segunda-feira, 10 de maio de 2010

ELE.

Há mais ou menos 3 meses atrás, um amigo de um amigo meu, que hoje eu intitulo também como meu amigo, meu parceiro eterno, me disse que sim, ele tinha certeza de que eu esqueceria você, mas não da maneira como eu esperava. Eu não entendi bulhufas do que ele me disse e na hora, tal como essa ansiedade ambulante que sou, quis de toda maneira que ele me explicasse melhor o que queria dizer com aquilo, mas ele não disse nada além de: daqui a pouco você vai entender. E entendi. Antes eu achava que esquecer você seria apagar cada sorriso seu da minha memória, cada tarde ensolarada deitados na grama do contry, cada viagem, cada foto, apagar você dormindo abraçado comigo, babando meu peito enquanto eu ficava acordada só pra olhar você dormindo, como era lindo você respirando de boca aberta, como era lindo sabe que você existia, que você era meu e eu era sua, que a gente se amava, a gente era perfeito juntos, vai dizer?! Hoje, vejo que não, esquecer você não é apagar todo o crescimento que você me proporcionou, não é esquecer cada coisa que aprendemos juntos ou ter raiva de tudo de lindo que a gente construiu, esquecer você é exatamente isso que eu to fazendo agora, escrever sobre tudo isso sem deixar uma lágrima cair, sem sentir o coração bater ao contrário ( e eu que achei que aquela dor nunca mais fosse se desalojar do meu coração), depois de uma noite bem dormida e não de insônia como foi no início da nossa separação, depois de comer uma barra de chocolate sem remorso, como nos velhos tempos em que fazíamos isso juntos. É pode falar de você, é poder lembrar de você sem doer, sem ter raiva, pelo contrário, agradecendo a Deus por ter acontecido, por você ter existido na minha vida, por te sido por tanto tempo personagem principal da história que escrevo a cada dia.

Acabou e hoje vejo que o que acabou não foi o amor, muito pelo contrário, eu ainda o sinto aqui dentro de mim toda vez que falo seu nome pra contar algum dia engraçado que vivemos ou até pra falar dos seus defeitos, dos nossos erros, eu sinto essa sementinha boa que você plantou em mim a todo instante. O que acabou foi a nossa relação de amor, de tesão, nosso namoro, deixamos de ser amantes pra um dia virarmos amigos, quem sabe? O que não dá é pra ignorar o homem que eu mais amei na vida, o ser que a três meses atrás estava dentro de mim não pode ser um nada hoje em dia. A gente não dava mais certo juntos, neah meu amor? A gente já não se pertencia, já não ríamos das mesmas coisas, já não tínhamos sonhos em comum. Erramos? Será? Será que foi um erro buscar ser feliz a nossa maneira? Não sei se o preço que pagamos foi válido, acho que sim. Eu estou tão feliz hoje, de verdade, um sentimento tão grande de paz dentro de mim e aposto que em você também. Aposto que hoje você está feliz como éramos quando nos conhecemos, aposto que hoje, assim como eu, você tem um sorriso estampado no rosto, a felicidade estampada na testa, sem remorso algum, sem recalque, apenas estamos assim, seguimos nossos caminhos, estamos felizes e nunca desconsideramos um reencontro, a gente não sabe do futuro. E você, ó meu bebê, você me ensinou a não tomar conta dele, o futuro, a não tentar prevê-lo, a viver simplesmente sendo quem a gente é, se bancando, se assumindo, sendo a gente mesmo. Eu devo a você tudo que sou hoje e onde estou agora (sentada na quadra da faculdade federal, numa noite estrelada, esperando a aula de Pensamento e Inteligência começar), e tenho certeza que eu também sou responsável por parte do que você é.

Obrigada, por tudo, de verdade. Por cada dia, por cada beijo, por cada abraço, por cada cafuné, por cada palavra, cada música, cada sexo, cada viagem, por você ter estado de mãos dadas comigo nos momentos mais felizes da minha vida e por ter me dado a mão também quando eu estava prestes a cair. Hoje eu sei que nunca, em tempo algum, eu vou esquecer você, mas o amor que eu sentia, mudou, você não vai ser mais o pai do Bernardo, Isabel e Marina (pelo menos não dos meus), mas com certeza será sempre uma das melhores partes da minha história, que eu quero contar pros meus netos e guardar em mim pra sempre.

É bicho, você tinha razão quando disse que eu o esqueceria não da maneira que eu achava. Menino esperto, sabe das coisas. Ainda bem que você chegou na melhor hora.

Obrigada momojo, por ter ido embora, por ter me deixado, por ter dado a chance de a gente crescer tanto assim. Vai, solte minha mão pra sempre, você não precisa mais dela e nem eu da sua, a gente agora é muito do grandão, sabemos caminhar sozinhos, então vamos traçar um novo rumo...

2 comentários:

  1. Feliz e orgulhosa de ter lido esse texto , amiga. Queria ver hoje o sorriso como no dia em que vi as lágrimas.
    E aquele amigo, ele é meio mongo mas ajuda algumas vezes! rs

    Bj, te amo!

    ResponderExcluir