terça-feira, 31 de maio de 2011

Espelho meu.

Eu queria ser uma pessoa madura, sabe? Acho que você ainda não percebeu que eu só sou assim perto de você. Eu queria conseguir entender as coisas óbvias, me acostumar com mudanças, saber dizer adeus, ignorar o tempo e o espaço como aquela teoria que eu te falei. Eu queria te ter perto, sempre, ouvir sua risada gostosa, seu sotaque mansinho, seu olhar de apoio.
Tem tanto tempo de laços construídos tão rapidamente, tanto tempo e parece que foi pouco, parece que eu não soube aproveitar direito. Você foi a minha luz nessa escuridão toda, foi meu apoio, meu consolo, é tão bom saber que eu tinha você pra ser igual a mim quando eu era tão diferente.
Os médicos disseram que eu tenho que controlar minha emoção, que agora eu tenho que viver no outono. Eu sempre achei isso sem graça, mas com você por perto fazia sentido. Agora posso dizer que perdi todo o controle administrados nesses meses. Não por sua culpa, mas por você. Vai ser difícil saber que quando eu voltar pra casa, não vou ter seu sorriso.
Eu só quero te agradecer. Nessas palavras emboladas no calor do momento, eu mal consigo escrever meu nome e to cuspindo tudo que to sentindo, espero que meu agradecimento chegue aí nessa energia tão boa que você sempre me passou. Obrigada, minha amiga, por mais essa vida do meu lado, por ter me aceitado na sua caminhada novamente mesmo depois de tantos erros, obrigada por me acolher, por me cuidar, por me achar tão especial, obrigada por não ter me abandonado nunca, por ter fortalecido minha força, engrandecido meu eu. Hoje vejo que não é de agora, nem de hoje esse amor que sinto pulsar no peito por você, minha irmã. Hoje eu vejo que faz tanto sentido todo esse tempo. É bom te olhar e reconhecer meus erros e acertos em você, é bom te ver perto e saber que somos capazes de passar por cima de qualquer coisa pela nossa amizade. Eu quero que nossos filhos cresçam juntos como outrora, quero poder te contar pra eles, contar da pessoa que acreditou em mim quando nem eu acreditava, da pessoa que me achava demais quando eu era a mais desequilibrada. Eu quero contar pra você que eu te amo demais e que não importa pra onde o tempo nos leve, pra onde o destino nos carregue, onde nossos passos tropecem, eu sei que no final, nos reencontraremos.
Te vejo do lado de lá!

domingo, 29 de maio de 2011

A última oração

Eu gostava mais da vida sem você. Gostava mais de acordar todos os dias e não procurar suas costas geladas do meu lado. Gostava mais de não passar o dia me perguntando onde você pode estar, de me arrumar pra ir à padaria por correr o risco de te encontrar. Eu gostava mais da minha boca quando ela não sabia o seu sabor e do meu corpo antes de ele te conhecer intimamente.
Fiz um pacto de te esquecer. Agora mesmo, acabei de fazê-lo. Preciso tirar você da minha mente, dos meus dias, dos meus atos, do meu jeito de sorrir. Preciso tirar você de mim.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

A última oração

Não sei disso de amar pela metade, nunca soube. Por isso que hoje, te amei por inteiro, ao contrário do que se diz por aí, que amor precisa de tempo, espaço e certeza, te amei por 24 horas total e completamente. Só assim foi possível ser tão eu estando tão perto de você. E escrevo só pra não esquecer!

Seu beijo molhado e mansinho e devagar como se tivesse cantando uma canção de amor dentro da minha boca. Seu olhar de homem sério que custou a conseguir encarar o meu, seu sorriso de menino bem perto do meu que surgia sempre a um milésimo de segundo de as nossas bocas se encontrarem. Vou guardar o seu abraço quente que me protegia do frio e do gelado da cerveja que eu segurava em minha mão pra não fazer desfeita a você, da sua voz cantando "não te dizer o que eu penso já é pensar em dizer" junto com a música no meu ouvido enquanto nossos corpos dançavam colados. O tempo parou ali, no beijo que eu teimava em não te dar até ceder aos seus encantos e perceber que aquele seu riso de moleque poderia me levar a qualquer lugar. Quando voltei do surto de me entrelaçar nos seus lábios, amanhecia. Corremos pra praia de mãos dadas, o céu, de negro, começava a se tornar roxo, depois rosa e depois... Depois eu não vi, estava perdida no seu abraço sentados na areia nos aquecendo do frio que teimava em fazer, estava ocupada com o encontro inusitado das nossas línguas.

Uma van lotada, um beijo de despedida que não queria terminar. “Vem comigo?” “Por quê você não vem comigo?” “Ta, eu vou! Mas qual casa é mais perto?” “A sua!” “Então vamos logo pra minha casa”. Risadas e implicâncias até lá, sujar seu banheiro com a terra e a areias grudadas com cerveja na minha sapatilha e pés, escovar os dentes e eu só pensava no quanto achava fofo seu shampoo que fazia de sabonete líquido em cima da pia. Te vi vindo na minha direção, foi só isso, depois disso, não vi mais nada.

Quando saímos do banheiro pra cama, eu decidi que não poderia pensar, porque se estivesse pensando eu não faria nada daquilo, eu não estaria ali. Eu não deixaria você desabotoar os inúmeros botões da minha camisa, beijar cada parte do meu corpo delicadamente. Não estaria sorrindo quando me desse conta de que nossas roupas estavam todas perdidas em alguma canto do quarto que eu não fazia idéia, que a porta estava destrancada, que a janela não tinha cortina e que a luz do dia irradiava o quarto. Estaria dormindo, mandando você parar, me vestindo, melhor, eu estaria sozinha na minha cama adormecida. Mas era você, é você. E sei lá porquê a gente escolhe as pessoas assim, pra confiar e se entregar. Sei lá porque ter você dentro de mim pela primeira vez foi ato que já me parecia antigo, meu beijo já se acostumara ao teu e o cheiro da sua pele já se misturara ao do meu perfume doce que continuava em mim às 7h da manhã. Eu poderia me acostumar com isso, poderia e queria. Eu queria me acostumar a acordar de manhãzinha, te envolver num abraço e ter minhas mãos beijadas pelo seu sorriso, queria seus carinhos diários, nossa compatibilidade se completando, queria você pra sempre. Mas pra te ter pra sempre em mim, preferi te ter por um momento. Preferi que nossos olhos se fechassem no mesmo instante por apenas uma noite. Assim, não temos chance de nos magoar, de acabar sem fim, de não dar certo. Já deu certo. Deu certo desde o momento que cheguei naquela festa dizendo “prazer te conhecer pessoalmente” e vai dar certo, aquela noite, eternamente. “Acho que agora você perdeu a vergonha de mim neah?” e eu só consegui sorrir.

terça-feira, 24 de maio de 2011

...

Combinamos de não nos beijar mais, acho que só assim para cumprirmos isso, sendo um desafio de ambas as partes. Sim, somos orgulhosos ao ponto de abrir mão do que ser quer por um combinado. Mas volta e meia, nossos olhares se encontram e eu quase quebro isso, quase me entrego. Ainda bem que fico no quase. O círculo vicioso que éramos, ainda bem que fico no quase.
Essa noite sonhei com a gente. Era real, como nos velhos tempos. Eu fugia e inventava desculpas pra te encontrar, como no comecinho, a gente passava a tarde inteira conversando, falando de sentimentos, com a intensidade que tínhamos nas noites quentes de inverno nessa cidade. Aí você me olhou e eu senti como quando estou acordada e me perco no seu olhar onde prometemos revelar a alma após o primeiro beijo, foi chegando perto e como de costume, eu tentava virar o rosto e não conseguia. Nossos lábios se encontraram e segundos depois você se afastou, voltando a me olhar, como sempre, pra ver a minha reação. Minha alma implorava que o beijo continuasse, meu corpo virou a cabeça em sinal de reprovação. Eu levantei, tentei fugir, mas me conhecendo e lendo tudo que minha alma grita no silêncio das minhas palavras, me segurou forte pela cintura, procurou meus olhos, sorriu, não aguentei e acabei sorrindo também em consentimento. Consentimento pro único beijo que me entrego realmente nessa vida, que vou sem medo, que vou além.
Tenho buscado tanto sentir essa entrega e acho que exatamente por isso não encontro. O jeito que a gente se beija é só nosso. Acho que vou passar toda minha vida buscando seus lábios, língua e saliva em outras bocas. Buscando seu jeito de segurar minha cintura e minha nuca com tanta firmeza e suavidade, do jeito livre que a gente tem de fazer amor deixando sempre claro o sentimento e que o que sentimos não é maior que a vontade de voar de ambos, do seu sorriso bem perto do meu, das suas palavras sórdidas no meu ouvido que sempre me convenciam, de tudo que você descobriu de mim mesma junto comigo, das invenções e caminhos dentro de mim que passaram a existir com a sua chegada.
Eu te amo tanto e desse jeito tão maluco. Desse jeito que me faz querer te ver voar, ser feliz por aí, assim como eu quero o ser. Desse jeito que vão passar mil anos e eu vou sentir falta da sua respiração no meu cabelo. Eu sempre vou sentir falta do seu cheiro.
O que mais doeu nesse sonho, pode ser descrito em música: "Minha alegria, meu cansaço, meu amor, cadê você? Eu acordei, não vi ninguém ao lado".

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Ele.

E me diz então que minha vida valeu à pena, que valeu cada dia sem você, cada bar em que eu acabei com o estoque de vodka, cada noite mal dormida com outro corpo que não era o seu. A sua, pelo visto valeu, eu vejo o amor tão grande transbordando das suas palavras que me sinto mal só de pensar em interferir nele. Quase nunca encontro sentimentos de verdade a cada esquina que faz os seus olhos brilharem hoje como você fazia os meu brilharem outrora e assim sinto-me na obrigação de te deixar ser feliz em paz e essa obrigação da sua felicidade quase me obriga a ser triste, como se a minha tristeza fosse o preço que eu pago pelo seu sorriso.

Daí você surge, num sonho, num bilhete perdido ou até mesmo na voz na linha do outro lado do telefone me dizendo pra me acalmar, que o plano era sempre sermos bem e felizes. Eu te digo a verdade, minha vida não valeu a pena sem você e você, com a audácia florescendo num sorriso, você me diz que vale sim, que vale a pena passarmos a vida inteira tentando viver um sem o outro, já que decidimos que juntos não somos bons. E me pede pra viver minha vida, seguir meu caminho! E me diz que no final vai dar tudo certo e eu choro porque eu sei que pro meu final dar certo, ele tem que ser com você. Mas diante da certeza que te move, de tudo que você acredita, eu concordo, ou finjo que concordo. E saio de fininho seguindo meu torto caminho que eu não sei aonde vai dar, mas que cada diz me deixa mais certa de que não será em você.

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Frango Teriaki

Faço todas as coisas que me cercam caber nas poucas 24 horas diárias que me cabem pra respirar de olhos abertos. Estranho como encaixo tudo, menos você. Não que seus risos e suspiros não se coadunem com meus dias, pelo contrário, caem a eles como uma luva. Entretanto, sei do poder do meu pensamento, de como ele me carrega e de como eu faço força pra manter a mente sã.
Insisto em não lembrar do jeito que você me puxa pra perto de si com apenas um movimento, esqueço nossas conversas deitada no seu peito enquanto você me faz cafuné e me olha como se eu fosse a última das mulheres, tento não pensar no nosso apreço por mate, desenho ou música lenta, varro pra longe da minha memória a gente dançando agarradinho no seu quarto, seu prato tal qual mandam os nutricionistas, suas verdades estampadas no olhar e nas frases ríspidas.
Eu me esforço, sabe? Isso ninguém pode dizer que eu não faço! Esforço-me pra não me apegar, pra não te querer, pra mandar esse sentimento brotando em mim pro lugar onde ele veio. Afinal, ele veio de onde? Será que da nossa primeira conversa em onde descobrimos uma infinidade de afinidades? Será que na primeira troca de olhares e do primeiro sorriso bobo de aprovação de ambas as partes? Pode ter sido no seu jeito tímido de pegar minha mão no meio da rua enquanto eu teimava em desentrelaçá-la da sua, ou da maneira que você tem de me deixar confortável pra falar dos meus sentimentos como se eu estivesse pensando alto! Ou quem sabe, seja só fogo de palha, luz de velas numa rajada de vento. Torço pra isso, sabe? Pra esse sentimento ir embora logo, pra essa paixão desanuviar de mim e pra eu conseguir passar meus dias sem controlar até o que eu posso ou não pensar.

REVIVENDO

"Estou guardando o que há de bom em mim". É exatamente assim que me sinto quanto a você, a nós (se é que pra você o nós existe), guardando o que há de bom, aproveitando cada segundo, colando com super bonder na parede da minha memória a sua boca contornada, os cílios quase postiços, o olhar fascinante, o seus braços envolvendo o meu corpo, a sua voz no meu ouvido dizendo qualquer coisa que eu não preciso entender pra julgar importante. Eu não sei quanto tempo isso vai durar, sequer se hoje à noite ainda vamos existir ou se o tempo que nos espera é curto demais para imaginar o depois de amanhã, sei que hoje eu sinto borboletas no estômago, eu flutuaria se a lei da gravidade me permitisse.

E mesmo que você nunca seja capaz de perceber o óbvio, por não querer ou não conseguir, a paz do que eu sinto por você é tão grande, é tão minha que me basta saber que o que eu sinto é real pra me sentir feliz, viva. Eu não me importo com o que você pensa, o que você quer ou até se não me quer não vai interferir no meu sentimento, porque ele me pertence, ele me torna essa idiota com um sorriso bobo no rosto, com vontade de abraçar o mundo que me espera todo dia, de conhecer, viver e sentir tudo que ta aí no mundo esperando pra que eu conheça, viva e sinta. Essa liberdade, que tenho que tomar conta todo dia pra que não se torne libertinagem, me dá cada vez mais vontade de ter aqui perto, aqui dentro. E eu sei que isso não é possível, pelo menos não pelo tempo que eu quero.

Então eu deixo os planos, os "e se" guardado dentro da gaveta de cabeceira e guardo você em mim, cada detalhe, cada palavra, cada sorriso, cada beijo, pra que quando você for embora (já te sinto voando por aí como sempre já que nunca esteve de fato aqui) de vez eu fique com o que foi bom, com as lembranças que vão me fazer sentir sua falta numa manhã fria de 2032 e quem sabe eu não pegue o telefone e te ligue pra saber como vai a sua vida, te chame pra ir dar uma volta, contar dos filhos, projetos, viajens e trabalhos, ou talvez eu fique com a lembrança, só a lembrança da sua respiração no meu cabelo enquanto eu durmo aninhada em seu peito.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

42 anos.

Estava ontem na fila do supermercado onde fui comprar leite-condensado pra mais uma noite dessas de brigadeiro e fofocas com as amigas, quando me deparei com um casal super feliz e apaixonado, se abraçando, se chamando de "meu amor" e exalando paixão! Certo, tudo isso seria perfeitamente normal se eles não tivesse passado a muito tempo dos 60 anos. Comecei a pensar que talvez, o amor, de fato exista, em algum lugar. Foi nessa hora que eles, parecendo ler meu pensamento, me cutucaram dizendo: "sabe dia de quê que é hoje?" "ahn?" "hoje a gente faz 42 anos de casados!" disse a senhorinha "a essa hora, a 42 anos atrás, nossa vida tava uma confusão" completou o senhor dizendo: "agora fala a verdade, ela merece um troféu por me aguentar todos esses anos neah?". Continuei simpaticamente a conversa pra combinar com a simpatia com que eles me trataram. Voltei pedalando pra casa pensando.
Quem me vê assim de longe, acha que eu super me apaixono sempre e com facilidade. Ah, você não sabem! Não sabem das tantas dores que esse tal do amor me causou e muito menos da afirmação alarmante que tanto diz de mim: eu não acredito no amor. Não é isso, sei que minha mãe me ama, que eu amei meus ex-namorados, enfim! Mas eu não acho que o amor seja isso que todos nós dizemos e achamos que sentimos! Mas...Aquele casal mudou minha vida!
Sou do século em que aprendemos a não acreditar no amor, em conto de fadas, em metade da latanja. Sou da geração que diz que ama da boca pra fora sem sentir, que namora por sexo, que acha que amor é somente os momentos bons que surgem, dos casamentos que acabam na primeira briga. De repente, aquele casal me mostrou que o amor é de verdade, que as pessoas podem passar por dificuldades, que a vida a dois pode dar certo!
Eu nunca esperei nem pretendo esperar por alguém, não acho que o homem certo vai aparecer na vida certa da menina certa, mas talvez, só talvez, depois de ontem, eu volte a sonhar com meu Animus.

domingo, 15 de maio de 2011

o amor acontece

Eu te encontraria sentado no banco na frente de um shopping, atrasada pelo menos 15 minutos como de costume e contrariaria sua cara de chateado com a explicação de que pro cérebro não existe tempo, então eu cheguei na hora certa. Você riria alto, como costuma rir quando falo alguma coisa idiota e você não ta esperando. Me diria que perdemos o começo do filmee que o começo é fundamental e ia cismar de querer tomar alguma coisa quente em algum lugar quente tipo a sua casa pequena e quente. Eu, claro, diria que não e que eu inventaria um começo pro filme tão bom que você nem sentiria falta dele.
Você, como a maior parte da população mundial, com as mãos ocupadas com uma pipoca grande e uma coca pequena e eu, metida a diferente do mundo, com um pacote de bis e um mate limão, mesmo que você encha meus ouvidos dizendo que mate não combina com chocolate e muito menos com cinema. Desocupa as próprias mãos assim que sentamos na quarta poltrona da antepenúltima fileira, como sempre, e pega a minha, beija sua palma e sorri por ela estar sempre tão gelada contrastando com a sua sempre tão quente. Envolve minha cintura e ocupa minha boca com o melhor beijo que já provei. Eu me entrego.
É estranho pensar que o amor acontece assim. Geralmente a gente o espera em lugares improváveis tipo a fila de um show ou o sítio perdido da nossa tia-avó. A gente quer que seja lindo, que tenha as mesmas falas que as decoradas do cinema ou o mesmo cenário que os filmes de Hollywood. Eu sempre quis isso também, até conhecer você. Entre aprender a assoviar e a fritar ovo decentemente, você me ensinou que as melhores e maiores coisas da vida não tem hora pra acontecer, nem lugar, nem pessoa. E me disse sussurrando que se pudesse escolher, com certeza não escolheria uma pirracenta metida a sabe tudo feito eu. Mas fui eu, não fui? Fui eu quem ganhei seu coração, quem te ensinou a beijar alguém sem pensar no trabalho pra entregar, a sentir as vibrações do mar e a energia das mãos. Foi comigo que você descobriu que a sua teoria de "o amor não tem hora" funciona.
Você não me beija o filme inteiro, afinal pagamos quase 20 pratas pra assistir aquilo, mas embora eu veja tantos casais que não se importam com isso e quase se engolem na mesma sala que nós, eu não os invejo. Eu sinto o amor exalando de você a cada vez que você toca minha mão, beija meu cabelo, encosta sua cabeça na minha. Eu tenho tanta certeza do que você sente que quase me sinto dentro de você. Eu sinto esse amor acontecendo.
E por mais que eu continue me atrasando, que você continue dizendo verdades que eu não quero ouvir e que teimemos em fugir um do outro por toda vida, eu sei que o amor que você fez brotar no meu olhar vai sempre te encontrar e lutar por você.

sábado, 7 de maio de 2011

Frango Teriaki

Talvez eu vá embora. Não, não é nada pessoal, você não fez nada de errado, eu só não acho justo mentir pra quem tem sido tão legal comigo. Não tem um motivo assim concreto. Não, não vou te contar o porque, assim você vai me achar ridícula! Ta, ridícula não, mas vai me dizer que isso não é motivo e acabar me convencendo do contrário. Eu sei que eu tinha prometido falar do que sinto, eu sei! Não precisa me lembrar das minhas promessas! Ok, eu falo, mas só se você prometer que não vai rir. Promete? Então lá vai!
Talvez eu vá embora porque não suporto o jeito que seus olhos pequenos encaram os meus. Porque você me faz rir tão espontaneamente, o tempo todo, tem esse jeito engraçado só seu. Porque você acha que me manda e me conta histórias absurdas que eu não tenho nada a comentar a não ser "eu preciso mesmo saber isso?". Talvez eu vá embora porque não consiga parar de pensar no timbre da sua voz, na sua respiração no meu ouvido, nas suas mãos acarinhando meu rosto. Talvez eu vá embora pela nossa liberdade, a intimidade conquistada em tão pouco, a espontaneidade com que falamos as coisas um pro outro que chega a assustar. Talvez eu vá embora porque pela primeira vez em tanto tempo tudo que eu mais quero é ficar, é deitar ao seu lado e te ver dormir, porque quando eu te vejo, o seu rosto fica na minha mente a semana inteira e eu não consigo parar de me ver junto de você.
Não, eu não preciso de promessas, eu nunca disse que queria alguma coisa de você. Mas tem uma coisa que eu te peço, só uma, nunca acredite quando eu digo que vou embora.

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Primeiro ano!

6 de maio de 2011, um ano de dia 6.
A exatamente um ano atrás, mais ou menos nessa hora, os primeiros movimentos matinais começavam a aparecer. Abrir os olhos e se deparar com 3 pessoas dormindo na mesma cama, todos os sofás da sala cheios de gente, todos os quartos lotados. É claro que eu lembro qual foi o almoço: o meu odiado macarrão com salsicha, que comi até. Não lembro quem teve a ideia de colocar os colchonetes na grama, sei que deitamos ali pra descansar o almoço e eu, pra curar a ressaca, a primeira e única ressaca que eu tive, morram de inveja! A gente dormiu, acordou, falou besteira, se zuou, teve papo cabeça e quando dei por mim já era noite e todas as aulas dos dia tinham sido matadas. Sim, a gente foi dormir com o sol nascendo na varanda e ficamos lá até o sol se pôr no jardim. O mundo da gente parou. O Jack, quando voltou do banho que foi tomar em casa, disse que se assustou, entrou lá em casa falando "cara, o mundo não parou pro dia 6! o pessoal continua fazendo tudo normalmente". A gente riu, mas nem fazia ideia naquela hora que aquele seria pra sempre o nosso dia.
Historinha bonita neah? Mas pra mim o dia 6 é muito mais que isso! Dia 6 é a arte do encontro, é garantia de boa companhia, é não estar sozinha nunca, é ter uma família mesmo longe da nossa, é dia de sol e praia, é estudar juntos, ver filme juntos, dormir juntos, é ficar doidão sempre e rir de tudo no dia seguinte. Dia 6 é permissão pra errar, é garantia de colo, consolo, abraço, esporro. É saber que a gente pode ser e fazer o que for que sempre teremos um ao outro, que não vai passar a mão na nossa cabeça, mas que vai nos apoiar mesmo assim. Dia 6 é se ver o dia todo e não se enjoar, é discutir por besteira, é uma mesa de almoço enorme que mal cabe tanta gente, é sempre ter lugar pra mais um, é pão de queijo universitário e macarrão com todos os molhos possíveis, é saber fazer do dia-a-dia uma festa, é lugar pras melhores festas da vida, é refúgio. É a definição de amor.
Dia 6, hoje, é saudade. É um querer imenso estar perto, se abraçar, se olhar no olho e rir da cara um do outro, implicar com a roupa, o cabelo, o modo de falar.
Entretanto, dia 6 não é lembrança, é história, é muito mais que isso: é vivência. Ele ta dentro de cada um de nós todos os dias. Pode perceber, quando a gente pensa nessa data, dá aquela vontade de viver, de ser feliz, de não desistir.
Dia 6 é estilo, é filosofia de vida, é ROOOTS! É a minha certeza que esses anos de faculdade valeram a pena, é quem eu sempre vou ter por perto, mesmo que não fisicamente, como hoje, entranhado na minha pele, no meu sentimento, nas minhas canções.
Obrigada a cada um de vocês! A cada um que fez tudo valer a pena, que faz dessa data importante todos os dias, a cada um que completa e complementa. Sem cada um de nós, não seria possível (valeu Amanda política!). Felicitações aos "presidentes" (como diz a lili): eu, lili, jack e juju! E eterno amor (com todo significado que essas duas palavras têm): júlia, paula, bianca, guilherme...
SALVE O DIA 6!

domingo, 1 de maio de 2011

...

Hoje, eu prefiro que você mantenha o seu silêncio. Não insisto mais nas palavras que eu sei que você conseguiria dizer com um pouco mais de segurança e tempo, prefiro que se cale. Eu tenho medo. Muito medo. Medo de que eu volte a desejar sua pele morena escorrendo suor e molhando meu corpo, medo de tornar a me encantar com o contraste de cores dos seus pêlos negros com os meus loiros e ralos num abraço. Medo de sentir seu cheiro quando você virar a esquina, das borboletas voltarem a habitar meu estômago quando seu nome aparecer no visor do meu celular. Medo de ir dormir com vontade de você, da sua voz. Medo de chorar à noite antes de dormir querendo seu ouvido e seus conselhos, querendo seu colo. Eu morro de medo de voltar a querer que nossas bocas se esbarrem novamente, que nossas pernas se entrelacem numa cama de solteiro como sempre, que sua respiração pare em meu cabelo noite adentro. Que a sua palavra tenha total poder sobre meu pensamento. Que o meu conforto seja os seus braços e o meu consolo os seus carinhos.

E é por isso que eu te mantenho longe, é por isso que eu me distancio. Você acertou quando preferiu se afastar pro meu bem, errou por se dizer o motivo, acertou por achar agravá-lo, errou pelo tempo longo que passou longe.

Eu não quero que você vá embora, mas eu também não quero que você fique. Tenho medo de te perder pra sempre e tenho medo de não te ter nunca mais. Eu tenho medo.

Eu sinto tanto a sua falta...