Não é por você me mandar ouvir sertanejos bregas ou vídeos idiotas. Nem porque ouvir sua voz faz qualquer dor sumir; ou porque não importa o tamanho da minha raiva, você sempre vai me fazer sorrir. Não é pelo tamanho do buraco que a sua falta deixou no meu peito ou pela conversa no telefone a 5 minutos atrás quando eu sentia como se tivesse faltando uma parte de mim, tamanha a contradição de ouvir sua voz e te dizer adeus ao mesmo tempo. Tampouco por você ser a primeira pessoa de quem eu escrevo sem precisar exagerar nas palavras (pelo contrário, controlo-as, pra que elas não transpareçam ainda mais do que sinto), ou pelo pavor que a incerteza de um reencontro me causa. Não é pelo desejo de tele transporte pra qualquer lugar em que você esteja agora, ou pela minha auto-avaliação histórico-amorosa que me faz perceber a novidade do que sinto. É, muito provavelmente, pelo despertar interno, pela iminência do amor bombeando em minhas veias sem que eu queira admitir ou ao menos tenha me dado conta. É o medo de que tudo isso que eu sinto agora se perca em nossa memória e, com o passar dos anos, não nos recordemos mais da sua falta de mira com armas em barracas de urso de parques de diversões ou dos seus “muitos beijos” dados pessoalmente e não só por mensagem no celular todo noite antes de pegar no sono. Se agora me martirizo escrevendo sobre algo que tanto me dói, é na tentativa de que a gente não se perca, é na tentativa de te guarda em mim, na minha vida, nas minhas páginas, nos meus sonhos. É a tentativa de que um dia a gente abra mão do orgulho, da teimosia e dê espaço pra um possível reencontro, pra não ter necessidade, nunca mais, de dizer adeus.
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