terça-feira, 18 de setembro de 2012

Wish you were here

abre parênteses (Eu quero escrever pra te guardar e te lembrar. De você e desse amor que a gente sente agora. Pra te ter como tatuagem, não só na pele, mas em cada célula, em cada "mol de ar". Eu quero te escrever pra contar, mais uma vez, que depois de 22 anos me procurando em qualquer meio de independência, me encontrei dentro de um abraço, o seu. Depois de uma vida inteira lutando contra a possessividade que habita o amor, me vejo sendo sua e mais, sendo você. E isso não é algo que possa se apagar com uns copos de vodka, novos amigos ou a suposta magia do tempo. Quero que saiba ainda, que não foram só tatuagens e "eu amo você" que fariam o meu último dia na Terra valer minha trágica existência, cada madrugada absorvendo todos os detalhes da sua alma poderia acabar com o mundo que me faria feliz. Mesmo que você não goste de pessoas, eu sei que todas elas tem sorte por terem conhecido você, eu sei que eu tenho sorte de ter te encontrado, entre tantos corpos vagando sem alma ou conteúdo por aí. Sei que tenho sorte pela lista de coisas que aprendi com você, pelo excesso de palavras que te disse, pela sincera confiança que nos transborda. E sei ainda que preciso enfrentar as coisas, preciso ser forte, por nós dois, preciso te dizer "até logo" pra não ter que nos ver destruindo tudo que eu só construí com você. Mas, se essa é a coisa certa a ser feita, porque eu sinto como se tivessem amputado meus dois braços e atravessado uma flecha na minha garganta? Porque devolveram minha inspiração em troca dos meus sorrisos, porque me deram uma luz no fim do túnel em troca da minha proteção? Não tenho respostas, apenas as perguntas, que provavelmente são as mesmas que as suas. Apenas as perguntas que eu silenciarei como sempre foi antes de você, apenas teorias tortas que voltarão a parecer burras e sem sentido agora que não mais encontrarão os seus ouvidos. Então eu fecho os olhos e só peço pra que, se tem alguma coisa superior a mim, que me ajude a ter força pra aprender a viver sem seus conselhos e piadas, que me ensine a passar as noites sem seus seriados, músicas, vídeos e abraços. Entretanto, de olhos fechados, a única coisa que consigo lembrar é dos seus dedos passeando pelas minhas costas, barriga e pernas, é de como você consegue colocar o sentido que quiser no mesmo discurso apenas mudando a maneira de mexer a boca, é do seu corpo esquentando o meu nas madrugadas de ventania enquanto cigarros se dissipam na rede na varanda, é do barulho do seu violão enquanto tomo banho ou escrevo. É de como o mundo ficou melhor desde que eu soube que eu poderia dividí-lo contigo. É de como eu vou sentir a sua falta bem como sinto a minha. E se essa fosse mesmo a última noite das nossas vidas, esteja certo, não tem nenhum outro lugar no mundo onde eu gostaria de estar. Obrigada por ser realidade, perto ou longe. Se cuida e escreve e vive. Sua estrela.) fecha parênteses.

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