domingo, 22 de junho de 2014
Fui feliz
Ao contrário do que você acha, eu não me deixei ir embora por falta de amor. Meu problema, quanto à você, nunca foi este. Pelo contrário, pequei por amar demais, por querer demais, por sonhar demais. Pequei por achar que sua vida ao lado da minha me bastaria, mais que isso, seria a única coisa a me bastar. Pequei porque cada vez que te via sorrir meu coração parava e eu tinha plena certeza de que o mundo girava apenas quando você sorria. Acontece que o mundo continuou girando da primeira vez que você me mandou embora. E também da segunda. Na terceira eu nem questionei mais, continuei vivendo sabendo do tanto de lugares, pessoas e sensações que me esperavam. A gente aprendeu a viver um sem ou outro e tão bem que é até de se admirar que a menos de um ano atrás éramos uma extensão um do outro, que meu cérebro só funcionava pra fazer o que você aprovava, que a gente só ia até o limite um do outro. Você me ensinou a não ver privações no pensar, alimentou meu espírito questionador, nunca vi alguém tão sábio, que saiba conversar e discutir sobre tantos assuntos, a maioria que eu nem imaginava existir e por isso, apesar de todos os pesares que construímos juntos e desembocaram no nosso fim, sinto orgulho de ter sido sua, mesmo não acreditando em posse no amor. Sinto orgulho de ter deixado você invadir minha história, me ajudar a me reescrever, por ter divido um ano tão lindo com você, por ter sonhado esses sonhos que só nossas mentes lunáticas poderiam produzir, por ter acreditado em pra sempre e reacreditado no amor. Eu me deixei ir embora, hoje posso dizer, pra continuar sentindo paz e saudade a cada vez que olho uma foto nossa, lado a lado, gargalhando sem conseguir controlar aquela felicidade que nos inundava dos pés à cabeça. Eu fui tão feliz ao seu lado que jamais poderei mensurar.
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