Ando com tristeza nos olhos e na boca, me disseram outro
dia. E é desesperador saber que todo a paz do que eu sentia por você está se
transformando em angústia, que todo tormento que a nossa certeza nos dava, aos
poucos, vira ânsia de vômito. Não consigo mais ouvir seu nome, Rio
de Janeiro, Ibirapuera, metrô, o Mac Donalds do lado do Extra e sua passarela pra cansados
ativos como nós, a praia que te fotografei, a música que a gente ouviu, o seu
modo de mastigar, o sono pós praia, os pés arrastando no chão pra andar, o
cheiro do seu corpo deitado ao lado do meu, Goiânia, movimento...fecho os olhos e me concentro na hora, não posso vomitar
no meu primeiro dia no trabalho novo, tento pensar em outra coisa, mas pensar em
que? Se você é o meu primeiro e meu último pensamento todos os dias. Desviar
atenção pra onde se tudo tem você, se você está tão impregnado em mim que não
consigo mais desvencilhar nossos passos. Disseram-me que desfizemos vínculos e
nos colocamos algemas e exatamente assim que me sinto: presa, encarcerada sobre
seus domínios. Eu queria poder vomitar sim, queria poder vomitar você e tudo
isso que sinto, queria poder dar descarga e nunca mais sentir minhas mãos
tremerem e minha barriga doer a cada vez que meu celular toca na esperança de
que seja você. Eu sei que você nunca esteve comigo por completo, que nunca foi
inteiro (a não ser nos poucos dias que passamos juntos), mas juro que hoje me
pergunto se vale a pena viver assim ou se eu preferia viver de migalhas, de
raspas e restos do amor que você exalava em mim.
Nenhum comentário:
Postar um comentário