Estive mergulhada num mundo de informações nas últimas semanas. Eu, que sempre estive aberta a pensar de uma nova forma, acabei me perdendo. Pelo menos quem é cabeça dura e vive da própria burrice, não sofre com o desequilíbrio mental que a informação provoca.
Então, segue as conclusões que eu cheguei nos últimos dias (que podem ser completamente diferentes pela manhã):
- Se você se diz anarquista, isso quer dizer que você preza pela liberdade de cada um, que deseja uma sociedade onde todos tenham voz. A partir do momento em que você está num movimento pacífico praticando desobediência civil, VOCÊ ESTÁ DEIXANDO DE LADO A SUA IDEOLOGIA. Está desrespeitando a liberdade do outro. E se você só preza a sua liberdade, bem estar e voz, desculpa, você tá pior que o pt.
- Se você é contra a corrupção, não entendo porque acha válido que "os crackudos sem voz finalmente deram o troco incendiando lojas e saqueando-as". Quem rouba $0,40 centavos de troco, rouba 40 milhões. Quem se aproveita de um manifesto pra roubar uma loja, roubaria os impostos pagos pelos brasileiros. Gente, pra mim é tão óbvio: mais uma vez o brasileiro tá criticando o jeitinho corrupto brasileiro de ser com corrupção. Exigindo algo ao contrário do que faz.
- Alguém já parou pra pensar que o contrário de partidos políticos e suas bandeiras no manifesto, é uma Ditadura?
- Não acredito que a real falta de foco seja não saber o que estamos na rua pedindo, falta de foco, pra mim, é quando o mesmo grupo (de manifestantes, no caso) discordam completamente entre si e resolvem "lavar a roupa suja" se tacando bomba, vaiando e batendo no meio de um protesto onde estamos pedindo, pra resumir tudo, RESPEITO como cidadãos que somos.
- Se a gente tá lutando junto, porque as pessoas se separam em partidos, ideologias, cor, militância?
- Ok achar que invadir símbolos vai dar resultado, mas alguém pode me explicar porque estão incendiando escolas, colchões e saqueando lojas que mal sobrevivem com o que ganham?
- "Nada nunca foi conseguido sem vandalismo" alô, cê sabe quem foi Gandhi?
- Será que esse ataque policial à nós, burgueses, não tá sendo bom? Não, NADA justifica as atrocidades que eles estão cometendo. Digo que é bom em um sentido: estamos sentindo que o pobre favelado sente todos os dias a vida inteira e finalmente queremos dar um basta nisso, será que se isso nunca tivesse acontecido, tanta gente se mobilizaria contra isso?
- A maioria dos lugares onde fico sabendo que o governo propôs negociações, foram onde houveram manifestos em que a galera ficou de boa.
- Lutar contra corrupção é que o a Dilma e a Globo esperam que a gente faça, nosso discurso não é nem um pouco concreto, ou seja, é muito mais difícil de ser atendido. (E é até um discurso hipócrita, quem pode pedir o fim da corrupção quando já a cometeu/comete pelo menos uma vez na vida?). Acredito que devemos ser mais diretos e embasados: fim do descaso com saúde e educação, não à PEC 33 e 37,, se é pra ter Copa, que brasileiro possa entrar de graça, etc.
Tenho muito ainda pra dizer, pra organizar. Este é só o começo das ideias.
Gostaria de explicar que quando digo "você" no texto, estou me incluindo. Não que eu pratique ou seja conivente de muita coisa, mas se estamos nessa luta juntos, o correto é afirmar que em tudo, somos "nós", só que desta forma ficou mais fácil de ser escrito.
domingo, 23 de junho de 2013
sexta-feira, 21 de junho de 2013
pós protesto dia 20/0/2013 - Rio de Janeiro, Presidente Vargas
Não vamos começar a ver uma Ditadura, estamos vivendo nela. Sempre vivemos e por todos os lados. Estamos em um mundo onde não se sabe ouvir a opinião do outro, fomos educados pra isso: defender o próprio ponto de vista antes de ouvir o do outro. Gritamos "sem violência" nas ruas e violentamos e somos violentados psicologicamente todos os dias: em casa, na faculdade, no trabalho, na rua. Nós próprios tolemos o direito do outro de pensar, de ser, de manifestar. É tanta falta de respeito por tanto lado que, apesar de chocada, não estou surpresa com as ações dos pms ou dos vândalos. Não estou surpresa que alguns queimem escolas e tentam destruir uma cidade e que outros atirem antes de perguntar, pra demonstrar poder ou seja lá pelo que for. Nós somos assim, diariamente. Em menor ou maior escala. Tá na hora de acordar.
O que mais me surpreendeu na manifestação do dia 20/06/2013 não foram as bombas, os tiros, os vândalos, a polícia, o que mais me surpreendeu foram os mendigos que continuaram dormindo em baixo da marquise do ponto de ônibus enquanto todos corriam de tudo em meio ao massacre que vivemos. Foram os moradores de rua sentados com suas famílias como se nada acontecesse. O que vemos como desespero, eles, graças à nossa sociedade, vêem como o normal. E eu te pergunto: qual gigante que acordou?
O que mais me surpreendeu na manifestação do dia 20/06/2013 não foram as bombas, os tiros, os vândalos, a polícia, o que mais me surpreendeu foram os mendigos que continuaram dormindo em baixo da marquise do ponto de ônibus enquanto todos corriam de tudo em meio ao massacre que vivemos. Foram os moradores de rua sentados com suas famílias como se nada acontecesse. O que vemos como desespero, eles, graças à nossa sociedade, vêem como o normal. E eu te pergunto: qual gigante que acordou?
domingo, 9 de junho de 2013
Quantas vezes, numa mesma vida, temos de nos desculpar pelo que somos? Como se devêssemos, pré-programadamente, ser exatamente o que o outro espera que sejamos.
Eu cansei. Não de uma maneira ruim, sinto alívio.
Hoje tenho do meu lado quem quer partilhar da minha essência e não mais quem aponta o dedo na minha cara me dizendo que eu deveria ser o que eu não sou (e nunca quis ser).
Eu cansei. Não de uma maneira ruim, sinto alívio.
Hoje tenho do meu lado quem quer partilhar da minha essência e não mais quem aponta o dedo na minha cara me dizendo que eu deveria ser o que eu não sou (e nunca quis ser).
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