domingo, 26 de fevereiro de 2012
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A luz apagada, TV ligada no mudo, Jesus pregado na cruz em cima da cama de casal que deitávamos. “quem você pegaria lá da sala?” “olha, eu não sei se você já reparou, mas só tem mulher naquele lugar” “né nada, tem uns homens” “ok, nenhum me interessa” “e da faculdade?” “ninguém. Eu to fechada pra balanço, não quero me envolver, já disse” “ mas você fica comigo” “porque eu nunca vou namorar você e todo mundo que chega em mim quer namorar e não ficar” “hum” “e você?” e daí você começou sua extensa lista. “você acha que ela dá pra mim?”perguntou sobre uma de nossas colegas de classe. “cara, essa menina dá até pra mim!”. Rimos, silenciamos, contamos casos “nossa relação é tão estranha, a gente acabou de transar e tava agora pouco falando de quem transaríamos” “não acho nada estranha, eu gosto” “senão gostasse, eu consideraria uma ofensa também, né?!” considerei, morrendo de rir. “sabe, eu quero contar de você pros meus filhos. Um dia, eu vou te ver na rua e falar pra eles de quando a gente trepava no quarto do líder bêbados” “espero não ser sua amiga pra sempre, pra não passar por isso” “eu espero que seja”. Nos beijamos e antes que nossos hormônios nos despertassem novamente, adormecemos. Meu braço em volta da sua cintura, minha cabeça no seu peito, sua respiração no meu cabelo.
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