domingo, 1 de maio de 2011

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Hoje, eu prefiro que você mantenha o seu silêncio. Não insisto mais nas palavras que eu sei que você conseguiria dizer com um pouco mais de segurança e tempo, prefiro que se cale. Eu tenho medo. Muito medo. Medo de que eu volte a desejar sua pele morena escorrendo suor e molhando meu corpo, medo de tornar a me encantar com o contraste de cores dos seus pêlos negros com os meus loiros e ralos num abraço. Medo de sentir seu cheiro quando você virar a esquina, das borboletas voltarem a habitar meu estômago quando seu nome aparecer no visor do meu celular. Medo de ir dormir com vontade de você, da sua voz. Medo de chorar à noite antes de dormir querendo seu ouvido e seus conselhos, querendo seu colo. Eu morro de medo de voltar a querer que nossas bocas se esbarrem novamente, que nossas pernas se entrelacem numa cama de solteiro como sempre, que sua respiração pare em meu cabelo noite adentro. Que a sua palavra tenha total poder sobre meu pensamento. Que o meu conforto seja os seus braços e o meu consolo os seus carinhos.

E é por isso que eu te mantenho longe, é por isso que eu me distancio. Você acertou quando preferiu se afastar pro meu bem, errou por se dizer o motivo, acertou por achar agravá-lo, errou pelo tempo longo que passou longe.

Eu não quero que você vá embora, mas eu também não quero que você fique. Tenho medo de te perder pra sempre e tenho medo de não te ter nunca mais. Eu tenho medo.

Eu sinto tanto a sua falta...

Um comentário:

  1. As suas palavras são tão profundas que até parece que o poema eh nosso, invade algo aqui dentro e faz-nos reconhecer momentos saudosos.
    Lindo como sempre.

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