segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Fim do mundo.

Segundo a previsão da maior parte dos povos que antecedem a nós, faltam 17 dias para o fim do mundo. Sim, menos de 3 semanas pra que o planeta seja atingido por um meteoro, pra que todas as catástrofes climáticas disparem ao mesmo tempo, quissá pra terceira guerra mundial explodir e as potências mundiais explodirem nossas caras na nossa cara apertando apenas um botão. E aí, o que tem feito? É isso, então: 22 anos, faculdade federal, festas-viagens-amigos a perder de vista. E aí, o que tem feito? Hoje enxergo que não importa quanto tempo de vida eu tenha ou passe, sempre vou ter a impressão de não estar fazendo nada.
Se eu me olhasse agora com meus olhos de 12 anos, bateria palmas pra mim e dormiria tranquila sabendo que finalmente chegaria aonde sempre quis, sim, estou exatamente aonde sempre quis estar, em tudo. E por que então não parece o suficiente?
Se eu me olhasse então com os olhos dos, segundo essas bestas previsões, improváveis 35 anos, me orgulharia do que estou sendo nesse instante, do meu dia inteiro, dos meus atos, das pessoas que sou e encontro, de estar sentada na frente do computador 00:47AM escrevendo num blog que quase ninguém lê. Sim, sou exatamente a história que quero contar. Então por que parece que eu poderia ser muito mais?
Não sei de nada e gosto disso. Finalmente deixei o peso do saber jogado na estrada e me vesti da descerteza que eu sempre queria ter tido (ou não, pois ela não me traria aqui). Eu me desconstruí e, ao contrário de muitos que observo, não me refaço de cacos, tenho a calma de uma criança montando e desmontando castelos de areia na beira da praia (como diria um autor perdido por aí, dando importância tamanha a ele porque sei que pode ser só mais uma breve construção e que, como tudo, terá fim). Hoje eu não sou nada, não sei nada, apenas estou, também não sei o que, quando ou como.
Sento-me então na rede da varanda, apago a luz, faço das poucas estrelas no céu (como sempre deixando as nuvens enconbrí-las) e do meu travesseiro de astronauta minhas únicas companhias.
Pode ser que tudo se destrua em poucos dias, não estou em pânico, eu só quero ficar aqui me enchendo cada vez mais do que sou.

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