existia o Nino e eu desbravando o castelo, só existia um espaço no mundo pra mim.
Escrevo pra que eu nunca esqueça do dia em que eu descobri o lugar daquela criança amargurada no mundo, por 40 minutos ela tinha o mundo dela, como toda criança deveria ter, um lugar feliz. Por 40 minutos ela não era uma criança massacrada e rejeitada. Por 40 minutos aquele era o meu castelo  rá tim bum!

quinta-feira, 15 de outubro de 2015

Elaborar

Eu era uma pessoa que prezava o próprio sono antes de te conhecer. Nos dias em que eu tinha que trabalhar às 7h, dez da noite do dia anterior eu já decretara silêncio absoluto no meu quarto, luzes apagadas e música relaxante. Nada dessas noites viradas em claro, fazendo sexo madrugada adentro, perdida em um bar na esquina entre a sua casa e a minha, conversas intermináveis até raiar o dia. Você chegou e mudou tudo.
Eu era uma pessoa que não curtia declaração pública de afeto, mais preocupada em viver do que lembrar, mais preocupada em estar sozinha do que em ter companhia. Você chegou e mudou tudo.
E agora na minha mente vem tantas coisas que você mudou na minha vida sem ao menos pretender ou perceber e, ao invés de agradecer, hoje eu sinto um buraco atravessando minha garganta.
Eu deixei de ser a pessoa com quem você fazia qualquer coisa pra passar a maior quantidade de tempo possível, pra me tornar aquela que você, mesmo passando o dia com o celular na mão, acha inconveniente mandar uma mensagem perguntando como ta sendo meu dia. Me tornei a pessoa que se sente culpada toda vez que te liga, que não tem coragem de te ligar dizendo que tá com o fim de semana livre e gostaria de passar com você. Eu me tornei a pessoa que também não tem o que te dizer.
E eu ria de quem era isso na sua vida, não de sarcasmo, mas porque eu tinha a errada certeza de que nunca cairíamos neste lugar.

terça-feira, 13 de outubro de 2015

O amor é sempre diferente quando inicia e sempre igual quando acaba.

sábado, 3 de outubro de 2015

Todos os dias

Todos os dias pessoas que não são você me invadem de mensagens de bom dia, de convites irrecusáveis, de carinho e colo.
Todos os dias eu pulo a cada toque de notificação do meu celular.
Todos os dias eu recuso o mundo e espero, com os olhos e ouvidos atentos, que seja você. Tem vezes que eu converso com você, mesmo sabendo que você não me ouve, mesmo sem obter respostas, te conto meu dia, te declaro amor e saudade, te peço que volte.
Todos os dias eu tenho a esperança de estar presa em um pesadelo, de que eu vou abrir os olhos e você vai estar deitada ao meu lado sorrindo e pedindo pra eu preparar teu café da manhã.
Todos os dias eu vou até a avenida principal da cidade e fico os olhando os ônibus que vão na sua direção me segurando pra não pegar o próximo, pra não bater na porta da sua casa e te perguntar o que a gente acha que ta fazendo, se o amor que a gente sente ainda ganha do mundo.
Todos os dias eu me sinto ridícula por sentir tudo isso sem conseguir te dizer, me sinto ridícula por achar ridículo pensar em te falar que toda vez que eu penso no que significa amor, eu defino com o que eu sinto por você.
Assim, se não for pedir demais, me dá um sinal de que eu ainda também sou o que você quer.

sexta-feira, 2 de outubro de 2015

Um silêncio ensurdercedor

Nunca tive problema com o silêncio. Ele sempre me veio como uma dádiva perto de quem fala demais. Como elaboração e reflexão. Nem sempre saudável, porém sempre fonte de conhecimento.
Lembro de na nossa segunda semana, do nosso encontro, te ter deitada no meu colo, te fazendo cafuné na face completamente mudas, você dizia que eu tava quieta demais e eu te dizia que tava treinando seu silêncio. 
Hoje, o silêncio que te ensinei, aquele que vem quando a gente se sente tão à vontade que não precisa de palavras, aquele em que os olhares falam mais que qualquer junção de letras, aquele que me fazia passar mais tempo olhando seu rosto tentando entender como a sua pele é o melhor lugar que já encostei minhas digitais: se tornou um muro. Um silêncio sepulcral nos invade. Dos tantos assuntos e histórias que eu poderia te contar, sobra a anestesia. 
O silêncio comeu minha energia, comeu a minha coragem de atravessar meu medo e te atravessar ao mesmo tempo em que sou atravessada por você. O silêncio comeu a minha paz, o sossego das batidas do meu coração quando ao seu lado, o ritmo desgovernado que as minhas idéias surgem perto/dentro das suas. 
O silêncio me devora. Logo ele, o meu fiel companheiro, hoje se torna meu pior inimigo. Logo eu que sempre fiz questão de apontar os seus benefícios, não vejo a hora de quebrá-lo. Só pra te trazer pra perto.