domingo, 5 de setembro de 2010


Eu estava vendo "Jogo de amor em Las Vegas" no cinema do shopping em frente a maternidade na hora que você nasceu. Seu pai que nos mandou pra lá, ele não queria que fôssemos mais dois aflitos na hora do seu nascimento, seu irmão e eu. Na noite anterior, horas antes de você nascer, foi a única noite em que não dormi com seu irmão, tive que fingir ser a menina comportada que você deverá ser, como num restaurante qualquer com pessoas que eu mal conhecia, mas que, como eu, ansiavam por sua chegada.
A primeira vez que eu vi você, meu mundo se iluminou. Dedinhos, boquinhas, olhinhos, meu Deus, como eu acreditei mais em você naquele instante, ela era a prova.
Depois disso só nos vemos duas vezes, uma quando tinha 6 meses e não queria sair do meu colo, a outra quando tinha um ano e dois meses e caminhava por aí empurrando o próprio carrinho e conversando comigo naquela voz fininha de bebê.
E depois veio o fim.
Um dia, quando você aprender a ler e a pensar sozinha, quero que lembre de mim e que saiba que eu sempre vou amar você, que eu amo você desde a primeira vez que te vi e que minha ligação com você é de como se você fosse minha filha. Me entristece saber que não é, saber que tenho que me privar da sua presença, que eu não posso te ver sempre, mas eu nunca deixo de pensar em você, de orar por você e seus pais e de imaginar como tudo seria melhor se estivéssemos juntas.
Giogio, não importa o que aconteça, eu sempre vou cuidar de você e assim que você entender tudo isso, assim que minha presença deixar de confundir sua cabeça, eu prometo ficar do seu lado, te mostrar o mundo e te provar a existência de Deus através do seu sorriso.

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