Fico aqui submersa na insônia pensando no que vocês pensam antes de fechar os olhos. Dá uma dorzinha quando páro e me vejo em vocês. Mas não é uma dor comum, dessas que a gente tem de arrependimento por ter feito algo que deixamos de fazer, não, essa dor é a de querer cuidar e polpar vocês de qualquer mal que possa acontecer, de qualquer besteira que eu tenha feito e vocês possam vir a repetir.
Eu não tenho como impedir isso, crescer é dolorosamente lindo e no final, a gente só aprende com os próprios atos. Mas se eu posso pedir uma coisa, é: não se percam. Não se percam uma das outras e muito menos de vocês mesmas. Não deixem essa essência linda de lado por medo de não serem aceitas, por achar que sendo outras pessoas os problemas seriam menores, por achar que o caminho que seguiram até agora foi pura imposição paternal e que lá fora da própria vida, a vida se apresenta muito melhor. Por favor, por favor, por favor, eu imploro, se o medo, a dúvida, a raiva, a inconstância, os desejos ocultos assolarem vocês, me procurem. Não que eu possa resolver alguma coisa, não se enganem, mas certamente posso contar-lhes experiências e dizer-lhes as consequências de alguém que já errou tanto. Não se deixem pelo caminho, não deixem no caminho a vontade de viver, o drama revertido em piadas, a sabedoria no olhar, o excesso de sentimento extravasando pelos olhos, sorriso e abraços, a espontaneidade, a sinceridade peculiar.
No mais, fica aqui registrado um imenso agradecimento por estarem na minha vida, por se fazerem minhas amigas e por me ensinarem tanta coisa a cada novo reencontro.
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