quarta-feira, 1 de outubro de 2014

(Pablo Neruda)

"Quando não te doeu acostumar-te a mim,
à minha alma solitária e selvagem, a meu nome que todo
afugentam.
Tantas vezes vimos arder o luzeiro nos beijando os olhos
e sobre nossas cabeças destorcer-se os crepúsculos
em girantes abanos.
Sobre ti minhas palavras choveram carícias.
Desde faz tempo amei teu corpo de nácar ensolarado.
Chego a te crer a dona do universo.
Te trarei das montanhas flores alegres, copihues,
avelãs escuras, e cestas silvestres de beijos.

Quero fazer contigo
o que a primavera faz com as cerejas."




(Pablo Neruda)

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