domingo, 27 de abril de 2014

Não é porque eu te amo

Não é porque eu te amo que vou sempre concordar com você. Ou que sempre vou te defender quando no meu julgamento você estiver errado, pelo contrário. Não é porque eu te amo que não vou querer estar com outras pessoas ou viver outras coisas que estão além da sua presença. Não é porque eu te amo que tudo que eu fizer vai ser pra te ver feliz, ou que minha vida vai sempre girar em torno do que for melhor pro nós e não pro eu. Não é porque eu te amo que eu não vou te dizer não, que eu vou me submeter às suas vontades e desejos. Não é porque eu te amo que eu não vou querer me embriagar de mundo, que eu não vou querer colocar uma mochila nas costas e seguir, com ou sem você. Não é porque eu te amo que eu não vou enxergar seus defeitos e apontá-los, que eu não vou berrar que não aceito, que eu não vou discutir até chegar a um consenso que seja bom pra todos os lados e não só pra você. Não é porque eu te amo que eu vou deixar de ceder, de ser flexível com você e com as outras pessoas, especialmente com as pessoas que você não gosta, o gostar é tão livre quanto o não gostar. Não é porque eu te amo que eu não te entenda, que eu não me coloque no seu lugar, que eu não me sinta como você se sente. Não é porque eu te amo que você tem acesso à tudo que é meu, à tudo que eu sou, à todos os meus dias e pensamentos. É exatamente por te amar, que respeito que somos independentes, livres e incoerentes. É pela liberdade de te amar do meu jeito, que eu te amo.

quinta-feira, 17 de abril de 2014

Fico na tentativa de fazer qualquer cisa que nos reviva, por um momento, dentro de você. Só que sem a parte da dor. Parece esforço pra você enquanto eu tenho andado por aí e visto tanta coisa que eu queria compartilhar com seus olhos, tanta coisa que você amaria e sorriríamos juntos, tantos sonhos pra dividirmos o travesseiro.
A gente sempre acha que vai morrer, sufocar, que não vai aguentar. O desespero bate e dá vontade de sair correndo, sem se mover. Respiro, inspiro, transpiro. Calma. Ninguém nunca morreu de amor.

quarta-feira, 16 de abril de 2014

Agora

Eu odeio quem deixa pra depois. Gente que não entende que tudo o que temos é aqui e agora, que o depois não existe, nunca chega. Que não percebe que pra morrer só basta estar vivo e daqui a pouco pode ser tarde demais. Que faz planos e se baseia neles sem aproveitar este minuto sabendo que ele nunca mais voltará.Quem não compreende que 24 horas é tempo demais e diante da possibilidade de conseguir mais um dia, se coloca numa posição de imortal. Quem briga por bobagem e perde tempo remoendo, sem notar que remoer não faz ninguém chegar a nenhum lugar e que temos pressa pra continuar, pra beber a vida enquanto ela nos permite respirar. Quem acha que querer perceber e saber de tudo que está em volta é coisa de gente ansiosa. Quem não compreende, entende, percebe, vê, vive e sente: a gente só tem este instante. E o segundo desta linha nunca mais vai voltar.

segunda-feira, 14 de abril de 2014

É como se nunca tivéssemos deixado de estar ali. Com o lugar simples e a mágica nos olhos. Com a conversa lenta, o riso fácil, o ronronar costumeiro. Como seguir sem olhar pra trás e quando se dar conta, ter parado no mesmo lugar, lado a lado, mesmo que em vidas diferentes. Meu corpo não estranha o teu. Minhas células se aprumam às tuas e o jogo termina, ele nunca existiu, os dois estavam no mesmo time. É fácil gostar de você, gostar de ser amada por você, gostar dessa proteção e afago. É fácil saber onde se quero estar quando existe o teu corpo do lado do meu. O difícil é separar sonho e realidade. Uma madrugada do resto da vida. O difícil é dormir em paz, quando a paz do meu sono e da minha vida, tão na sua respiração.

quinta-feira, 10 de abril de 2014

Pensamentos etílicos

O foda é que a gente sempre acha que o outro não vai entender. E não entende mesmo. Nem o outro e nem a gente. Por que a vida não é sobre entender, justificar. A vida é sobre leveza e não sobre esforço. Então, parar de tentar entrar na mente de alguém, de entender, de se esforçar, deveria ser libertador. Liberdade, sabe porque a queremos tanto? Por não saber lidar com ela e por isso ela nunca nos é plena. No fundo ninguém entende. A gente só não quer ter que lidar, só não quer ter que entender.
"Depois é o lugar onde não se chega nunca".

quarta-feira, 9 de abril de 2014

Ponto de fuga

Você nunca entendeu nada. Nunca entendeu o caos aonde estava se enfiando. E nunca entendeu todos os adeus. Nunca presenciou nenhuma lágrima escorrendo quando eu virava as costas e revirava na cama lembrando da música que você tirou no violão porque eu tinha dito que eu gostava ou da comparação com o filme "como se fosse a primeira vez". Nunca entendeu que eu sempre faço as escolhas erradas e tendo a continuar neste círculo vicioso. E que às vezes eu só não quero escolher, nem pensar. Nunca entendeu o tamanho da importância. E do quanto é difícil que ela seja deixada de lado. Nunca entendeu que eu nunca te liguei querendo comer, pedalar, fumar, foi só o teu abraço que eu solicitei. Foi só do seu olhar de quem acha que entende tudo, mas no fim nunca entende nada, que eu preciso quando te ligo noite dessas, no meio do nada,com uma desculpa qualquer. Insistentemente querendo que pelo menos a nossa afinidade não saia da minha vida. Como eu sempre tiro tudo que me é válido.

segunda-feira, 7 de abril de 2014

Sobre a morte e religião? Coisas independentes.
Vô, te amo, te cuido, te sinto e te presencio. Todos os dias.