terça-feira, 7 de agosto de 2012

Putas e santas


Esse texto é sobre o amor. Não desses que a gente espera que os outros sintam por nós ao longo da vida, mas pelo que a gente deve sentir todos os dias quando se olha no espelho. É sobre os rótulos que a gente aceita que nos coloquem ao longo da vida. Não é sobre o que rotula, por embora todos nós um dia caiamos nesse mérito, não pretendo tocar nele.
É sobre a necessidade de a sociedade tentar nos transformar em "meninas pra namorar" desde o momento que sentamos no vaso alcançando o chão. Sobre acabarmos nos tornando pessoas sem graça, sem sal, sem opinião e sem vontade própria em prol de um relacionamento em pleo século XXI. Sobre deixarmos que a opinião de uma massa alienada valha mais que o que temos vontade de fazer. Sobre a vontade que tenho de escrever o quão idiota é isto quando o mundo se diz tão evoluído e feminista.
Sobre o quanto eu escolho minhas amigas pelo tanto de conhecimento que elas me passam, pelas histórias que a sede de vida causam, pela falta de máscaras, armaduras e caretices convencionais. Do quando eu admiro alguém que me faz calar a boca, que tem argumento, que se banca. Sobre a minha conclusão de que estas são as mulheres (sim, menina é quem se anula pelo outro, aos 12 ou 45 anos) que fazem sexo sem compromisso, que dão em cima do cara que estão a fim, que dançam como se ninguém estivesse olhando, que levantam bandeira defendendo sua opinião, que se fazem ouvir levantando ou não o tom de voz, que tem argumento pra discutir uma madrugada inteira o mesmo assunto.Vejamos, sim, é isso, essas são as mulheres muitas vezes julgada como "só pra comer" e estou certa de que é nelas que os homens pensam depois de uma noite sem graça ao lado da "namoradinha".
E é, enfim, sobre a fala de uma sábia amiga "a diferença entre as santas e as putas é que as putas falam". E de verdade? Quando os hormônios se tornarem escassos, o sexo rotineiro e a rotina cansativa é só isso que vai restar a quem te acompanha: falar.



Obrigada Deus, Universo, família, amigos, livros que li e lugares que eu fui pela minha, talvez única, certeza: eu nunca vou ser "menina pra namorar".

Um comentário:

  1. uma pena eu não ter sido bom o suficiente ou a hora não ter sido a certa, ou simplesmente que nossas mentes viajavam para lados opostos ao invés de se atraírem. Mas fico feliz em saber que existem ainda no mundo "meninas"como você que sabem o que querem da vida, mesmo que isso seja um afastamento(que espero eu, ser estratégico, para futuramente uma aproximação) momentâneo, ou sair de casa pra fazer a faculdade que quer, e escolher a sua comida, sem se perguntar se os outros que te rodeiam vão gostar... fico muito feliz em ler isso e torço que o mundo evolua e que as meninas se tornem mulheres cedo ou tarde.!


    R.

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