quinta-feira, 5 de junho de 2014

Melhor

Ela é o único lugar do mundo onde me sinto à vontade. O único lugar onde eu sinto que cheguei ao meu destino, à minha essência. Sei que é muito peso, olho em seus olhos azuis e vejo o grito silenciado de quem tá sobrecarregada e não sabe falar nunca, até isso somos comuns. De uns tempos pra cá venho tentando me virar sozinha, venho tentando não fazê-la de porto seguro, sei de todas as dificuldades e dores que ser porto seguro e alguém traz. Por ela, pego toda a dor do mundo e coloco no meu peito, faço virar crise no meu mundo - aprendi a gostar do caos - pra não ver sua bochecha enrijecer de desespero. Faz 9 ano, 21 ou algumas vidas, vai saber. O que sei é que devo grande parte do que sou aos seus conselhos, abraços e broncas. Devo também aos seus erros e aos meus. Ela me ensinou, mais que perdoar, a pedir perdão. A reconhecer os erros, como também os acertos. Ela me ensinou que posso ser tudo o que eu quiser, que tá tudo bem, "ninguém tem o direito de te julgar". Não permito então que me julguem, que me limitem, que me diminuam. E é tudo culpa daquele sorriso grande de neném. Tudo culpa desse tal de amor que só sinto ser de verdade, quando direcionado à mim, quando vem dela. Não tem sangue, não tem obrigação, não tem sofrer. É por ela que eu continuo encarnada nesse corpo. O único lugar do mundo onde me sinto à vontade.

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