quarta-feira, 4 de julho de 2012

A falta.

Eu sei que o tempo passou, o calendário pregado com ímã na cozinha sabe, o porteiro do prédio onde moro  desde criança sabe. Mas aqui dentro é como se nada tivesse mudado, eu olho pra você daqui, você está deitado a dois colchões de mim na casa de um amigo em comum numa social que todo mundo ficou bêbado demais pra ir embora e resolveu dormir, do mesmo jeito que olhei a 10 anos atrás na primeira vez que te vi, do mesmo jeito que nos olhamos a 9 anos e meio atrás quando perdemos a virgindade um com o outro, do mesmo jeito que, a também 9 anos e meio atrás, nos dissemos "eu te amo" pela primeira vez. Dói. Não as lembranças, estas são reconfortantes em meu peito cego, mas o fato de não nos sermos mais, o problema é que o tempo passou e a dor da sua falta continuou. Ainda sinto o coração doer e o estômago revirar quando te imagino, e vejo, sentindo por outra o que antes era só e tão nosso. Logo você que me dizia que amor de verdade só acontece uma vez na vida, embora eu teimasse em repetir que temos vários amores e várias vidas na mesma vida. É, moreno, eu sinto a sua falta. Daquelas que me tiram o ar como num golpe, eu faço que esqueço e continuo fingir viver, enquanto na verdade, só sigo revivendo o que eu era com você.

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