terça-feira, 27 de novembro de 2012

Rê'volução

Foi o que você fez então. Me reformou, já disse mais de uma vez que me sinto numa igreja protestante, quando ao seu lado, me torno uma versão tão boa de mim mesma que nem parece eu. Você pegou uma borracha e apagou todas as minhas linhas tortas e, não satisfeito, passou marca texto nas minhas partes bonitas, em tudo que eu vivi e que me tornou o que sou. A sua certeza na gente é a válvula de esperança que eu precisava pra acreditar que o amor existe sim, e não só nas palavras, como eu achei, mas no dia-a-dia. E quando eu insisti que ele, o amor, sempre vira cobrança ou rotina, você me mostrou que cuidado e cobrança são coisas distintas e que o que as pessoas chamam de rotina, a gente chama de felicidade apenas por abrir os olhos e nos ver lado a lado sabendo da nossa companhia até a hora de cerrar os olhos pra mais uma noite de sonhos. Eu sempre me esforcei muito pra ser melhor, sempre me esforcei pra sentir o que eu sinto e veja só: você ratifica a minha teoria de que as melhores relações são as que não exigem esforço, você comprova a minha ideia de que a melhor coisa da vida é quando alguém se apaixona por nós exatamente pelo que somos.
Eu tento assim, nessas poucas linhas, te proteger de qualquer exposição e, ao mesmo tempo, registrar que, embora eu continue achando que amor é silêncio, você me trouxe a vontade de falar, de sentir e de acordar.

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Qual o direito temos sobre a vida e qual o dever temos sobre a morte? Passei a me questionar muito mais que antes. Desde quando a moral - religiosa ou não - me ensina a perdoar o imperdoável e amar o desamável, desde quando o ódio que sobe pela garganta é capaz de fazer qualquer um apalpar a morte com os dentes na carne alheia, desde quando sabemos que como seres da mesma raça não temos o direito de ditar superioridade ou fazer distinção de merecimento. Não acredito que há um ser superior capaz de indicar quem deve ou não permanecer com o sangue correndo pelas veias, tampouco acredito que devamos ir contra os instintos que nos movem. Sem apologia à morte, livre arbítrio que passa sobre a liberdade de outrem ou incentivo à falta de controle, só que, se me tiram a paz do ar, deveria eu tirar-lhe o direito de respirar?

domingo, 18 de novembro de 2012

Qualquer um é capaz de desvestir as roupas de alguém, entretanto, meu caro amigo, raro é aquele que desveste as muitas armaduras que a gente cria ao nosso redor.

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Ninguém, tampouco meus sonhos mal traçados, podem me salvar do que me tornei.  Só te peço que, se ainda sentes minha falta como sinto a tua, que ponhas de novo o abraço dentro do meu e que a gente caminhe juntos pra bem longe daqui.
É claro que a gente é capaz de nos superar: eu a você e você a mim. Que prepotência é essa a nossa em nos julgar insubstituíveis?
Nascemos sozinhos e escolhemos a solidão pra nos acompanhar, não precisaríamos mudar isso agora.
O que me traz aqui então? O que me faz te escrever, lembrar e querer viver?  Escolha. Por que a gente poderia caminhar lado a lado de qualquer um dos 7 bilhões de pessoas do mundo, amar tantos outros sorrisos e se abrigar em tantos outros abraços, seríamos felizes. Mas hoje eu descobri que não vejo sentido na minha felicidade se não puder dividí-la com você. Não vejo motivo em estar longe se tem um mundo ali fora nos esperando para o desmoronarmos. Se tem eu, você e esse amor que eu nunca achei que fosse capaz de sentir. Se acabaram os medos, armaduras e pudores. Se a sua existência ainda é o meu melhor presente nos últimos 9 meses.
Não quero viver uma vida cujo objetivo seja casar e ter filhos.
Também não pretendo ser escrava do trabalho apenas porque nossa cultura nos induz a isto desde que aprendemos a falar.
Com que intuito vim ao mundo, então? Ora, nenhum além de me encontrar.
"Quanto mais eu me engano, mais bobo eu fico". P. Afonso.
Abrir a cortina do Universo ao lado, desembassar a visão e tentar ver as coisas mais claras, já que como verdadeiramente são, é impossível.
"Filósofos são pessoas que escrevem e não praticam". Palona.
"O problema não são as coisas que estão no mundo, mas o efeito que elas causam.
(...)
Desejo e necessidade não está em nós, é projetado". Alê.
Dor na alma agora se mostra num eletrocardiograma?  Remédio recupera o amor que deveríamos sentir? Eu não deveria procurar um médico, eu deveria procurar um coração.
Fome, às 7 da manhã, só se for do seu cheiro na minha pele.

Cebola

Poder ter teus braços envolvendo os meus a cada abrir e fechar de olhos me daria a certeza de uma vida menos ruim e sofrida, de que no final, algo valeu a pena.
Fechar os olhos agora, saber que eu te tenho, você me tem e, de resto, tudo vai passar.

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Fiquei lembrando dos dias em que minha família e eu íamos ao restaurante almoçar, naqueles típicos fins de semana de cidade serrana pequena: eu me entupia de bife com batata frita e pedia sorvete de sobremesa. Na saída, meus pais reclamavam que a comida não estava boa e eu nunca entendia, achava-os mal agradecidos.

Foi mais ou menos isso que eu fiz com todos os meus relacionamentos, até aqui.