terça-feira, 25 de março de 2014

meu

Toda vez que ando de van na chuva, lembro da primeira compra do mês que fizemos juntos e, pelo vidro embaçado, vi errado e nos fiz descer um ponto antes cheio de sacolas de compra de baixo de um temporal. Chego em casa e subindo pro meu quarto, parece que você ainda tá ali escrevendo as iniciais dos nossos nomes dentro de um coração no vidro embaçado. Por falar em chuva, sempre que entro no quarto com o barulho dos pingos caindo lembro de quando você ia comprar comida pra gente, de noitão, na chuva. Bicicleta na chuva já me lembra de quando eu inventei de te levar um lanche surpresa na sua casa quando chovia tanto que a cidade inundou, levei um tombo e quebrei meu celular. Daí você foi me buscar, me abraçou forte e daquele seu jeito que só de me olhar, me acalma, me levou pra debaixo do chuveiro e tomamos banho, você beijando meus machucados e dizendo que eu não precisava me desculpar por ter te preocupado desse jeito e me machucado toda. Lembro da gente não conseguir tomar banho sozinhos, isso só acontecia em dias de brigas ou de frios tão extremos que eu nem conseguia em pensar em dividir o chuveiro. E dos nossos almoços vendo seriado e morrendo de rir sem vontade que o horário de almoço acabasse. Ta chovendo lá fora. E eu sempre penso que, como na música do Marcelo Camelo, ela quer é trazer você pra mim.
Não sei aonde, com quem ou fazendo o que você está agora. Tem mil coisas que eu queria te dizer. E outros tantos abraços que eu queria te dar. Mas isso não importa. Só o que eu espero e desejo é que no fundo de tudo isso você ainda sinta tanto quanto eu. Que eu ainda caiba em você e na sua vida. Que na eternidade existente, tenha algum espaço pra nós.

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