quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Invivido.

O combinado era não escrever mais sobre você, pra assim te deixar ir de vez. Entretanto, te escreve quase todos os dias, pelo menos um pouco. Se não for pra te guardar, que seja pra te esquecer, te gastar com palavras até todo o sentimento sumir.

Foram só dois dias que me deixam certa que couberam um mês inteiro dentro, como se normal fosse dormir sem roupas, acordar abraçados, sorrir o dia inteiro. Eu fico vendo e revendo cada cena procurando um erro que deveria estar escondido atrás da sua decidida ausência, não há outra explicação pra me querer longe, pras nos querer inexistentes. Contudo, respeito o direito que lhe foi dado de não me querer por perto mesmo indo contra o meu direito de querer viver você até tudo isso que eu sinto se esvair das minhas veias, porque sempre esvai: em 5 meses ou em 50 anos. Você continua me dando tudo que eu preciso: colo, conversa, preocupação e é disso que tenho que me desfazer e tento arrancar força das entranhas, da pele, da luz do sol pra te pedir que, se é pra eu ir, que me deixe ir direito, que se for pra eu sair da sua vida, que seja pra trancar a porta da frente. Bobagem, te sinto tão aqui em cada lugar e mesmo querendo te matar em mim, sei que nem tão cedo você vai morrer no meu peito. É você, meu Deus, como você não enxerga, é você.

Preciso dormir, ignorar a angústia no meu peito e rezar pra não ter pesadelo, depois de ontem à noite, acho que eles só se curam com seus beijos e como em um último pedido à Deus para nós é que a vida trate logo de providenciar nosso reencontro, antes que eu te esqueça, que você se perca e que tudo de bonito que a gente poderia viver seja jogado pela janela.

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