segunda-feira, 10 de março de 2014

Questione

Sempre pequei pelo excesso. Sorte que hoje não acredito mais nessa idiotice de pecado. Minha mãe costumava falar que eu dava nó nos miolos dela de tanto falar, meus amigos brigavam comigo de tantas perguntas que eu fazia em pouco tempo, pra eles ou durante a aula, até hoje interrompo histórias que me são contadas pra questionar. Nunca me incomodei com isso, até a propaganda da tv Futura me dá razão. Vez ou outra alguém fala, respira e fala devagar, e eu conto até três mentalmente entre uma palavra e outra. Em uma ocasião, o namorado de uma amiga soltou "se cadastra no programa do Faustão pra ler a bíblia no se vira nos 30". Reparei outro dia que minha família é toda assim. Lá em casa a gente se quase se estapeia pra falar, lá em casa a gente não tem pudor nenhum, tampouco papas na língua. Todo assunto pensado é discutido, desde sexo/sexualidade até o placar do jogo e a legalização ou não das drogas no Brasil. Eu transbordo pelo excesso que capto, que me cabe. Eu quero beber o mundo porque aprendi que amanhã sempre é tarde, que "se" sempre chega atrasado, que o agora é a única coisa que temos. Então, não aceito travas, não aceito dedos apontados, não aceito que me tirem uma das coisas que eu mais gosto em mim: o meu excesso. Que todas as respostas do mundo estejam prontas, pois estou à caminho com as minhas trocentas perguntas.

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