sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

Perigo: estupro a qualquer momento

Pode acontecer comigo, com você, com a vizinha ou com sua priminha de 4 anos. Não importa a hora, claro ou escuro. Numa rua deserta, ou movimentada. À pé, de carro, bicicleta, à cavalo. Em grupo ou sozinha. Quando menos se espera ou quando dá sorte pro azar. Dentro da própria escola, não há lugar pra se sentir segura. Não há lugar pra se sentir segura quando se está encarnada num corpo de uma mulher. Não dá pra prever quando a violação virá. Seja por meio de cantadas, seja por meio de pressão pra sexo do próprio parceiro, seja aquele cara que você nunca viu e que pode adentrar das formas mais violentas a única coisa que você se sente dono: o próprio corpo.
O mais assustador é que os números só crescem. Não só dos estupros, mas das tentativas de fingir que não tem nada acontecendo.
Eu me acho uma mulher de coragem por sair de casa todos os dias. Principalmente morando nesta cidade. Sem saber se meu corpo e minha alma voltarão ilesas ou se carregarei pra sempre o trauma de uma das mais graves violações. Alguém pare o mundo, não pra eu descer, mas pra gente dar um jeito de transformar.

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