sexta-feira, 20 de maio de 2011

REVIVENDO

"Estou guardando o que há de bom em mim". É exatamente assim que me sinto quanto a você, a nós (se é que pra você o nós existe), guardando o que há de bom, aproveitando cada segundo, colando com super bonder na parede da minha memória a sua boca contornada, os cílios quase postiços, o olhar fascinante, o seus braços envolvendo o meu corpo, a sua voz no meu ouvido dizendo qualquer coisa que eu não preciso entender pra julgar importante. Eu não sei quanto tempo isso vai durar, sequer se hoje à noite ainda vamos existir ou se o tempo que nos espera é curto demais para imaginar o depois de amanhã, sei que hoje eu sinto borboletas no estômago, eu flutuaria se a lei da gravidade me permitisse.

E mesmo que você nunca seja capaz de perceber o óbvio, por não querer ou não conseguir, a paz do que eu sinto por você é tão grande, é tão minha que me basta saber que o que eu sinto é real pra me sentir feliz, viva. Eu não me importo com o que você pensa, o que você quer ou até se não me quer não vai interferir no meu sentimento, porque ele me pertence, ele me torna essa idiota com um sorriso bobo no rosto, com vontade de abraçar o mundo que me espera todo dia, de conhecer, viver e sentir tudo que ta aí no mundo esperando pra que eu conheça, viva e sinta. Essa liberdade, que tenho que tomar conta todo dia pra que não se torne libertinagem, me dá cada vez mais vontade de ter aqui perto, aqui dentro. E eu sei que isso não é possível, pelo menos não pelo tempo que eu quero.

Então eu deixo os planos, os "e se" guardado dentro da gaveta de cabeceira e guardo você em mim, cada detalhe, cada palavra, cada sorriso, cada beijo, pra que quando você for embora (já te sinto voando por aí como sempre já que nunca esteve de fato aqui) de vez eu fique com o que foi bom, com as lembranças que vão me fazer sentir sua falta numa manhã fria de 2032 e quem sabe eu não pegue o telefone e te ligue pra saber como vai a sua vida, te chame pra ir dar uma volta, contar dos filhos, projetos, viajens e trabalhos, ou talvez eu fique com a lembrança, só a lembrança da sua respiração no meu cabelo enquanto eu durmo aninhada em seu peito.

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