domingo, 13 de outubro de 2013

Te carrego.

Eu te confessei que acredito nesse lance de horóscopo, posição da lua e ondas do mar. E você me disse que tudo bem, que tem gente que acredita em Deus, Buda, céu com virgens e fonte de leite, e que você mesmo acredita na sorte, mesmo eu não conseguindo entender direito no que isso consiste e que por mais que você ache a minha crença improvável, entende que cada um tem a sua verdade.
Eu escrevo enquanto você toca violão e faço colchas de retalhos enquanto você pinta um quadro com a paisagem do filme que a gente viu ontem e isso me faz perceber que a cada nova letra, retalho ou dia, o medo se esvai. Não sinto nada aqui dentro que não a vontade se prosseguir, alguns chamam isso de coragem, mas eu ainda não sei se consigo usar esse termo, vai que desisto de tudo, dou pra trás e daí vai ser só mais uma frustração.
A gente percebe as grandes coisas nas pequenas coisas e é na sua cueca pendurada ao lado da minha camisa preferida no varal que me mostra que encontrei o que eu nem sabia que tava procurando. Sabe quando você conhece um lugar e pensa que é exatamente como você imaginou o paraíso, mesmo sem nunca ter pensado em como ele seria? Então, você é o meu paraíso, por mais que a gente não acredite que essas coisas existam. E então eu deito na sua cama de casal e me estico ao máximo que posso, fecho os olhos e quem vê de fora, tipo você, deve me achar uma boçal infantil, mas é nesse gesto que descubro a que pertenço, é nesse gesto que sinalizo que agora sim eu me encontrei, mesmo que eu continue buscando a mim, mesmo que eu seja completamente mutável, sempre tem aquela coisa que a gente, no máximos, faz uns reajustes pra que continue fazendo parte do que nos tornamos a cada dia. Esteja certo, você é uma delas, mesmo que eu mude de opinião, de corpo ou de conceito, você sempre vai ser o que eu quero carregar comigo, não só dentro das melhores lembranças, mas segurando a minha mão que teima em correr pelo mundo.

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