Quando eu me declaro agnóstica, eu me dou o direito de ser livre. De acreditar ou não. De formular um deus pra mim ou desacreditar de superioridades. Eu me permito conceber energias, vidas e poderes superiores aos meus ou crer que sou a única raça que existe e que esta é minha única vida. Quando eu me declaro agnóstica, eu me desfaço da moral cristã imposta à mim desde que nasci, eu tiro todos os dedos que me apontam e sigo pra onde meus pés acham correto ir. Minha moral é constituída com base na minha consciência de que sou tão ser humano quanto meu próximo, de que sou tão vida quanto uma árvore, de que sou tão frágil quanto uma pétala de dente de tigre. Quando eu me declaro agnóstica, assumo minha pequenez mediante o mundo, aceito assim que minha opinião é apenas a minha opinião, que a minha verdade é apenas a minha interpretação, única e exclusiva, da realidade, então eu respeito o direito de cada um crer, ser e viver o que bem entender, da maneira que lhe for entendido -sem dedos apontados pra mim, não tenho porquê apontar os meus -. Quando eu me declaro agnóstica, me livro do peso do"ter que", tudo passa a ser escolha, tudo passa a ser leve, nada pesa, a culpa se desfaz como gelo no chão quente, eu me renovo pro mundo. E, acima de tudo, quando me declaro agnóstica, me torno deus de mim mesma, dona de mim e a única responsabilidade que tenho é a de ser leal ao meu coração, ao meu sentir. Quando eu me declaro agnóstica me torno grata, uma gratidão sem tamanho, por todas as vidas, por todos os encontros e desencontros, por todos os erros e acertos, por todos os tropeços e por todos os acasos, sortes, poréns que me trouxeram aqui e que me levam além. Acredito no infinito sem nenhuma limitação, apenas porque me é de direito. Quando eu me declaro agnóstica, eu me dou o direito de ser livre.
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