segunda-feira, 5 de maio de 2014

Vida, esta eterna disputa por território.

Poucas vezes conseguimos estar diante de nós mesmos durante a vida. Sempre nos forjamos, inventamos, criamos mil máscaras. Somos uma farsa pra nós mesmos a maior parte do tempo. Num desses momentos de lucidez pro que sou, com as janelas da percepção abertas, me dei conta de que inveja, ciúme e egoísmo nada mais são do que disputa por teritório. E que fazemos isso a vida inteira, sem nos dar conta. Repetindo comportamentos, ideias e ideais que não nos cabem e nem sabemos porquê. Agimos tal qual primatas cerceando o campo que nos pertence pra que ninguém invada, esquecendo que lugar ou ser nenhum pertence a nada nem ninguém. Mijaríamos um nos outros, se fosse preciso, pra que o pensamento, os atos e as vontades daqueles que achamos ser donos, nos pertençam de fato. Seria cômico, caso não fosse tragédia anunciada de frente pro espelho. Se não fosse o caos que estamos imergidos pelo tanto de pronomes possessivos que colocamos nas frases e histórias, contadas e vivenciadas. E, mediante o óbvio, de não ter ninguém, me sinto sem chão. Aí me dou conta de que não pertencer ninguém, incluir não pertencer à ninguém, e diante da possibilidade de liberdade me ofertada como moeda de troca pra deixar os outros irem e serem o que bem entenderem, estarem ao meu lado única e exclusivamente por vontade e deixar que eu vá apenas aonde o vento apontar o meu nariz sem me entupir de limites e castrações, aceito. Entendo, engulo o choro de criança que insiste em cair pelo medo da rejeição, pelo medo de estar só e me sinto leve por poder escolher, por ser escolha, por ter consciência de que perder tempo de vida delimitando território, é só perda de energia vital.

2 comentários:

  1. http://www.entendaoshomens.com.br/solteira-sim-sozinha-tambem-por-que-nao/?fb_action_ids=584465808317974&fb_action_types=og.likes

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  2. eu mijo em você.

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