A gente costuma se enganar que vai dormir cedo. Não sei dizer se por inocência ou terceiras intenções (claro que eu sei, mas finge), nossos corpos não conseguem ficar parados quando se encontram na mesma cama. Eis que em algum momento você me deseja bons sonhos, encaixa sua cabeça do lado do meu pescoço e muda a respiração, em 4 minutos você já tá mais que dormindo. Eu fico te fazendo cafuné mesmo sabendo que você não tá sentindo, até pegar no sono.
Nem meia hora depois que eu consigo dormir você levanta reclamando de calor e liga o ventilador. Volta pra cama e me abraça. Dormimos de novo. Quando sinto mais uma vez você se mexendo do meu lado procurando sua camisa, dizendo que vai ficar resfriada com esse vento todo em você, passo a mão debaixo do travesseiro e te dou a camisa procurada e você me olha surpresa me perguntando como eu sabia onde estava - sendo que é óbvio, já que eu que a tirei.
Te abraço de conchinha e sinto meu corpo arrepiando inteiro ao encostar em cada parte do seu , parece que agora vamos dormir. Até que começa a amanhecer, você começa a tossir e resmungar, reúno todas as minhas forças pra conseguir levantar meu corpo da cama e aviso que vou pegar seu própolis, você toma meio contrariada dizendo que eu não precisava levantar, eu finjo que não ouço, você resmunga mais um pouco e dorme.
Em pouco tempo te sinto se mexendo novamente ao meu lado tomando cuidado pra não me acordar "o que houve?" pergunto ao te ver levantar "tá abafado aqui, neah?" você justifica abrindo a janela e se perguntando o porquê de ter dormido com ela fechada, sendo que você sabe que a resposta é que teve medo que os pernilongos te atacassem durante à noite e você tivesse que levantar e correr pela casa matando um por um com as mãos (como fez antes de se deitar). Você volta pra cama, deita sobre o meu peito e eu sei que me restam poucas horas de sono.
Daqui a pouco seu celular vai tocar e você não vai ouvir o despertador, ainda desconfio que alguma vez você o tenha ouvido de fato, vou levantar pra desligá-lo e beijar seu rosto e pescoço te avisando que tá na hora de levantar. Você me abraça quase me esmagando pedindo pro mundo só mais cinco minutinhos, que sempre se estendem por quase 1 hora. Assim chegaremos desesperadamente atrasadas em todos os nossos compromissos, como é de praxe desde que você tropeçou no meu caminho e virou minha vida de cabeça pra baixo. Não me incomodo, tudo que eu penso enquanto fazemos cabaninha debaixo do seu lençol é que eu passei a vida inteira procurando paz e encontrei-a aqui, em meio ao caos que somos juntas.
De repente você decide que está morrendo de fome e levanta num pulo procurando qualquer comida que possa haver na geladeira pra beliscar enquanto prepara um café. Então, enquanto procura o filtro de papel que sempre se perde na gaveta que cabe tudo, você me pergunta se dormi bem: eu não poderia ter dormido melhor.
Nenhum comentário:
Postar um comentário