domingo, 13 de setembro de 2015

Pra quando você me deixar

Gosto de te ver assim: contando histórias e cantando pela casa enquanto cozinha. Essa talvez seja a minha segunda cena preferida no mundo (a primeira, sabemos qual é). Te ofereço ajuda e você aceita, pra dois minutos depois estar me expulsando dizendo que prefere fazer, à me ensinar. E eu gargalho, te deixando aí da mais brava, pensando que realmente você é a rainha das coisas que se propõe à fazer e que, assim sendo, não há argumento que te convença a me deixar permanecer na sua cozinha.
Era pra você ser só uma vírgula, sempre penso nisso. Era pra gente ser a efemeridade encorporada, como combinamos. Não somos muito boas em cumprir combinados, aliás, nunca vi duas capricornianas tão passionais quanto nós duas.
No alto da sabedoria dos nossos vinte e poucos anos, aprendemos que tudo tem prazo de validade e que não adianta projetar, nada é pra sempre, tudo é mutável. E talvez eu só tenha ficado porque sabíamos disso.
Eu espero que quando você me deixar você esteja sorrindo, como no dia em que te conheci. Espero que nossa história dê uma volta inteira em  volta dela mesma, pra que a gente não deixe nada por viver e não sejamos um empecilho no meio de outras relações. Eu espero que a dor que eu sentir, não importa a minha idade: por dois dias eu vou pensar que estou falecendo, vire aquela saudade gostosa, como a que eu sinto da nossa primeira viagem de moto pra serra. Eu espero que você esteja inteira, pra que seus futuros amores possam desfrutar do melhor que você é, assim como eu. Eu não faço a menor ideia de qual foi a força que nos uniu e nem do porquê dela, mas saiba, porque eu repito todos os dias: você é a melhor história que eu vivo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário