Eu demorei a entender - e ainda não sei se entendi - que a morte não necessariamente mata alguém. O que mata é a necessidade de esquecimento, o que mata é ter que fazer alguém sumir de você.
Você não sumiu de mim nem por um minuto. Tem 14 anos que algo me lembra a sua existência todos os dias. Você ta vivo em todo lugar que eu vou, em tudo que eu vejo. Em cada pedaço da minha história.
Tenho tido uma percepção que me é estranha sobre meu corpo nos últimos tempos. A religião me ensinou que meu corpo é um empréstimo de deus e não quem eu sou. Eu entendi de outra forma agora: meu corpo sou eu porque me permite estar aqui, me permite existir, mesmo que exista algo além. E talvez por isso conceber que você ainda exista tenha me custado tanto o entendimento.
Eu me despedi do seu corpo, do seu abraço, do seu modo de sorrir, dos seus dedos gordinhos da sua voz. Mas eu nunca vou me despedir do seu atravessamento na minha vida, das nossas histórias, do nosso encontro.
O meu corpo, esse que permite que eu exista, faz com que você continue existindo enquanto eu viver, porque sim, uma grande parte de mim tem você enraizado.
sábado, 18 de julho de 2015
Bateju
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