quarta-feira, 7 de março de 2012

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Me conhecendo como você me conhece, acho que sabe que sabe que eu enrolo mil anos até criar coragem pra dizer o que tem que ser dito, isso quando digo. Você acha infantil (nem te ligo), mas isso é complicado pra mim, assumir as coisas. Principalmente quando essa coisa é um sentimento. Eu tentei fugir de você por muito tempo, tempo até demais. Tento fugir dos seus braços desde aquela maldita conversa na frente da casa das meninas. E digo que consegui, consegui me enganar, pra mim isso é tão simples que quase não percebo. Não foi fácil ignorar meus pensamentos que insistiam em me levar pra perto de você, mas consegui substituí-los. Entre curvas fechadas e tempestades incontroláveis, eu cheguei aqui, dramático não? Mais dramático que isso, só não assumí-lo.
Passei muito tempo da minha vida insatisfeita com o modelo de relacionamento que a sociedade me impôs. Não era muito de me importar com a monogamia (pelo menos não 100% do tempo), mas com as satisfações, as dr's, as explicações. Não que eu não ache isso válido, a gente passa a vida inteira se explicando pra alguém msm (a mãe, o melhor amigo, o filho), mas isso deveria ser espontâneo, estou me explicando porque eu quero e não porque tenho. E é exatamente por isso que eu to bem aonde estou, estou não, estamos. Porque eu me sinto atrelada a você sem q você exija isso, eu te conto a minha vida sem que você precise me perguntar e vivo perfeitamente bem com suas histórias de dias legais sem que eu precise vivê-los.
Minha questão não é essa. Acredito que quando se começa um relacionamento. Ah, foda-se a terceira pessoa. Nesse nosso relacionamento, eu me imagino lá no alto, segurando firme o trapézio. Eu sei que eu preciso pular, eu sei que tem uma cama elástica lá em baixo e que não só não vai doer como vai ser divertido quicar nela. Eu sei. Mas eu ainda estou segurando o trapézio. Meus dedos estão ficando roxos, meus braços dormentes de tanto ficar na mesma posição, mas eu continuo insistindo em segurar. Simplesmente por insegurança. Porque quando eu olho pro trapézio ao lado eu vejo vc, segurando-o firmemente e eu não sei se seus dedos estão roxos, seu braços dormentes e se você ta morrendo de vontade de se jogar assim como eu. Mas, como te vejo se segurando, continuo fazendo o mesmo.
Hoje não, hoje eu decido te perguntar se você tem pretensão de se jogar junto comigo, se você tem pretensão de realmente saber no que vai dar. Antonio Prata diz que pra sermos felizes devemos soltar a estacas da insegurança e dar o salto. Eu não sei se ele entende alguma coisa de felicidade, mas eu acredito na parte do salto.
É quase impossível pra mim que eu saia da defensiva, mas eu to fazendo isso. O motivo da dificuldade não é apenas o meu orgulho, é também o medo de parecer cobrança. E eu não quero cobrar e nem exigir que ninguém goste de mim ou me queira. Eu só quero saber aonde eu to pisando, só quero saber se continuo segurando o trapézio firmemente ou se posso soltá-lo de vez. Eu não quero me machucar, eu to morrendo de medo de me envolver, mas eu já to envolvida, fazer o que? E eu prefiro me machucar pela certeza do que pelo talvez. Eu preciso saber o que você sente pra saber o que eu faço com o que eu to sentindo.
Não que isso mude algo entre a gente, absolutamente.

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