quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Estrelas.

Chegou de repente me dando a chance de te conhecer, mas nunca a de te encontrar. Encheu-me de certeza mesmo tendo como resposta as incertezas que brotavam de mim como espinhos. Fui me abrindo, como botão de flor e confiando tanto, sem perceber.
Hoje ele me diz que só confia na gente no futuro, eu também espero por ele. E é estranho dividir o presente agora sabendo que o futuro será ao seu lado. Entretanto, sou diferente, como sempre, acredito em nós agora. Acredito nas nossas verdades e nas nossas vontades.
Essa vida injusta que deixa tanto cara babaca entrar no meu coração e não te traz pra perto de mim. Não traz pra mim as noites deitadas na areia da praia contando estrelas enquanto você me diz o nome delas, não traz pra mim inúmeras séries regadas a milk-shakes e muito menos o calor do seu abraço. Então, peço-te que acredite a partir de agora, porque sonhar com isso sozinha é mais injusto do que essa força, não importa se a chamamos de destino, coincidência ou Deus, nos privando do encontro de olhares e abraços tão esperado.
Você ainda vai ver meus filhos crescerem, acredite em mim. Eu não vou embora, até porque você já é parte de mim e feliz ou infelizmente, não dá pra gente ir embora de nós mesmos.

domingo, 21 de agosto de 2011

A última oração

Fui dormir pensando no que você pensa quando vai dormir. E torcendo, mesmo que secretamente, que eu fizesse parte de pelo menos um dos seus pensamentos noturnos. É madrugada e eu não tenho a menor dúvida de que você ta deitado na rede na varanda fumando e curtindo alguma onda. É madrugada e não consigo deixar de pensar que eu gostaria de estar dividindo a sua rede e a fumaça do seu cigarro fedendo meu cabelo com você.
Inevitavelmente você é uma parte boa de mim e não há como dizer olá pra você a cada dia sem pensar no seu bom-dia com a cara amassada ou ter fome durante a noite sem pensar nos nossos jantares às 3 da manhã.
Eu sei que já não nos pertencemos, que o nosso coração já não acelera quando um encosta acidentalmente no outro, mas nessas noites frias, enquanto imagino seus dias e pensamentos, gostaria de te ter abraçado em mim grudando seu cheiro com força no meu pescoço.

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Antes que termine a poesia.

Tenho tentado ser sã, ser sóbria. Tenho tentado distinguir sonhos de realidades induzidamente extasiadas. Tenho tentado. E tentando te encontrei. É fácil vir aqui combinar palavras pra descrever olhares e sorrisos, qualquer pessoa detalhista ou idiota apaixonado percebe isso. Mas a verdadeira descoberta extraordinária, é o que transparecer quando conseguimos enxergar por detrás disso, quando conseguimos nos mostrar.
Outra noite achei ter sonhado com o vazio que me invade, achei. Na verdade, tudo aquilo era real, ou pelo menos saiu da minha boca em forma de som ouvível. Dei-me então conta de que posso lembrar da minha inconsciência assim como posso lembrar dos meus sonhos distorcidos, perdi uma tarde nisso. Fechei os olhos e perdi-me num labirinto escuro e torto, batia a cabeça na parede a cada vez que achava uma curva, uma saída e quando achei que nunca mais sairia dele, te avistei de longe, sentada, com um sorriso de batom vermelho me esperando chegar perto. Ouvi-me te dizer das minhas dores, ouvi-me confessar meus pecados, minhas lástimas e ouvi-te dizer que a gente não devia ta contando tanto da vida íntima assim. Aos poucos, senti-me despida por você, mesmo que sem me tocar, assim como eu te despia. Nossas vestes iam caindo com nossa armadura criada pro mundo "você tem alguma dúvida que isso aqui que a gente ta vivendo é realidade?". Já sem roupas, nos abraçamos, forte, peito com peito, alma com alma e de mãos dadas, caminhamos pra um lago negro que prometia nos lavar a alma. Nadamos de mãos dadas sem medo de toda aquela escuridão, estávamos tristemente acostumada a ela, estávamos, tristemente, acostumada a sê-la. Enquanto eu sentia toda a sujeira adquirida por vias escuras e cruzamentos perigosos, saindo do meu corpo, de mim, via a água, em contrapartida, clareando. Quanto mais sujeira era jogada fora, mais clara a água ia ficando, me assustei e te puxei pra perto de mim. Nos abraçamos e conseguimos, enfim, chorar, enquanto todo o negro do lago se transformava em luz e era difícil definir o que era aquilo, era difícil andar no meio de tanto brilho, a gente não conseguia ver o caminho que estávamos seguindo e não nos importávamos com isso, minha mania de controlar tudo ficou na água, assim como seu orgulho ferido. Andava mais leve e a água que antes me cobria até o ombro, já estava quase na canela, já avistávamos o fim do labirinto e dessa vez ele era real. "só preciso de mais uma coisa antes de sair daqui: te dizer que se desse, que se eu pudesse, se fosse minimamente possível eu te amaria e ponto. Eu enfrentaria qualquer coisa, até a mim mesma. Mas sei que esse lago levou tudo de ruim da gente, mas não foi por isso que nos trouxe a capacidade de amar, de acreditar. E só por isso eu to te deixando ir embora, só por isso eu to dividindo tijolos e cimento com você pra construção de uma amizade sólida ao invés de um amor verdadeiro. Eu lutaria por você até o fim, se nós duas acreditássemos estar numa batalha." Continuamos andando e a água ia baixando, já molhava somente nossos pés quando você me abraçou forte e deixou suas lágrimas molharem meus cabelos e meu ombro, as palavras tentaram sair da sua boca quando calei-a com os dedos "não fala nada, só seja muito feliz". O final do labirinto nos foi apresentado e nossas mãos foram rispidamente separadas. Eu olhei pra trás e te vi seguir sem olhar pra trás. Meu celular apitou "não se acostume com a minha presença na sua vida, seja feliz por você". Sorri e continuei andando em direção ao nada com a certeza de que aquilo era um começo e não uma despedida.
Acordei, estava deitada na praia, de frente pro mar, na minha kanga de coração colorido. Entretanto, quando acordei já estava de olhos abertos sem conseguir descobrir se era sonho ou realidade. Tentando ser sã, ser sóbria, tentando te desencontrar.

domingo, 14 de agosto de 2011

Antes que termine a poesia.

Diferentemente da saudade que sentia antes de te conhecer, sinto agora a saudade da distância que começou a alguns minutos quando você entrou naquele ônibus. Entendo o que você quis dizer com "o que isso pode dar?" e espero que entenda que mesmo assim, ainda quero cuidar de você, dos seus dias, das suas dores.
Culpo-me por não lembrar as palavras exatas que usamos ontem quando nos abrimos feito livro de história em mão de criança. Culpo-me por nossas confissões terem sido ofuscadas por uma garrafa de vinho e não sei mais quantas doses de cachaça ou latas de cerveja. E aí, hoje de manhã, enquanto eu pensava nisso com os olhos perdidos te peguei me olhando. E quando você desviou o olho de mim ao perceber que eu te percebi, a culpa de repente começou a se tornar uma vontade imensa de conseguir lembrar de cada detalhe, sem me entristecer ao não conseguir. Eu sei que te contei coisas que não conto nem pro espelho e sei que eu mais parecia um confessionário ambulante e quando percebíamos isso, indagávamos a nós mesmas em voz alta "por quê eu to contando minha vida toda pra você?".
Eu não sabia responder a essa pergunta naquela hora, mas agora, enquanto escrevo ouvindo sua assustadoramente linda voz cantando a música irritante que você teimou em ouvir a noite e a manhã inteira apenas dentro da minha cabeça, te respondo: foi um reencontro. Você não acredita em Deus, mas acredita em espírito, e eu espero que quando você diz que acredita em espírito, inclua outras vidas nesse seu conceito. Por que só assim eu conseguiria explicar o quanto as curvas das suas pernas e seu óculos de nerd me encantam e mesmo assim, a minha falta de interesse por eles quando penso que com um beijo, eu te perderia. E que embora o beijo já tenha acontecido, eu quero levar sua amizade comigo, não quero que nos percamos uma da outra, nunca mais.
A poesia ainda não acabou, ainda estamos aqui, sorte a nossa ter dado tempo de nos encontrarmos antes. Sorte a nossa.

sábado, 13 de agosto de 2011

É a primeira vez que escvrevo sem a sobriedade em minha mewnte, sem fginalmete se réu

E oerce bi quye por mais que eu tente elute, continuo sem ser a mesma de sempre, a mesma que sempre tento ser

Por mais que eu façal. Hoje oercebo, que é justamentennão fazer q nçao tentar ser nada que me faz quem soul Coko uma mpíusica mal feita,é o que me sintio, diante o recinto que me faz calar o que soul Todos me olham e juklgam o que bvisto,s em saber que o0 que visto é spo uma nbarreiras de proteçãp pra que me sbrsacem logo e me façam ser o que siu c0omo ouytrora. Ento me diz qye tudo acabouk que há nãpo sou oq eu vice sonhiu porá mim, que agor aposso er tudo isso que chAam de errado porque pó errado já é o certo pra nós dois.

Se eu diusse que amo, eu digo por engano porque do amor nada me resta, apçenas o poema guar4dado no bolso de quando eu era só uma adolescvente boba acrsdditanto no nosso amor

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Melhor.

Minha vida sem você assemelha-se a um filme de terror. E é por isso que eu tenho tanto medo de tudo que não tem você o final, pra me proteger.
Eu que costumo achar que sei de tudo, dou o braço a torcer quando se trata de saber o porquê Deus insiste em querer te usar pra me manter viva. Sim, todas as vezes que eu pensei em desistir era em você que eu pensava, que eu não posso te deixar sozinha. Com tanta gente no mundo, você sabe que você é a única pessoa que eu reamente tenho, que realmente é pra sempre, que realmente perdoa cada erro e comemora cada acerto meu. E se for pra perder você, minha alma se perde junto.
Tenho bebido demais e saído demais e me transformado demais. Como você sabe, vivo buscando maneiras de sair de dentro de mim, de perder o meu controle e a consciência sobre mim por pelo menos algns instantes. O que você não sabe é que você é o único motivo pra eu voltar. Todas as vezes que eu estive a beira de uma ponte, de um prédio, de um ataque de loucura ou do efeito de algum alucinógeno, todas as vezes que eu tive uma mochila nas costas ou dinheiro no banco pra ir embora e voltei, e não me joguei, foi por você. E acho que minhas palavras nunca contiveram tanta verdade quanto agora. Você é meu elo com a coragem que eu devo ter pra enfrentar meus dias. E quando eu desacredito do amor, da amizade, de Deus, de reencarnação, olho pra você, olho pra gente, porque o que a gente tem, é Deus dentro da gente, dentro do nosso olho, do nosso coração e não importa em que tipo de Deus a gente acredite.

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Mais ou menos.

Eu quero mais. Mais paciência pra limitação dos outros, mais fé na veracidade do amor, mais certeza das divindades que não posso enxergar.
Eu quero menos. Menos exigência, menos ligar por obrigação, menos noites chorosas em claro, menos grito e menos preocupação.
Mais tardes na praia, dançar até o dia clarear, nascer do sol no mar. Menos contas pra pagar, combustível pra andar, problemas pra pensar.
Mais energia, menos dúvidas, mais sentimento, menos razão.
Eu quero você mais perto, mais presente, mais engraçado.
Eu quero você menos nos meus pensamentos, nos meus planos, quero te querer menos.
Eu quero mais, eu quero menos. Eu quero mais ou menos.

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Epifania

Desde quando comecei a fazer psicologia, raramente erro ao analisar alguém, você deve ter sido o segundo ou o terceiro, sendo que os equívocos anteriores foram cometidos por falta de interesse e não de capacidade. Portanto, não entendo como não percebi verdades nas suas palavras que me diziam que seu coração já era de outro alguém, assim como não imaginei que o feitiço viraria contra o feiticeiro enquanto você analisava minhas mãos que não saiam do meu cabelo ou meus pés, que mais tarde notamos juntos, apontavam em sua direção. Pequeno sorriso, grande reencontro. Sentados em baixo de uma árvore, de frente pro mar, fiz com você o que não consigo fazer nem com meus melhores amigos: mostrei-me por inteira, te contei histórias e medos, dúvidas e fraquezas. E me surpreendi quando te vi fazendo o mesmo. Sentia-me um livro empoeirado numa biblioteca distante que você encontrou enquanto procurava, na verdade, uma revista em quadrinhos, mas, movido pela curiosidade do momento, abriu-me e foi me lendo, conferindo as minhas páginas e com o meu consentimento. A cada nova palavra, um novo sorriso, uma nova teoria. Nossos sorrisos se completaram, assim como nossas ideias e ideais.
Vi que o nome dela estava escrito no seu punho. Vi que seus olhos mudaram quando eu o vi. Vi que nada importava, porque não foi só o seu olhar que mudou, mas todo o nosso destino.
Enquanto caminhávamos rumo ao píer criando ainda mais afinidades e intimidades, fiquei pensando em como alguém pode surgir e mudar tudo que você decidiu, como a gente pode reencontrar alguém mesmo que nunca o tenhamos visto antes.
Seus devaneios eram os mesmos que os meus, e digo devaneios vividos, pensados e sonhados. Portanto, fazer-te de espelho, não foi estranho quando tudo que eu sentia era refletido em você e vice-versa, como se de alguma maneira, minha alma extravasasse só pra te mostrar. Palavra com palavra, perna com perna, mão com mão, nariz com nariz, boca com boca. Enquanto te beijava, criei uma canção, não me lembro a letra agora, mas na hora fazia com que eu me encontrasse em você. Engraçado como passei tanto tempo me procurando, pra enfim me encontrar em alguém que eu jamais tornaria a ver. Engraçado como, ao olhar pro mar deitada em seu abraço, foi como se ele fosse cúmplice do melhor erro que já cometi, desfiz-me em ondas, feito ele e deixei que ele levasse qualquer dúvida ou desconforto que pudesse desentrelaçar nossas mãos que mais tarde caminhariam pelas ruelas daquela ilha mágica. Que ele levasse qualquer medo que pudesse sentir daquelas escadas e do quarto construído ao redor de uma árvore que não sai da minha cabeça, que colocasse em dúvida o encaixe perfeito do nosso beijo, por mais brega que isso possa ser.
Escrevendo-te, me transporto pr'aquele dia e sinto tanta saudade. E sei que essa saudade torna-se irremediável à medida que recapitulo a nossa distância geográfica e agora, emocional. Sei que com 6 bilhões de pessoas, milhares de ilhas e 365 dias a cada ano, alguma força invisível nos fez estar no mesmo bar, na mesma noite. Que em meio a uma festa estranha com gente esquisita, eu esbarrei no seu braço e que o seu olhar e o meu se cruzaram no primeiro minuto pra que a gente se reconhecesse.
Guardo apenas um ressentimento dessa epifania: termos deixado que a vida se encarregue de voltar a nos juntas. E é por isso, só por isso, que te tiro dos meus pensamentos, dos meus dias, e tranformo-te em palavras. Daqui a 11 meses nossas noite faz 1 ano. E aqui vai a minha proposta, pra transformar nossa epifania, num encontro anual: na mesma ilha, na mesma esquina, na mesma hora, todos os anos a partir desse. É muita utopia perguntar se você topa?