"Porque eu te amo, tu não precisas de mim".
Eu te amo e você não precisa de mim. Eu preciso, porque não há como amar realmente o impalpável, o intangível. Pra que eu te ame é preciso que você exista, é preciso que você viva, tenha sonhos, gostos, traumas, é preciso. Nada de novo sob o sol.
A grande sacada, só agora, depois de mais de um ano lendo essa frase percebo: VOCÊ NÃO PRECISA DE MIM PORQUE EU TE AMO. Eu não quero que você seja uma pessoa insegura, eu não quero que você co-dependa, que você se desacredite, que quero que você saiba do meu amor e que exista nele independente de que ele continue existindo. Porque eu te amo, te quero autônomo, independente, livre. Não dessa forma desumana que andamos vendo por aí, do viva sua vida, foda-se a empatia, o amor próprio, o amor ao outro, viva as ideologias e o meu ideal. Não. Que você seja livre pra dizer, sentir, pensar, gritar, dar vexame. Que seja livre pra e contradizer, pra erra, pra despertar meu pior lado e o melhor ao mesmo tempo. Que você não dependa de mim pra existir de tão livre que a sua existência é. Que você seja potência. E que fique, um pouco mais, talvez, porque quer e não porque precisa.
Porque eu te amo, tu não precisas de mim. Tu não precisas de mim porque eu te amo, mas porque minha companhia te potencializa. Tu não precisas de mim porque eu te amo, porque, à despeito de ter entendido que ninguém se basta sozinho, que tudo é impermanência, você é livre como poucos são: respeita a sua liberdade e a minha.
Obrigada, Roberto Freire, por mais uma catarse no meio do nada. Por mais uma reformulação de teoria no meio da vida.
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