quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

Eu te ouço quando eu morro um pouco.

Eu tava agora ajoelhada no banho chorando e você chegou. Talvez meu choro e meus textos seja a nossa forma de conexão (ok, e minhas experiências de quase morte drogadas também). Queria você aqui, não pude deixar de querer ainda, desculpa, ainda não te amo o suficiente pra te deixar ir embora. Lembrei que você sempre esteve aqui quando eu fiquei assim, assistindo tudo do começo até dar tudo errado.
Sua falta é um buraco enorme na minha alma, um vão de sentidos. Cadê seu abraço aqui?
Pra me ouvir dizendo as mesmas coisas mil vezes (repetindo e elaborando em looping eterno com toda a paciência). Me ver chorando pela rua sem se incomodar. Insistindo pra que eu te acompanhe às cachoeiras. Dormindo comigo o dia inteiro quando eu não consigo sair da cama. Atendendo o telefone de madrugada só pra me ouvir chorar. "Ela é mais bonita que eu?" "sim, e ele ta apaixonado por ela. Mas eu to apaixonado por você desde sempre e sempre vou ta, isso que conta" "quem ama faz sexo" "sexo você tem o mundo todo pra fazer". Me dizendo que não adianta eu dizer que nunca mais vou amar ninguém porque eu tatuei o contrário na perna. Tampouco que quero me apaixonar por outra pessoa logo porque eu não quero fazer com ninguém o que fizeram comigo. Eu fico pra lá e pra cá procurando as palavras que só você proferiria e eu sei que ninguém tem o poder que a sua voz tinha sobre mim, que ninguém me acalma com um cafuné e uma história sobre os deuses antigos. Eu continuo atravessada. E sim, eu sei que você tem uma coisa pra mim e que pra ganhar eu preciso ir ver sua mãe.

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