Hoje eu só queria poder falar, juro, nem sei com que raridade isso acontece, mas eu senti que tudo aquilo não ia passar na minha garganta, ia entalar nas minhas amígdalas e ser vomitado a qualquer momento. Foi difícil, eu custei a engolir, custei a me conformar, estou só e por mais que eu queira dividir isso tudo com alguém, por mais que eu precisasse de ouvidos, eu não posso e nem consigo, não consigo falar tudo que ta embolado aqui dentro, não consigo conviver com o fato de que eu vou chorar três rios (odeio chorar, principalmente em público), que eu vou mostrar minhas fraquezas, queria achar um colo em que eu não sofresse, que eu pudesse chorar sem medo do olhar de julgamento, sem medo de achar que estou incomodando, sem me culpar por estar ali, sem me preocupar com o que eu estivesse falando porque nada mudaria nada e nada sairia dali. Tento me lembrar disso todo dia, mas parece que a ficha ainda não caiu: “você ta sozinha, garota, se toca!”. Eles dizem que não sabem porque eu ainda acredito que eu alguém gosta de mim como eu sou, isso pesa na minha vergonha, no meu medo de ser tal qual como sou. Amanda, amada, que manda, desmanda, desama, desamanda, desamada. Tenho tanto medo, tanto frio, ta tão escuro e eu não vejo luz, porque a minha luz eram eles. Eu sei que insisto em dizer isso, sei que já devia ter me conformado, sei que deveria...ter aprendido. Mas dói, dói sobretudo hoje, que eu precisava falar. Que eu precisava deitar na grama do contry e dizer todas as coisas horríveis que eu penso, todas as coisas terríveis que eu sinto, todas as coisas terríveis que só os ouvidos dele ouviriam. Ai, eu preciso falar, como eu preciso, pelo amor de Deus, Deus, mande logo um dos dois de volta pra minha vida, pro meu convívio. Um dia eu ainda morro disso.
terça-feira, 31 de agosto de 2010
segunda-feira, 30 de agosto de 2010
Fechem a porta, entrem aqui, desentulhe essa caçamba de lixo instaurada no meu peito, tire os gritos presos da minha garganta, desfaz as mágoa que ta no meu coração a tanto tempo,a culpa presa nos meus sonhos, o medo do meu olhar. Arranca Deus, arranca esse entulho de mim. Faz parar de latejar, faz meu corpo parar de adormecer, repuxar, de não ter forças. Dizem que Deus não da uma cruz maior do que a que podemos carregar, é acreditando nisso que continuo me curvando e carregando esse peso.
domingo, 29 de agosto de 2010
De novo.
Quanta reforma, quanto desgosto feito com gosto pra chegar aonde não se quis. Vivi, menti, refiz, sobrevivi, estou aqui. Aqui onde? Dentro do único lugar que eu queria mudar, aonde eu sonhei, mas o sonho era outro agora, com outra forma, numa outra bola, inflável, meu infinito inflável, que saudades. Uma boca desenhada, covinhas, pêlos loiros a bordar seu corpo que sempre esteve nos meus sonhos, na sala, olhos azuis e cabelos loiros encaracolados nos esperam pro jantar, pra papear. Foi-se, as duas maiores saudades instauradas no mesmo lugar. Tornei-me fria, quase fútil, egoísta, quero que o mundo seja feliz, mas quando vejo em outros olhos a felicidade que antes reinava nos meus, dói, queria pra mim a plenitude, a certeza, deitar no travesseiro sem culpa, sem dor e poder sonhar sem medo dos pesadelos. Derrubei paredes, descolori muros, doei móveis e a estátua que me seria herdada, joguei pela janela a paisagem dos domingos e foi-me tirada a vontade de que qualquer dia viesse. Não dá certo, nada mais, e toda vez que algo se esvai fica a certeza da culpa, não mais a certeza do amor. “Se eu não tivesse estragado tudo, agora...” O meu agora e o meu se nunca entram num consenso. Grito que sugam minha energia, grito que não me deixam em paz, mas eu chamo, atraio, tenho a mesma vibração, a mesma sintonia, o mesmo desejo do “leve-me embora”. Ninguém me ouve, ouvem, mas não escutam, o mundo ta ocupado demais. Sinto-me só, meus conterrâneos vazio e frio não me deixam, gela aqui dentro, sobra vazio. Cobram-me fé, cobram-me atitude, desprendimento, mas não tenho motivo. No lugar daquelas paredes coloridas de sonhos, pintadas com futuros filhos, cães, viagens e noites eternas não há nada, não tem parede, to sem teto no mundo, sem rumo. Não adianta, não me ofereça abrigo, quero viver na chuva, morrer ao léu, é a minha escolha quando não o tenho, quando não habito mais o seu sorriso. Drama? Demais pra minha cabeça, até pra mim. A vida que eu queria não era essa. Ele e ela não estão mais aqui, foram-se pra bem longe, nem sei pra onde. Mas a distancia dele é maior que a dela, entre ela e eu, só tem um oceano, entre ele e eu, um mundo, uma vida, um desencontro. Quanta reforma, quando desgosto feito com gosto, por gosto, pensando que seria o que não vai ser. Joguei fora por esperar que teria a felicidade, o mundo, os sabores em troca, não tive. Hoje só o que tenho é a vontade de que tudo fosse como a um ano atrás.
segunda-feira, 23 de agosto de 2010
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sexta-feira, 20 de agosto de 2010
é?
Não tenho mais ou “Infinito Inflável”, o “Fantástico mundo de Amanda”está despedaçado, estou só. Sentada na estação de trem, esperando por algum destino que me agrade, esperando alguém que me convença a continua e então eu seguirei. Aqui faz frio demais, calor demais, chove demais, é tudo em demasia. E minhas proteções escafederam-se. Minha armadura também e isso é bom, mas eu me sinto como uma folha levada com o vento, sem destino, sem direção, só estou indo.
“Eu não estou pronta, eu não estou pronta!” teimo em dizer. Mas agora já é tarde pra tentar mudar alguma coisa. Não é questão de escolha, mas de comprometimento...
sábado, 14 de agosto de 2010
Querer.
E só eu sei a alegria em que me encontro só por querer alguma coisa de novo.
sexta-feira, 13 de agosto de 2010
Só
Eu sei que a pessoa que curaria tudo isso tem nome, sobrenome, telefone com mais dígitos que a conta bancária do Bill Gates e lentes azuis, sei que só ela no mundo faria essa dor passar, sei que só ela me convenceria que tudo vai ficar bem, só ouviria se ela me dissesse que eu sou a melhor pessoa que ela conhece, a melhor parte dela. Quem sabe me amaria ao ouvi-la dizer que me ama mais que tudo e me perdoaria totalmente se ela dissesse que me perdoa por eu ter estragado tudo. Mas ela também não está aqui agora e eu sei que não estará tão cedo.
Ontem a noite, mais que tudo, eu desejei morrer, implorei pra Deus me levar desse corpo, eu só queria estar com ela, mesmo que ela não me visse, não me notasse, eu só queria um abraço dela, dormir de conchinha e ter a certeza de que mesmo que eu tenha feito ele ir embora, ela ainda está aqui comigo.
Dó tanto esse vazio, faz tanto frio, meu corpo gela por dentro, não importa quantas coisas quentes eu tome, quantos agasalhos eu use e cobertores eu me cubra. Parece que eu não vou agüentar. Tem sido difícil continuar sendo forte. Tem sido difícil continuar querendo existir.
quarta-feira, 11 de agosto de 2010
Agora.
terça-feira, 3 de agosto de 2010
segunda-feira, 2 de agosto de 2010
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Eu queria ser uma pessoa normal que hoje te ligasse e dissesse: estou a caminho, nos vemos em 20 minutos, mas eu continuo preferindo ser a pessoa que diz: não estou a fim, não me espere, eu não vou. Enquanto tudo que eu queria era dizer: eu to com medo, me da a mão e me diz que você ta aqui comigo.
Mas isso soaria dramático demais, passivo demais, vulnerável demais, dependente demais e isso eu não quero ser nunca mais.