segunda-feira, 25 de outubro de 2010
Eu e eu 2.
Como se uma parte de mim já não bastasse, não só a parte como o todo. Perdi-me de mim mesma, me deixei a beira de alguma dessas estradas que percorri e agora não me acho. Como ouvi, "sinto-me uma cópia falsificada de mim mesma". Essa não sou eu, mas quando páro, analiso e dou o maldito braço a torcer, vejo que aquela também não. Quem sou então? Se não elos feitos e perdidos, castelos construídos e levados pelo mar, muros fortes e ruínas esburacadas pelo tempo. Quem sou eu se não intervalo, o meio, jamais a metade, nunca, sempre lutei pra ser por inteiro, será que fui? Que sou? Esse misto de sensações, essa mistura louca rodando meu estômago. Queria poder vomitar-me e por mais nojento que pareça, quem sabe colocando pra fora, eu me olhasse como olho pra um amigo e me soubesse, me clareasse, me diagnosticasse. Sem esses diagnósticos científicos e psiquiátricos, tampouco religiosos pra cima de mim. Só eu, a minha análise de gente, de ser humano, sem teorias e preconceitos. Deixe-me parada, olhando pra mim. Deixe-me aqui sufocada com tudo que sou e não sei e com tudo que sei e não sou. "Pra acertar, a gente precisa saber aonde ta errando". Eu sou tão incompetente, demorei tanto tempo, perdi mundos, tetos e redes pra descobrir. Descobri. Mas não basta. Destruí, destruíram, auto-destruição. E agora? Um sopro, uma chama, quem? Ou o que? Por que? Ou pra que? Sou eu. Como fragmentos do que penso ser, ando por aí, por aí dentro dessa casa enorme, que já me parece pequena de tanto subir e descer sua escada (já que não consigo sair), como um conjunto de ossos, células, órgãos e alma. Aonde está a sensação e o sentimento nisso? Eu não sei. Estou a beira de alguma dessas estradas, ou talvez nunca estive, sempre me achei e nunca estive, e nunca fui. Apesar disso, estou correndo, como corro, desesperadamente, com o resto da energia que me resta eu corro, tropeço em minhas próprias pernas e corro percorrendo todos os caminhos que segui, quem sabe, em algum lugar eu não esteja esperando por mim mesma e juntos, meu corpo-ossos-órgãos-célula-alma possam voltar com o meu eu pra casa, pra cá, comigo, pra onde eu for.
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