sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Ele.

Lembro da primeira vez que te vi, do seu sorriso largo e bobo que seria a razão da minha existência durante os próximos anos. A gente era tão bom no que fazia e só o que a gente sabia fazer era ser feliz. E garanto que fomos os melhores nessa área. A gente se completava nas nossas estranhezas, tanta adversidade! Apesar disso, sempre foi muito amor pra pouca (muita) adversidade. Éramos a crise mais encantadora da sociedade, éramos inteiros, plenos, quem sempre sonhamos e procuramos um pro outro. Seríamos pra sempre, eu achava isso, você achava isso, seu melhor amigo e até o porteiro do prédio ao lado achava isso. A gente exalava luz!

Mas acabou, como tudo um dia. A gente tem mania de ficar querendo o pra sempre e não percebe que o pra sempre é o momento. O momento que te beijei pra sempre, o momento que transamos pra sempre, o momento da nossa pra sempre viagem perfeita de lua de mel, as nossas mãos entrelaçadas no parque pra sempre. Pra sempre é isso, as lembranças que guardamos coladas a retina até o último pulsar do nosso coração. Pra sempre não é tempo, é memória. Hoje, um ano depois, digo que o nosso fim foi a melhor coisa que poderia nos acontecer, você encontrou o seu próximo pra sempre que pode durar até o seu último fio de cabelo branco receber informação de crescimento do seu cérebro ou mais alguns meses (e ainda assim vai ser pra sempre) e eu me encontrei. Não é nada pessoal, sabe? Como é que temos mania de terminar uma relação mesmo? O problema sou eu e não você! Neah? Eu me perdi em você, sabe? Em nós! Eu já não sabia mais qual era meu beijo e qual era o seu, qual era o meu sabor de sorvete preferido e qual era o seu, qual era a minha posição do soninho e qual era a sua, qual era a minha música preferida e qual era a sua. Eu não sabia mais andar sem você e só percebi isso quando nos deixamos. Eu precisava aprender a caminhar com as minhas próprias pernas e acredite, serei eternamente grata a você por isso! Você enxergou isso antes de mim! Assim que nos encontramos combinamos de só permanecermos juntos até onde os dois estivessem felizes e eu não enxerguei que já não éramos mais! A gente não tinha mais pra onde crescer, demos o nosso máximo estando juntos!

A um ano atrás meu coração doía de um jeito que eu achei que nunca mais fosse parar, era uma dor tremenda que eu achava que nunca mais fosse passar. Hoje, eu tentei lembrar como era essa dor e não consegui, eu tentei resgatar dentro de mim alguma centelha da minha alma que ainda te quisesse por perto e não encontrei. Sorri, que bom que nossos caminhos se desentrelaçaram de vez, a gente precisava disso neah? Eu não lembro mais como era amar você, como era estar a não sei quantas centenas de dias apaixonada pelo mesmo sorriso e não me entristeço por isso, também não me alegro. Faz parte do processo. Eu sempre disse que o amor não acaba, se transforma. E o nosso, apesar de tudo que você diz tentando provar pra si que não valemos a pena quando eu sei que você deita no travesseiro e tem certeza que valeu, se transformou num carinho muito grande, numa lembrança muito boa, numa paz muito grande de ter vivido o máximo e ter dado o melhor de mim. Mesmo que, apesar de lembrar, eu não consiga mais sentir nem faísca do que foi quando avistei seu sorriso largo e bobo pela primeira vez.

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