sábado, 19 de março de 2016

Adeus

Essa casa é pintada de tanta lembrança, desde as paredes ainda no cimento com as cores que escolhi até cada pessoa que aqui morou. Cada vez que as pessoas q moraram nessa casa mudaram, a casa mudou junto.
Hoje: deitada no escuro, o armário vazio, os últimos vestígios de mim que existem aqui se despedem de tudo que aqui fui. E não é fácil dizer adeus pra nada, especialmente pra um eu tão bonito que habitou aqui. Engasgada com os melhores e piores dias. Com a dor e a alegria de voltar pra esse lugar. Com cada transforma-se, essa casa também sou eu. E a eu que fica não perdoa a eu que vai, mas a eu que vai precisar ir mais do que qualquer coisa.
É engraçado pensar que eu nunca estive sozinha aqui, foram tantos amigos, amores que fizeram dessa casa o lar deles também, mas hoje, olhando pro teto escuro da luz apagada, não há ninguém com quem eu possa/queira dividir a nostalgia, pra quem eu possa ligar chorando porque eu sou uma idiota que se apega às despedidas tanto quanto aos dias vividos. O barulho do ventilador embala meu sono, é cedo demais pra dormir, mas essa é a hora certa de partir, eu sinto.
Eu espero que pra onde eu vou, as frases escritas pelas paredes ecoem na minha alma.

Nenhum comentário:

Postar um comentário