Descobri recentemente que ouvir é ainda mais difícil que falar. E que nem sempre eu falo do que realmente importa.
Essa semana aconteceu algo muito marcante na minha vida e, como sempre faço, eu poderia recusar me expor, recusar escrever sobre isso porque é sempre mais fácil ignorar do que ter que lidar.
Saí de órbita e me diverti de uma das maneiras que mais gosto. Era pra ter sido incrível, não fosse a bad que bateu durante. Durante um processo que era pra ter sido incrível, eu só conseguia pensar em empatia. Eu só conseguia visualizar meu pior pesadelo, aquele escondido até de mim, passando diante dos meus olhos. Eu sentia culpa por ser quem eu estava sendo.
A onda passou, eu dormi bastante, acordei algumas vezes com o coração disparado. Eu me dei conta de que deixei muita coisa pra trás. E não digo isso como lamento. Eu mudei muito e preciso aceitar isso, aquela que eu era, aquele tipo de diversão, não faz mais parte de quem eu sou. Talvez eu esteja ficando velha e chata, talvez seja só o auto-amor invadindo mais uma parte de mim. Sei que quando acordei eu me libertei. Sinto como se eu tivesse levantado de uma forma de gesso que me envolvia. Como se eu tivesse me livrado da necessidade de me encaixar, de me enquadrar. Agora, eu só preciso ser eu, acreditar em mim, encontrar comigo.
Agora eu só preciso ser fiel à mim e ao que eu realmente quero. Eu estou em silêncio faz dias e todos vem me perguntar sobre a minha ausência de comunicação: eu só estou me comunicando comigo tão profundamente que estou sem capacidade de proferir palavras sobre outra vida.
Estou me sentindo muito dentro de mim. Estou me sentindo eu. Eu estou livre.
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